A morte do ator Bernardo Elbaz, de 35 anos, que rolou na última sexta-feira durante um cruzeiro nas Bahamas, veio à tona ontem e repercutiu no Brasil inteiro. Bernardo viveu na terrinha peixeira e de 1998 a 2001, atuou na companhia Anchieta, do conhecido e consagrado ator itajaiense Valentin Schmoeller. Até ontem, o corpo do rapaz, que também morou em Curitiba, no Paraná, ainda não havia sido encontrado.

Passageiros do Oasis of de Seas, um dos naviozões de cruzeiros mais top de linha do mundo, chegaram a filmar Bernardo pendurado na lateral do barcão – próximo ao bote salva-vidas, e todo o seu desespero antes de cair n’água.

Bernardo era gay assumido e passeava no cruzeiro junto do companheiro Eric Elbaz, 34 anos. Ambos moravam atualmente em Nova York, e Eric tava de aniversário – por isso optaram pelo passeio, que prometia ser inesquecível e romântico. A hipótese mais provável é que tenha rolado uma crise de ciúmes durante a viagem.

No vídeo que caiu na internet, dá para ver todo o desespero do brasileiro, e frases de apavôro em inglês e português. Outra versão apontada por jornais do Brasil e do exterior que noticiaram a tragédia é de que o casal teria sido vítima de preconceito sexual durante a viagem, por parte de alguém da tripulação – o que indicaria também um caso de homofobia.

Um advogado da família de Bernardo descartou ontem a hipótese de suicídio e afirmou que o caso foi mesmo homofobia, o que teria resultado no incidente. Bernardo teria caído na porrada com a galera do barcão e despencou da varanda do quarto e acabou pendurado na lateral do bote.

Já a empresa responsável pelo cruzeiro alegou que não rolou briga física entre a equipe do barco, mas essa mesma equipe não teve como evitar o salto do cara na varanda do camarote. Também rolou o papo de que imagens mostrariam Bernardo correndo de tripulantes em pleno convés, mas essas imagens, se existem, não foram divulgadas ainda.

Ainda ontem, o portal G1 informou que a guarda-costeira norte-americana sobrevoou 931 milhas náuticas quadradas, tentando encontrar o corpo, sem sucesso.

Bernardo era admirado no meio cultural peixeiro

“Um aluno de profundo talento”, assim o diretor teatral Valentim Schmoeler, referiu-se a Bernardo Elbaz. Ele conta que de 1998 a 2001, o jovem tava no ensino médio e fazia aulas de teatro na Fundação Cultural de Itajaí, e já despertava a atenção principalmente de diretores de cinema, por apresentar muita sensibilidade nos trabalhos em que assinou.

“Ele era extremamente marcante, principalmente quando estava na direção de vídeo e cinema. Um dos seus trabalhos, o curta metragem ‘Coração Denunciador’, ganhou destaque perante os profissionais de cinema da região pela qualidade”, relembrou o professor.

Valentim disse que após a conclusão do ensino médio o rapaz mudou-se para Floripa para se dedicar aos estudos de cinema, no entanto, quando se despediu deixou os amigos da fundação cultural peixeira com o coração partido. “Não tinha quem não gostasse dele,” complementou.