Itajaí

Orelhão liga grátis pra todo o país

Medida é um castigo da Anatel pra Oi e vale quando se liga pra telefones fixos. O problema é que tem muito orelhão mudo

Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Tem parente, amigo ou um amor morando em outro estado? Então corre prum orelhão e pode ficar pendurado horas e horas no telefone. É que a partir deste mês todas as ligações pra telefones fixos das chamadas de ‘longa distância nacional’ (LDN) são completamente digrátis. Isso significa dizer que até pra ligar pra Roraima, por exemplo, você não pagará mais nada.

Acredite, isso não é uma pegadinha. É mais um puxão de orelha que a agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) tá dando na Oi, a concessionária da telefonia pública em Santa Catarina. Enquanto a operadora não deixar pelo menos 95% dos orelhões funcionando, à disposição do povão, vai ter que manter as linhas liberadas pra ligações destinadas a números fixos. “As chamadas permanecerão gratuitas até que os patamares satisfatórios de disponibilidade sejam alcançados”, avisa oficialmente a Anatel.

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Desde abril, as ligações pra fixos locais já eram digrátis. A Anatel tinha dado um prazo pra Oi tomar vergonha na cara e consertar os telefones. Mas a operadora não cumpriu a meta de deixar funcionando pelo menos 95% dos orelhões no estado. “A ampliação da medida para as chamadas interurbanas foi tomada considerando os patamares de disponibilidade dos orelhões da concessionária aferidos pela Anatel em 30 de agosto de 2015”, informa a agência, justificando o por que esticou o castigo.

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Punição pode abrir também ligações pra celulares

Se você gostou da notícia de que pode ligar pra fixo fora de Santa Catarina sem gastar um tostão usando os orelhões, então lá vai outra informação que o deixará ainda mais contente. Se até 31 de março do ano que vem a Oi não mantiver pelo menos 95% dos telefones públicos funcionando, as ligações passarão também a ser gratuitas para celulares locais.

Se a teimosia continuar, a partir de 1º de outubro de 2016 aí o castigo se estende para celulares de todo o país.

E a Anatel manda dizer que não vai dar arrego pra operadora. “Estão previstas novas medições para 29 de fevereiro de 2016 e 30 de agosto de 2016 e a cada seis meses após essa última data”, informa.

E não é só em Santa Catarina que a medida tá valendo. O castigaço – pra sorte do povão – também foi dado nas Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná e Rio Grande do Norte.

O único estado em que a Oi resolveu o problema, desde que a gratuidade começou em abril deste ano, foi Sergipe.

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“Vou falar com a parentada toda”

Uma medida que a estudante de educação física Yara Amorim, 28 anos, de Itajaí, adorou. “Vou falar com a parentada toda”, diz, feliz da vida. E olha que ela tem familiares em Curitiba e Maringá, no Paraná, em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, e até em Belo Horizonte, nas Minas Gerais.

Até ontem, Yara não sabia que a punição pra cima da Oi foi estendida também em ligações para fixos de outros estados. Mas já tava ligada que, até então, poderia telefonar pra fixos locais sem precisar comprar cartões. Tinha usado orelhões nessa situação em duas ocasiões. “Na primeira foi porque fiquei sem bateria e, na segunda, me questionei o por que haveria de pagar para fazer ligações se tem um orelhão em frente de casa”, conta.

Parte dos aparelhos do centro não funcionam

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O DIARINHO convidou a poetisa e chef de cozinha Fátima Vanzuita, 53 anos, para testar os telefones públicos do calçadão da Hercílio Luz e da rua Gil Stein Ferreira, no centro de Itajaí, região onde mora. A ideia foi conferir se a Oi tava mesmo cumprindo a resolução da Anatel e liberando digrátis as ligações pra fixos de outro. “Eu até já tinha me desinteressado de usar os orelhões porque precisei um dia e aqui perto de casa não funcionavam”, disse Fátima, antes de começar a vistoria com a reportagem.

A desconfiança da cozinheira praticamente se confirmou. Algo perto de 30% dos 14 aparelhos instalados nas quadras entre a rua 15 de Novembro e a avenida Marcos Konder não funcionavam. Os oito orelhões que tavam nos trinques faziam as ligações para longa distância sem precisar usar cartão.

Mesmo assim, Fátima gostou da novidade. Isso mesmo, ela não sabia que as ligações agora são de graça. “Achei muito legal, isso. Tem muita gente que tem familiares em outros estados e agora vai poder falar com os parentes sem precisar gastar”, comentou.

É o que vai fazer a enfermeira Roseli Ferreira, 48 anos, que mora e trabalha em Itajaí, mas tem a parentada toda no Paraná. “É excelente essa medida. Com certeza vai ser muito útil para o povão”, disse, assim que terminou uma ligação local de um dos orelhões na frente da loja do Agerico, no calçadão da rua Hercílio Luz.

Roseli sabia que as ligações eram gratuitas para linhas fixas locais, mas não tinha a informação de que, agora, dá pra ligar pra fixo de outro estado sem pagar nada.

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Como ligar pra outro estado e de graça

Tecle:

0 + 14 + código da cidade pra onde vai ligar + número do telefone

Teve que procurar orelhão mais longe

O problema é mesmo encontrar um telefone público que funcione. Ontem pela manhã, a técnica em logística Dalpérsia Wenk deu uma fugidinha do trampo, no Imaruí e tentou ligar pr’uma amiga de Floripa. “O orelhão da frente da firma (na rua Alfredo Eicke Júnior) tá bichado”, reclama.

Dal correu até os dois aparelhos que têm na frente da secretaria de Saúde, na rua Leodegário Pedro da Silva, no mesmo bairro. “Um funcionou e outro dava, na telinha, a mensagem ‘favor desligar’”, conta. A mesma mensagem que deu num dos telefones escangalhados testados na rua Hercílio Luz pela poetisa e chefe de cozinha Fátima Vanzuita.

Apesar do povão ter aderido aos celulares, Dal acredita que com a nova medida da Anatel a coisa vai mudar. “Hoje todo mundo te pede o número de celular pra fazer um zap, que é mais barato, agora vão te pedir o número do fixo”, arrisca dizer. “O que vai ter de vagabundo pendurado no orelhão não vai ser brincadeira”, brinca.

Oi admite que não tem interesse em manter os telefones públicos

Por e-mail, a assessoria de comunicação da Oi garantiu que tem equipes de manutenção pra deixar os telefones públicos nos trinques. O problema, argumenta a assessoria da empresa, é que há muita depredação dos aparelhos. “Nos oito primeiros meses do ano de 2015, foram danificados por atos de vandalismo, em média, 15% dos cerca de 35 mil orelhões instalados no estado de Santa Catarina, ou seja, aproximadamente 5,2 mil orelhões por mês”, informou Políbio Braga, responsável pelo setor de comunicação da operadora.

Os principais problemas com a detonação dos equipamentos acontecem nos buraquinhos de leitura de cartões, no próprio fone e no teclado. “Em alguns casos, as equipes da empresa consertam os aparelhos e eles são danificados no mesmo dia”, diz o assessor. Isso sem falar das pixações e cartazes colados nos aparelhos, que acabam atrapalhando as orientações de uso.

O pessoal da Oi deixou escapar que ter orelhões espalhados por aí não é algo de interesse da empresa. Isso porque tá todo mundo usando celular e telefones públicos tão ficando esquecidos. “Com a queda no consumo nos orelhões, hoje apenas 0,5% da planta de telefones públicos da Oi gera receita suficiente para o pagamento do seu próprio custo de manutenção”, afirma Políbio Braga. “Cerca de 48% dos orelhões da Oi não geram chamadas tarifadas e cerca de 38% não são sequer utilizados”, afirma. Apesar disso, a Oi diz que obedecerá a punição da Anatel e promete que vai cumprir a meta de disponibilizar pelo menos 95% dos telefones públicos funcionando na Santa & Bela, até a próxima medição da agência. 




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