Perdigueiros da coluna assopram, nos ouvidos deste socadinho escriba e temente ao Altíssimo, que, na manhã de ontem, uma reunião de mais de seis horas de duração, entre o prefeito barbudinho Volnei Morastoni (MDB) e Jean Sestrem, seu primeiro ministro, teria acontecido fora do paço da vila Operária, em local desconhecido.
Destino
Segundo puxas do alcaide, ninguém sabe onde o barbudinho estava, durante toda a manhã, mas teria chegado animado, no paço peixeiro e disposto para o expediente, durante a tarde de sexta-feira.
Especulações
Alguns, mais esperançosos, garantem que o barbudinho teria convencido Sestrem a seguir ao seu lado, mas que, com certeza, não teria sido fácil. Sestrem é tinhoso e gosta das coisas muito claras e transparentes. Coisa que andava difícil, nos últimos tempos, com todas essas confusões políticas.
Bola pra frente
Se se acertaram, a coluna torce para que o governo do barbudinho VM se encontre politicamente, já que, no que tange à execução e aos serviços, tem conquistado a aprovação do povão peixeiro.
Rio, mar e porto
A coluna lembrou, ontem, da história de Itajaí e do nosso porto, que é (no fim das contas) a história de toda a região. Afinal, as cidades foram, aos poucos, se emancipando dessa cidade mãe, que sabe: tudo se confunde com o rio e com o mar, e com o porto, ou melhor, com os portos que, por aqui, se desenvolveram.
Porto 2
Foi, sempre, pelo rio e pelo mar que chegaram os pioneiros da região, inclusive Agostinho Alves Ramos, o portuga que deu ares administrativos ao povoado, e o grande responsável pela emancipação política da city. Ele não viu, mas tem sua marca gravada para todo o sempre.
Porto 3
Pois bem, já se passaram mais de 100 anos, desde as primeiras obras de infraestrutura, que garantiram a existência do que hoje é um grande complexo. Com participação importante, por exemplo, do itajaiense Vitor Konder, que foi ministro da Viação e Obras Públicas, no governo do presidente Washington Luís, de 1926 até 1930, num tempo em que tínhamos importância nacional.
Porto 4
Mas quero tratar das coisas mais atuais. É importante lembrar de personagens como Arnaldo Schmitt Jr., Jandir Bellini, Paulinho Bornhausen e Luiz Henrique da Silveira.
Porto 5
É que as novinhas e os novinhos não vão lembrar, mas, até 1995, a autoridade portuária e até a operação eram comandadas por outros governos, desde a “Inspetoria Fiscal dos portos de São Francisco e Itajaí, do Departamento Nacional de Portos, até a Portobrás e mesmo a CODESP, do estado de São Paulo.
União
Nesse momento, surgia a união de políticos, historicamente, opostos um ao outro, com o, então, prefeito Arnaldo Schimdt (PMDB, na época), pedindo a municipalização e o, então, deputado Paulinho Bornhausen (PFL, na época), garantindo a carta do governo do estado declinando do interesse, e abrindo o caminho...
Jandir
Com a municipalização consolidada, é no primeiro governo do, ex-homem dos galináceos, ex-prefeito Jandir Bellini, que se dá o processo de arrendamento, o popular aluguel, à iniciativa privada, que toca a operação portuária até hoje, ou, até dezembro do ano que vem, quando vence tanto o arrendamento como a delegação pro município.
Avanço
E, pra calar as vozes negacionistas, é com a municipalização que outros terminais privados se instalam na região, já que a autoridade portuária pública e local permitiu, e até incentivou, a formação do complexo portuário que hoje agrega o nome de Navegantes, significando que o processo também se traduziu em desenvolvimento.
Outro patamar
É no governo do, saudoso bigodudo, Luiz Henrique da Silveira, então, com os incentivos fiscais do estado, que o porto deslancha para colocar Itajaí e a região na prateleira de cima das cidades mais importantes do país, com a transferência, para cá, de importantes empresas e operações de São Paulo e outros centros.
Bacia de evolução
Obras como a bacia de evolução, que fizeram parte de uma compensação pelo fim de tais incentivos, e que, roubando as palavras do futebolista Níkolas Reis (Podemos), foi “a obra mais importante da história recente da cidade, ainda que ninguém veja”, mantiveram o complexo competitivo e nos fizeram chegar até aqui.
Mas, e agora?
E, agora, o governo federal apresenta uma proposta de concessão de toda a área do porto por um período de 25 anos, aparentemente (porque não ficou exatamente claro) retirando a autoridade portuária daqui, com a não renovação da delegação ao município, que talvez tenha perdido a chance de aproveitar o decreto do Temer, que permitia a renovação dos contratos locais por até 70 anos. Nesse caso, porém, Inês já é morta.
Não é privatização
Outra coisa que chama a atenção, não só desse escriba, mas da pá de fofoqueiros, digo, de fontes que mandam os recadinhos que formaram essa coluna, é que não se trata de uma privatização, o que, talvez, fosse até melhor, mas de um contrato de concessão, tipo aquele da BR-101.
E, aí?
E, aí, que, sendo concessão, a cidade vai ter investimentos importantes no início, como viu com os primeiros contratos privados, e, com o passar do tempo, o concessionário, vendo que seu contrato vai acabar, acaba também por colocar o pé no freio. E aquele ganho inicial, em infraestrutura, vai minguando, minguando até a obsolescência.
União 2
É, por isso, hora de repetir a união da década de 90, e a oposição fazer coro ao que vem defendendo o barbudinho Volnei Morastoni (MDB), para que, seja qual for o modelo, a autoridade portuária permaneça aqui, para que as decisões sejam mais rápidas e não dependam da interferência de político profissional, como era no passado.
Verdade seja dita
É lógico que, para isso, o município precisa também fazer um esforço e sinalizar, pro governo federal, que a estrutura vai diminuir, porque, também, não faz sentido o Porto ser um cabidão de emprego, com diretor comercial, purexemplo, sendo que sequer operação faz.
Pra finalizar
Fora essas questões, que precisam mesmo ser rediscutidas, a verdade é que perder a autoridade portuária local, ainda que, com outro nome, como agência, é uma volta a um passado, que não era legal. De modo que, sem pretender ser o dono da verdade, ouvindo um aqui e outro ali, chego à conclusão de que isso precisa ser melhor conversado, pro bem do Brasil, inclusive e sobretudo!
Acordem!
Com nossos deputados federais e estaduais gritando comunismo pra cá, comunista prá lá, e bem quietinhos nas questões realmente estratégicas do nosso desenvolvimento, daqui a pouco, vamos ser capitalistas sem capital, e, aí, não adianta nada...
Fila...
Pai Atanásio observou que anda tendo fila no Gaeco da José Gall, na city peixeira, e que tem gente sendo chamada pra se explicar por conta da eleição de novembro do ano passado. Um pleito que nunca termina, lasca o velho rabugento...
Luz
O gerente regional da Celesc, Pedro Molleri, esteve na casa do povo da Dubai brasileira, na semana que se encerra, onde, da tribuna, falou sobre as questões da estatal de luz & força da Santa & Bela Catarina, e respondeu perguntas de nossos heróis legislativos da praia mais desejada do sul do mundo.
DIARINHO
Pedro, por exemplo, contou sobre o problema da subestação da praia Brava, onde, por conta de um furto, pegou fogo em um transformador. Molleri contou que ficou sabendo, pelo DIARINHO, e que “essa brincadeira, por assim dizer, custou à Celesc, até o momento, cerca de R$ 9 milhões”. O chefão da Celesc foi cortês e educado.
Grosseria
Já o vereador Cristiano dos Santos (PL), que tem a voz parecida com a do Fábio Flor, foi pra cima do Molleri, aos gritos, dizendo que o gerente da Celesc, de Balneário Camboriú, não lhe atendeu e que ele teve coragem de ir até o legislativo. Que ele não ia se calar e ia pra cima, por conta de fios soltos, entre outras situações. Num embate e grosseria, sem razão. Ficou feio pro Cristiano.
Bruxa solta
Em outra parte acalorada da sessão, que estava com a bruxa em plenário, o vereador Achutti questionou Gelson Merisio, digo, Rodrigues (Cidadania), que é vice-presidente, mas estava como presidente da mesa diretora, do porquê os vereadores não terem sido avisados, com antecedência, sobre a presença do chefão da Celesc na casa do povo.
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