Uma comitiva do ministério da Infraestrutura, composta pelo secretário nacional de portos e transportes aquaviários, Diogo Piloni, e pelo diretor-presidente da empresa de Planejamento e Logística do governo Federal, Arthur de Lima, estará nesta quarta-feira, na city peixeira, pra tratar da nova concessão e do futuro do porto de Itajaí.
Privatização total?
Nos bastidores, dizem que o povo de Brasília já decidiu por conta própria como será o novo modelo de gestão e há indícios de que o terminal será 100% privatizado. A escolha seria bem diferente do que defende a prefa peixeira e o prefeito Volnei Morastoni (MDB), que desde janeiro de 2017, quando assumiu o mandato, comunicou oficialmente à União a intenção de se renovar a Autoridade Portuária Pública Municipal, expandindo a operação privada para os quatro berços.
Modelo de sucesso
A nova concessão vai definir o modelo de gestão do terminal peixeiro para os próximos 25 anos, pelo menos. Mas, independente da escolha dos engravatados de Brasília, não se pode negar o quanto o porto de Itajaí cresceu nas últimas décadas, especialmente nos últimos cinco anos.
Referência no mundo
O atual modelo de Itajaí, aliás, é o mais usado pelos portos no mundo todo, com o poder público tendo atribuições de gestão, fiscalização, regulação e investimentos, e ficando toda a operação por conta do setor privado. Será que privatizar tudo agora, com o porto batendo constantes recordes, seria realmente uma boa por terminal, pra cidade, pro estado e pro país?
Experiências ruins
Em conversas com entendidos do assunto, este socadinho escriba foi informado que rolaram muitas experiências ruins de privatizações totais de portos pelo mundo. No Reino Unido, por exemplo, houve casos de terminais que venderam suas áreas pra outros usos mais rentáveis, que nada tinham a ver com o setor portuário.
Baixa rentabilidade
Outro exemplo que não deu certo rolou na Grécia. Lá uma empresa se tornou autoridade portuária, operadora e armadora, levando a inúmeros conflitos de interesse em serviços, embarcações, trabalhadores, etc. O resultado foi baixa rentabilidade e lucro não reinvestido no terminal, deixando-o bem menos competitivo.
Desvalorização
Na Austrália a privatização total levou a uma desvalorização dos ativos portuários e ao aumento de tarifas. Além disso, as linhas controlavam os preços do transporte marítimo e terrestre no porto que geriam, pressionando as cadeias de abastecimento. Mais um mau exemplo da privatização total.
De costas pra cidade
O porto de Itajaí fica no coração da cidade e, caso seja 100% privatizado, não existirá mais qualquer compromisso da administração do terminal com as demandas municipais. Como uma empresa privada só visa seu próprio lucro, com certeza seus executivos só pensarão do muro pra dentro do porto até a beira do rio, de costas pro município.
Muito a perder
A privatização total pode trazer inúmeros prejuízos pra Itajaí e Santa Catarina. Será que uma empresa privada vai aumentar seu cais sem envolvimento municipal pra auxiliar em desapropriações? E a dragagem do rio, que previne até contra enchentes, seguirá sendo feita à montante do porto pra não inviabilizar os outros terminais portuários, pesqueiros e da construção naval à beira do Itajaí-açu? E a segunda etapa da nova bacia de evolução será custeada por quem?
Se desdobrou
São muitas perguntas a serem respondidas e questões a serem analisadas após o anúncio oficial de Brasília. Mas não dá pra negar que, nos últimos anos, o governo municipal se desdobrou pra retomar o crescimento do porto de Itajaí. Liderou tratativas pra recuperação de todos os berços de atracação, investiu mais de R$ 40 milhões em desapropriações pra ampliar o terminal e também mais de R$ 40 milhões pra finalizar a primeira etapa da bacia de evolução, depois que o governo do Estado abandonou a obra.
Números falam por si
O porto de Itajaí é responsável por mais de 60% da balança comercial da Santa & Bela e quase 4% da balança comercial do Brasil. Além disso, é o segundo maior do país em movimentação de contêineres e o maior exportador de carnes congeladas. Durante este período de gestão municipal, cresceu quase 600% a movimentação de contêineres e cerca de 400% a operação de cargas.
Futuro de Itajaí
Estima-se que a nova concessão do porto peixeiro tenha em torno de R$ 2,8 bilhões em investimentos. Os números são extremamente altos e o modelo a ser definido pelo governo federal pode ser crucial pra botar ou não em risco o futuro de Itajaí, segunda economia de Santa Catarina e 36ª do Brasil, que tem no seu porto o coração econômico da cidade.
Pensem na cidade
Esperamos que o governo federal realize os ajustes necessários, enxugando o que for possível pra manter e aumentar a competitividade do porto de Itajaí, mas que não tome atitudes que, posteriormente, poderão acabar com uma cidade. Privatizar tudo por privatizar, apenas por discurso político, pode estar longe de ser a melhor opção.
Lixo fora d’água
O prefeito pop star, Fabrício Oliveira (Podemos), recebeu ontem mais uma premiação para Balneário Camboriú, e esta importantíssima porque relativa ao meio ambiente. A Dubai brasileira foi a primeira cidade no país a ganhar o Selo Município “Lixo fora d’Água”, concedido pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), representante nacional da International Solid Waste Association. O reconhecimento se dá pelas ações de Balneário Camboriú no combate ao lixo marinho.
Família Shurmann
A cerimônia em que compareceram autoridades ligadas ao Meio Ambiente e ao Trade Turístico teve, também, a presença ilustre de Vilfredo Schurmann, patriarca da família Shurmann, que parte para uma nova expedição pelos mares do mundo no próximo domingo. A partida será no Atracadouro Tedesco, em Balneário Camboriú.
Exemplo de respeito
Vilfredo Shurmann relatou em seu discurso que a escolha da Dubai brasileira para a partida da expedição se dá, justamente, pelas ações em prol do meio ambiente desenvolvidas na cidade. A expedição dos Shurmann tem como tema o combate ao lixo plástico despejado nos mares do mundo. Então casou tudo direitinho em mais um reconhecimento pelo trabalho do prefeito pop star, Fabrício Oliveira.
Pro-Natura
O vereador Patrick Machado (PDT), da Dubai brasileira, protocolou um projeto de lei para declarar de Utilidade Pública a Associação e Instituto de Pesquisa e Projeto Pro-Natura, entidade que já tentou barrar a construção da famosa Roda Gigante de BC e também se insurgiu contra o alargamento da faixa de areia. Falhando nas duas tentativas, obviamente.
Política
Ambas as tentativas tiveram como advogado protagonista, o ex-candidato a prefeito da Maravilha pelo PSOL e que na última eleição foi candidato pelo PSB, Luiz Fernando Osawa. Após a perda da ação judicial, o mesmo deixou de advogar para a entidade. Na época, os linguarudos de plantão disseram que ele abandonou a causa porque não havia recebido os honorários da associação. Oh dor!
Oi, sumida!
Após as derrotas a entidade sumiu e agora, depois de quatro anos, apareceu novamente. Até parece aqueles políticos que só aparecem de quatro em quatro anos para pedir o voto e depois desaparecem. Me admiro o vereador Patrick encampar um projeto desse sem conhecer a entidade...
Utilidade pública?
O pior é que sempre surgem institutos como esse, que tentam buscar a utilidade pública para conseguir posteriormente verbas de governos municipais, estadual e federal, sem qualquer contrapartida. Já passou da hora de acabar com isso.
Na mira
A presença carnavalesca do empresário Luciano Hang, o velho da Havan, no palco da chegada da areia está na mira de oposicionistas. Hang, querendo ou não, é pré-candidato ao Senado, com pesquisas dando ele na frente. Ainda sem partido, o empresário poderia estar cometendo crime eleitoral, pois usou de sua fala para fazer política e convocar o povão para os atos Bolsonaristas do dia 7 de setembro.
Somente usuários cadastrados podem postar comentários.