Itajaí

O naufrágio do cargueiro Lily

O barco chocou-se contra a ilha das Galés, em Bombinhas, em 1957

Mariângela Franco

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O naufrágio do cargueiro Lily foi notícia nos jornais na época, embora divergissem quanto à grafia do nome do barco e à data, 17 ou 18 de outubro de 1957. O local em Bombinhas transformou-se em santuário para os adeptos do mergulho devido à baixa profundidade, cerca de quatro metros, e à boa visibilidade. Há 10 anos, porém, está proibido chegar perto da reserva do Arvoredo, da qual fazem parte as ilhas das Galés, Deserta, Calhau de São Pedro e Arvoredo. Apenas alguns pontos pré-determinados são acessíveis para mergulho acompanhado pelos guias autorizados.

As causas do acidente com o Lily nunca foram completamente esclarecidas. Houve relatos de que o capitão Silvio Barbosa estava tão encachaçado que mandou o imediato seguir pela rota traçada, mesmo que tivesse a ilha das Galés no caminho. Outras bocas-de-matilde juraram que a colisão foi proposital para que o barco, já meio detonado, afundasse de vez para a empresa proprietária receber o seguro no valor de 25 milhões de cruzeiros.

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A teoria mais aceita é que um forte nevoeiro tenha confundido os marinheiros. Em setembro e outubro, o ar quente choca-se com a água fria do mar e provoca a densa neblina. Provavelmente tenha sido também este o motivo do naufrágio do navio Orion, em 1915, na mesma região.

O Lily transportava uma carga de 1050 toneladas, avaliada em 20 milhões de cruzeiros. Toda a tripulação foi salva pelo iate a motor Olímpico, de Santos. O cargueiro media 65 metros de comprimento e deslocava 1200 toneladas; a empresa do Rio de Janeiro, proprietária da embarcação, tentou uma operação de resgate e depois vendeu o que restou do casco para a firma Arno Bauer & Filhos, de Itajaí, por 320 mil cruzeiros.

O jornal “O Povo”, dos Diários Associados, acompanhou as tentativas de salvamento do casco afundado. Dois jornalistas fizeram 18 reportagens e filmaram cerca de 800 pés de filmes (243,84m) para a TV Tupi do Rio de Janeiro. Como o casco continua no fundo do mar de Bombinhas, deduz-se que a operação de resgate fracassou.

Carga virou lembrança

O rol da carga do Lily era bem variado. Consta que carregava fardos de tecidos, louças, vidros, xarope Bromil, sardinha em lata, cachaça Praianinha, rolos de arame, encanamentos, farinha de trigo, açúcar, óleo lubrificante, xarope Saúde da Mulher, pneus etc. A notícia do naufrágio se espalhou; logo os moradores de Bombinhas (na época, ainda pertencente a Porto Belo) e de cidades da região correram para ver a muvuca do resgate. Depois que tudo se acalmou, os locais começaram a recolher algumas peças que até hoje podem ser encontradas em algumas residências da Capital do Mergulho.

Atualmente ninguém pode sequer navegar próximo da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (Rebiomar), implantada em março de 1990 pelo decreto federal de n° 99.142/90. É a única reserva biológica do Sul e Sudeste do Brasil e uma das duas reservas marinhas federais (a outra é o atol das Rocas/RN), importante também por conter remanescentes da mata atlântica, sítios arqueológicos e sambaquis, 20% das macroalgas brasileiras e alta diversidade de ecossistemas. Também é ponto onde aves marinhas fazem ninhos, entre outros argumentos levantados na concessão da reserva.

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Mergulho em naufrágios

Visitar os barcos e até aviões afundados tornou-se uma diversão para os adeptos do mergulho. A operadora turística e escola Patadacobra, de Bombinhas, oferece quatro modalidades de aventuras para qualquer pessoa a partir de oito anos.

A primeira é o passeio de barco para snorkeling (mergulho com máscara, respirador e nadadeiras) nos finais de semana e todos os dias, durante a temporada de verão, ou conforme for combinado previamente. Nesse passeio estão incluídos os mergulhos na parte sul da reserva do Arvoredo ou em outros locais, de acordo com as condições do mar.

O segundo programa é chamado de batismo submarino. Mergulho experimental com cilindro de ar comprimido, começa com aulas na piscina com um instrutor por aluno ou direto no local escolhido. O programa número três é para quem quer ir mais longe. O curso forma mergulhadores com brevê internacional. O programa número quatro é voltado a mergulhadores certificados. Para eles há duas saídas diárias, pela manhã e à tarde.

Agora, se a ideia é mergulhar para encontrar embarcações naufragadas, a agência organiza grupos que visitam diversos locais. O próximo passeio é ao circuito marinho de Recife, que abriga diversos pontos de visitação subaquática. Os preços e condições são informados no site da empresa www.patadacobra.com.br ou pelo telefone (47) 3369-2119.

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