Itajaí

Saiba como funciona um instituto de pesquisas eleitorais

A pouco mais de seis meses das eleições municipais, você já sabe quem são os possíveis candidatos a prefeito e a vereador do seu município? Tem conhecimento de quem é o mais rejeitado pelos eleitores? Sabe quem é o favorito para assumir o paço municipal? E o seu político preferido vai ou não vai se candidatar no pleito 2012? Essas e outras dúvidas, tão frequentes no ano em que escolhemos alguns de nossos representantes, costumam ser o material de investigação dos institutos de pesquisa. Em Itajaí, o maior deles, o Instituto de Pesquisas Sociais (IPS) da Univali, trampa pra compreender, entre outras coisas, o cenário político e eleitoral de um determinado período e descobrir as motivações dos eleitores na hora da escolha.

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Planejamento, metodologia, execução e apresentação de dados e relatórios que indiquem determinada tendência de resultados no processo eleitoral. Segundo o sociólogo Sérgio Saturnino, coordenador ...

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Planejamento, metodologia, execução e apresentação de dados e relatórios que indiquem determinada tendência de resultados no processo eleitoral. Segundo o sociólogo Sérgio Saturnino, coordenador do IPS da Univali, esse é basicamente o trabalho de um instituto de pesquisa eleitoral. Para recolher dados, apurá-los e depois transformá-los em números e informações que possam prever cenários e, muitas vezes, antecipar o resultado das eleições, o processo envolve muitos fatores, explica Sérgio.

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Fatores que influem diretamente no resultado final da pesquisa, desde que foi concebida até ser executada, de acordo com o professor da Univali. “A forma como trabalhamos é com dados, mas dados seguros. A concepção, o planejamento, já começam a produzir um dado. A gente precisa pensar na sequência das perguntas, no enunciado, tudo isso constrói a forma como a informação vai chegar pra nós”, explica.

As pesquisas eleitorais geralmente são encomendadas por grupos políticos ou meios de comunicação, mas o IPS, quando contratado, também pode fazer perguntas de interesse do próprio instituto. Os candidatos ao pleito municipal começam a ser definidos a partir de junho, portanto, as pesquisas que rolam nesta época buscam montar cenários, nos quais a população indica para os partidos quem são os candidatos de sua preferência. “Perguntamos espontaneamente: em quem você votaria? Aí já sabemos quem está na memória das pessoas. E depois fazemos a estimulada, de acordo com o que foi respondido em pesquisas anteriores. Assim, montamos o cenário”, expõe Sérgio.

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De olho no pleito 2012

Em 2012, o IPS da Univali já fez sondagens em Navegantes, Penha, Camboriú, Joinville e Itajaí. Nas próximas semanas, outros municípios também vão passar por levantamentos de dados. O tempo que dura uma pesquisa depende da amostragem – número de pessoas ouvidas - e do tamanho da cidade. Se Itajaí tem 28 pontos de coleta na pesquisa e Penha tem seis, por exemplo, o trampo na city peixeira vai levar dois dias pra ser concluído, enquanto na Capital do Marisco o mesmo trabalho é feito em um dia.

A margem de erro das pesquisas se dá pelos pontos percentuais, que é a variação do número de pessoas ouvidas pelo universo da amostragem, pois quanto maior e mais amplo for o leque de eleitores ouvidos menor será a possibilidade de erro. “O número de pessoas ouvidas e os diferentes locais onde elas foram ouvidas estão diretamente relacionados à margem de erro, porque quanto mais entrevistas você realiza menor são os teus pontos percentuais, que definem a margem de erro”, relata o coordenador de pesquisa do IPS da Univali, Bruno de Carvalho Pezzotti.

Bruno é o braço direito de Sérgio no instituto. Ele acrescenta que são gastos R$ 1 mil por dia com as equipes que vão pras ruas para ouvir a opinião dos eleitores. No mês de abril, as equipes chegam a sair três dias na semana, porém, depois de julho, as saídas pra ouvir o eleitorado se darão durante os cinco dias úteis da semana.

Até a abordagem dos pesquisadores é rigorosamente estudada pelos sabichões do instituto

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Fala, professor Sérgio Saturnino

DIARINHO - Por que as pesquisas podem antecipar o resultado de uma eleição?

Sérgio - Porque elas pregam a diversidade da população para a eleição. Então, como coletamos informação em diversas áreas da cidade com as pessoas que compõem a população eleitoral, nós podemos dizer, depois de uma série de dados e pesquisas, como vai ser a eleição. Em 2008, nós afirmamos que a diferença seria de 9000 votos. Por quê? Porque nós tínhamos 11% de indecisos. Desses 11%, 80% eram mulheres. As mulheres não votavam em determinado candidato. A partir desse conjunto de agregações de dados, nós chegamos ao resultado: a diferença vai ser de 9000 votos pro candidato A em detrimento do candidato B, em virtude do comportamento do eleitorado feminino.

DIARINHO – Por que algumas pesquisas acertam e outras erram?

Sérgio – Metodologia e técnica. Desde a concepção dela, como vai ser anunciada, como vai ser apresentada a pergunta. Desde a ideia de unidade de análise, ou seja, quem vamos entrevistar. A abordagem que o pessoal de campo faz também é uma parte muito sensível, porque eles não podem fazer de qualquer jeito, em qualquer hora, de qualquer forma.

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DIARINHO – Que garantia o público tem de que um instituto é sério?

Sérgio – O seu passado, a garantia tá no passado. Nosso princípio de trabalho aqui é: um erro tira toda a credibilidade que alimentamos durante anos.

DIARINHO – A pesquisa publicada pode modificar o resultado do cenário político?

Sérgio – Pode sim. Para o bem e para o mal. Pode ajudar quem está em cima a permanecer lá, mas também causar uma reviravolta em quem vem lá embaixo.

DIARINHO – Com a modificação no cenário, as pesquisas não atrapalham o livre arbítrio do eleitor?

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Sérgio – Ela é informação. Se nós publicamos um resultado, você pode firmar o voto naquela pessoa ou não. Mas se o seu candidato tá em segundo, você pode ficar mais aguerrido, ir pras ruas, fazer campanha, falar mais de seu candidato, torná-lo mais público, defendê-lo ainda mais. De uma maneira ou de outra, informação nunca é demais pra população, mas informação séria, confiável.

Partidos encaram pesquisas como fundamentais pro processo eleitoral

A reportagem ouviu os mandatários que estão à frente das duas siglas que estão em maior evidência no processo eleitoral em Itajaí. Tarcízio Zanelato, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), e Davi Coelho, que comanda o Partido Progressista (PP), consideram as pesquisas fundamentais para o processo eleitoral.

Pro colega de partido da presidente Dilma Rousseff, Davi Coelho, quem se envolve no processo eleitoral não imagina disputar o pleito sem estar calcado no que dizem os institutos de pesquisa. A leitura do cenário, as tendências expostas, a troca de informações. O mandatário do PT peixeiro conta que a sigla vem consumindo pesquisas há mais de um ano. “Não se pode fugir disso aí, mas também procuramos sempre usar mais de um instituto, pra não incorrermos e seguirmos apenas um instituto”, revela Davi.

Os institutos eleitorais da região, na opinião de Davi, são bastante confiáveis. Talvez seja por isso que o comandante da estrela vermelha diga que, ssem sombra de dúvidas, os institutos de pesquisa eleitoral não erram. No entanto, ele alerta, alguém pode distorcer o processo. “A pesquisa não erra, mas sim a forma como ela é divulgada. A divulgação da pesquisa pode ser omissa, tendenciosa e parcial”, observa Davi.

Pro chefe do PP as pesquisas também são muito importantes porque traçam de que forma o eleitorado está se encaminhando até o dia do voto. “As pesquisas são necessárias e importantes, mas também tem que se analisar qual o interesse delas”, expõe.

E o interesse a que Tarcízio se refere é o suposto direcionamento de algumas pesquisas que, de acordo com ele, são feitas para atender determinados interesses. “Acho que a pesquisa pode errar, mas é difícil. Mas fácil haver manipulação nas divulgações”, acredita Tarcízio, pra finalizar dizendo que pesquisa alguma decide eleição.

 




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