Itajaí
PF desarticula quadrilha envolvendo construtora de Balneário e marca de carrões de luxo
Batida rolou no escritório da Carelli. Empresários Dalmo e Cauey Carelli estão presos temporariamente. Rolo envolve ainda empresário da Porsche e dois americanos, além de dois doleiros
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
A polícia Federal (PF) deflagrou na manhã de hoje a operação Conexão Miami, para desarticular uma associação criminosa estabelecida entre empresários do ramo da construção civil de Itajaí e Balneário Camboriú, dois doleiros já denunciados no âmbito da operação Ex-Cambio, deflagrada em 22 de setembro de 2015, dois empresários americanos e um alemão - representantes de uma marca internacional de veículos de alto luxo Porsche, além de dois corretores de imóveis, que teriam estabelecido um vínculo associativo estável e permanente para a prática de evasão de divisas mediante fraude em contratos de câmbio e lavagem de dinheiro – inclusive no exterior. Um das construtoras que recebeu a batida dos policiais foi a Construtora Carelli, em Balneário Camboriú. Os sócios Dalmo e Cauey Carelli, pai e filho, foram presos com mandados de prisões temporárias de cinco dias. A PF mobilizou 45 policiais para cumprir nove mandados de busca. Além disso, a PF iniciou cooperação jurídica internacional para realizar o interrogatório dos três empresários estrangeiros, com envio de rogatórias para os EUA e a Alemanha. O esquema começou a ser desvendado durante a operação Ex-Cambio que investigou quatro organizações criminosas compostas por doleiros que realizavam evasão de divisas mediante fraude cambial, gestão fraudulenta de instituição financeira e lavagem de dinheiro. Com a identificação de operação de câmbio fraudulenta realizada por empresa fantasma para pagar uma empresa americana de empreendimentos de alto luxo, chegou-se ao real pagador da remessa, isto é, a construtora de Balneário. O pagamento fraudulento deveria ser feito para a empresa alemã, Porsche, a fim de a construtora usar o nome da marca em seu empreendimento no Brasil. Todavia, para evitar custos mais altos, os investigados teriam decidido pagar mediante contrato fraudado de câmbio à licenciadora da marca nos EUA para que essa então pagasse à empresa alemã. A cooperação Internacional se realiza por conta do indiciamento dos estrangeiros; eles deverão ser qualificados, identificados e interrogados. O montante total dos valores movimentados fraudulentamente para os EUA pode chegar a R$13 milhões. Os envolvidos responderão pelos crimes de fraude em contratos de câmbio (pena de até 4 anos), associação criminosa (pena de até 3 anos) e lavagem de dinheiro (pena de até 10 anos).
Redação DIARINHO
Reportagens produzidas de forma colaborativa pela equipe de jornalistas do DIARINHO, com apuração interna e acompanhamento editorial da redação do jornal.
