Itajaí

Feira de BC pode ter que se mudar da rua 200

Feira que tem quase 50 anos irritou vizinho que fez queixa ao MP; abaixo-assinado com 4 mil assinaturas pede que fique

Verduras fresquinhas, queijo direto do colono e pastel frito na hora. Quem gosta de produtos da roça sabe que tem dia certo pra encontrar essas delícias em Balneário Camboriú. Todas as quartas-feiras e sábados, pela manhã, boa parte da rua 200, no centro da Maravilha do Atlântico, recebe cerca de 30 barraquinhas. São feirantes que atuam no município há cerca de 50 anos, mas que correm o risco de ter o ponto transferido de lugar.

Continua depois da publicidade

A prefeitura tem até quinta-feira, dia 24, para apresentar relatórios ao ministério Público (MP) sobre a situação da feirinha. Há cerca de um mês, o MP recebeu a reclamação de um morador da rua, ...

Já tem cadastro? Clique aqui

Quer ler notícias de graça no DIARINHO?
Faça seu cadastro e tenha
10 acessos mensais

Ou assine o DIARINHO agora
e tenha acesso ilimitado!

A prefeitura tem até quinta-feira, dia 24, para apresentar relatórios ao ministério Público (MP) sobre a situação da feirinha. Há cerca de um mês, o MP recebeu a reclamação de um morador da rua, que pede a retirada dos feirantes da porta do seu prédio. Pra resolver a situação, foi proposto aos feirantes que transfiram as barracas pra praça Higino Pio. A ideia não agradou quem tira o sustento dali, muito menos a clientela, que tem na feira muito mais do que um ponto de vendas.

Continua depois da publicidade

De acordo com o cientista social Sérgio Saturnino Januário, muito mais do que comércio, a feira é um elemento comunitário de extrema importância para a preservação da identidade do município. “As pessoas que vão ali não vão só pra comprar. Muitas vezes, o produto é um elemento secundário. A feira é um elemento comunitário, porque é onde as pessoas se encontram há anos; representa muito mais do que uma simples relação comercial”, explica.

Segundo Saturnino, Balneário Camboriú tem se baseado no turismo anônimo, e a feira é justamente o contraponto disso. O entendido é totalmente contra a retirada da feira de lugar. “À medida que muda de local, vai perdendo a identidade, vai dissolvendo os elementos culturais que ficam”, explica.

Continua depois da publicidade

O corretor de imóveis João Fernandes Filho tem 68 anos e há pelo menos 33 vai à feirinha todo sábado. Ele tá chateado com as tentativas de tirar a feira do local. “A feira tem identificação com a cidade, é uma tradição. O que compro na feira não se encontra no mercado”, alega.

Outro que não se conforma com a possibilidade da saída da feira do local é o aposentado Leo Pletz, 75, que frequenta a feira desde 1971. “Isso está ferindo uma tradição, porque isso aqui não é de ontem nem de hoje; são várias gerações que trabalham aqui e várias gerações que vêm comprar”, opina.

“Aqui você encontra produtos fresquinhos, além de encontrar pessoas de longa data conversando e trocando ideia. Infelizmente, enxergo que esse valor cultural, tradicional, não está recebendo o devido valor”, debulha Leo, que defende que a feira é também uma atração turística pra Balneário Camboriú.

Ninguém sabe a data certa, porém os mais antigos dizem que a feirinha da rua 200 já existe há quase cinco décadas. No começo, as barraquinhas ficavam na praça Bruno Nitz. No início da década de 90, os comerciantes chegaram a ser expulsos da praça pela própria prefa. Na época, o tradicional comércio de rua foi transferido pra um terreno baldio na rua 600, onde funcionou por quase quatro anos. Em 1998, com um acordo feito no fio do bigode com os administradores municipais, os feirantes voltaram pra rua 200, que fica ao lado da praça, onde foi construído o teatro Municipal de Balneário Camboriú.

Vizinho não quer

Há um mês, segundo os feirantes, um morador de um prédio da rua denunciou os feirantes ao MP. No dia 14 de julho, o promotor Rosan da Rocha enviou um ofício à secretaria da Fazenda e da Saúde pedindo explicações quanto à legalidade do funcionamento da feirinha.

Sábado, o fiscal da vigilância Sanitária municipal, Danilo Dumps Santos, esteve no local pra preencher o relatório que deve ser encaminhado ao MP. “Vamos atualizar o número de bancas, as atividades, porque muita coisa mudou”, limitou-se a dizer.

Continua depois da publicidade

Assustados com a possibilidade de ter que vazar da rua 200, os feirantes reuniram quase quatro mil assinaturas e buscaram apoio da câmara de Vereadores na semana passada. “Tivemos a garantia de todos os vereadores que a feira vai continuar. É nossa cultura, nossa tradição, e nós não vamos sair daqui”, diz o presidente da feira, Paulo Rodrigues de Carvalho. Segundo ele, a feira gera cerca de 150 postos de trabalho diretos e indiretos.

A reportagem tentou contato com o procurador Marcelo Freitas, pra saber qual a posição do município, mas ele não atendeu as ligações no fim de semana.




Conteúdo Patrocinado



Comentários:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Clique aqui para fazer o seu cadastro.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.

WhatsAPP DIARINHO

Envie seu recado

Através deste formuário, você pode entrar em contato com a redação do DIARINHO.

×






216.73.216.84

TV DIARINHO


🚧🏗️ PRÉDIOS AO CHÃO! Após mais de 20 anos de abandono, os blocos F e G do Portal do Vale, no São Vicente ...





Especiais

Taxação de super ricos: por que a conta não fecha, com Eliane Barbosa

Taxação de super ricos

Taxação de super ricos: por que a conta não fecha, com Eliane Barbosa

Tudo nas bets é pensado para viciar, alerta psicólogo Altay de Souza

VÍCIO EM APOSTAS

Tudo nas bets é pensado para viciar, alerta psicólogo Altay de Souza

Corte Interamericana reconhece direito a clima saudável e estabelece obrigações aos países

DIREITOS HUMANOS

Corte Interamericana reconhece direito a clima saudável e estabelece obrigações aos países

Expulsos por hidrelétrica em Goiás, quilombolas lutam há duas décadas por reparação

LUTA POR DIREITOS

Expulsos por hidrelétrica em Goiás, quilombolas lutam há duas décadas por reparação

Vítimas relatam abusos por lideranças de terreiro de candomblé em Belo Horizonte (MG)

ABUSOS EM TERREIRO

Vítimas relatam abusos por lideranças de terreiro de candomblé em Belo Horizonte (MG)



Blogs

Jair Renan segue cartilha de sindicato

Blog do JC

Jair Renan segue cartilha de sindicato



Diz aí

Spinelli, de BC, estará ao vivo no Diz Aí! desta quarta

ENTREVISTA

Spinelli, de BC, estará ao vivo no Diz Aí! desta quarta

"A hora que tiver um barco A8 singrando as águas de Itajaí, pronto, vou me realizar"

Diz aí, Maurício Boabaid!

"A hora que tiver um barco A8 singrando as águas de Itajaí, pronto, vou me realizar"

Maurício Boabaid estará ao vivo no “Diz aí!”

QUARTA-FEIRA

Maurício Boabaid estará ao vivo no “Diz aí!”

"Eu ouço todo mundo, mas quem toma a decisão final sou eu

Diz aí, Robison Coelho!

"Eu ouço todo mundo, mas quem toma a decisão final sou eu

Prefeito Robison Coelho será entrevistado ao vivo pelo DIARINHO

Diz aí

Prefeito Robison Coelho será entrevistado ao vivo pelo DIARINHO



Hoje nas bancas

Capa de hoje
Folheie o jornal aqui ❯






Jornal Diarinho ©2025 - Todos os direitos reservados.