Itajaí
Criança de seis anos tem rosto queimado em Piçarras
Família acusa o ex-inquilino; já a polícia Civil afirma que foi um acidende
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Uma criança de seis anos teve parte do rosto queimada na casa 749 da rua Felicidade Pinto Figueiredo, no bairro Nossa Senhora da Paz, em Balneário Piçarras, na sexta-feira passada. Pra família, o ex-inquilino foi quem tacou fogo na criança por vingança, porque ele foi despejado da casa por falta de pagamento do aluguel. Já a polícia Civil levantou preliminarmente que o fogaréu foi acidental e causado pela criança e o irmão menor dela, de cinco anos. O açougueiro José Antônio Tavares, 36, conta que o filho Diogo Leopoldino Tavares estava brincando nos fundos da casa, quando, por volta do meio-dia de sexta-feira, apareceu gritando na porta. “Fogo, pai, fogo”. O menino tinha fogo no cabelo e o pai, desesperado, pegou uma toalha e jogou sobre o rosto da criança. Diogo desmaiou e o pai o levou às pressas para o pronto atendimento de Piçarras. De lá, o menino foi levado para o hospital Pequeno Anjo. No domingo, Diogo foi transferido para o hospital Joana de Gusmão, em Floripa, que é especializado em queimados. Por conta da dor, o menino estava sedado e, ontem, no começo da tarde acordou. A criança ainda sofre muito com as queimaduras.“Ele reclama de dor. Hoje [ontem] ele abriu um pouquinho o olho”, conta José. O menino está enxergando, mas ainda não tem previsão de alta do hospital. A mãe de Diogo, Leones Vicente, 45, está acompanhando o filho. Os outros filhos do casal, gêmeos de cinco anos, estão sob os cuidados da cunhada de Leones. José não tem dúvidas de que quem ateou fogo na criança foi o ex-inquilino chamado Paulo. “Diogo acordou, falou comigo e com a psicóloga e confirmou que foi o cara. Ele só fala o nome dele, Paulo, Paulo, ainda está em choque”, conta o açougueiro. Vingança? Para José, o ex-inquilino quis se vingar da família que o despejou na quarta-feira passada. Paulo estaria devendo quatro meses de aluguel e pagou R$ 2 mil em cheques sem fundo. “Os quatro cheques voltaram. Dois eram da irmã dele e estavam sem fundo e dois eram roubados de São Paulo”, contou. Desde o despejo, Paulo estaria ameaçando a família e vários boletins de ocorrência foram registrados na delegacia. “Quando começou a atrasar o aluguel, ele fez um contrato falso e estava tentando vender a casa para terceiros. Eu fiz ele sair e se vingou no menino”, acredita. No dia em que a criança foi queimada, José registrou o caso na delegacia e chegou a ir com a polícia atrás de Paulo, mas ele fugiu. Polícia Civil diz que foi acidental A delegada Daniele Gonzalez, da delegacia de Piçarras, diz que as investigações preliminares mostram que não foi Paulo quem queimou a criança. “Foi acidental. Ele tinha levado o galão ameaçando colocar fogo na casa, mas desistiu. Ele largou o galão e foi embora. No outro dia, a criança começou a brincar com o irmão e ela mesmo ateou fogo e se queimou”, explicou. A delegada chegou a essa conclusão depois de conversar com vários familiares de Diogo. Paulo foi intimado para prestar depoimento na delegacia. O pai da criança também será chamado para prestar esclarecimento. “Pode ser que mude, mas por enquanto tudo indica que foi acidental”, finalizou. Daniele teme que, com a informação errada divulgada pela família, alguém queria fazer justiça com as próprias mãos contra Paulo.