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As mulheres nas lutas populares


O 8 de março, comemorado como o Dia Internacional da Mulher, foi apenas mais uma data no calendário, mas que faz sentido se nós lembrarmos do importante papel das mulheres na socidedade, nas lutas pelo pão, pela paz e pela liberdade.

Muitas comemorações demagógicas e festas foram feitas por todo o país e pelo mundo afora. Há o que comemorar? Respondo com amaior convicção: NÃO!

Por que? Porque a maioria dos 1,5 bilhões de pessoas que vivem com um dólar por dia ou menos é constituída por mulheres. Além disso, o fosso entre homens e mulheres apanhados no ciclo da pobreza não parou de aumentar na última década, um fenômeno que tem sido referenciado como “a feminização da pobreza”. No mundo inteiro, as mulheres ganham em média 50% menos que os homens. As mulheres são os pobres do mundo!

As mulheres que vivem na pobreza veem-se muitas vezes privadas do acesso a recursos de crucial importância, como o crédito, as terras e as heranças. Não se recompensa nem se reconhece o seu trabalho. As suas necessidades em termos de saúde e alimentação não são prioritárias, carecem de acesso adequado à educação e aos serviços de apoio e a sua participação nas tomadas de decisões, tanto a nível doméstico como na comunidade, é mínima.

Finalmente, é preciso denunciar que o modo de reduzir a pobreza das mulheres tem sido conduzido de maneira paliativa, sem políticas estruturais. As ONGs que atuam na área cumprem a cartilha das grandes Fundações como Rockfeller, Bill Gates entre outras trabalhando em projetos locais destinados a pôr em execução políticas para garantir que todas as mulheres tenham uma proteção econômica e social adequada durante os períodos de desemprego, doença, maternidade, gestação, viuvez, incapacidade e velhice; e que as mulheres, os homens e a sociedade partilhem as responsabilidades pelos cuidados das crianças e de outros dependentes. Mas, na verdade, essas fundações e outras instituições filantrópicas nada fazem para mudar as causas da pobreza.

Para concluir esse texto vamos nos socorrer do trabalho da grande combatente comunista baiana Ana Montegroque em visita à Curitiba em 1985, autografou, na Livraria Dario Velozo, o seu livro Mulhere - participação nas lutas populares, que tive o prazer da dedicatória da amiga e saudosa companheira Aninha, como era carinhosamente chamada pelos seu companherios(as) e camaradas.

É no contexto desta intrincada teia de dificuldades que devemos localizar – e valorizar- o esforço feito por Ana Montenegro em documentar momentos da participação feminina nas lutas populares brasileiras.

Nesse sentido os fatos que a memória de Ana Montenegro trouxe à luz permitem testemunhar em primeira instância – e por menos que assim a autora - a grandeza da sua própria vida e luta. Mas eles testemunham sobretudo que neste seu engajamento se personificaram a marca e a qualidade das lutas das mulheres do seu tempo.

Viva o 8 de março! Reflexão, protesto e resistência pelo respeito e valorização das mulheres!

(*) Engº Agrº Valdir Izidoro Silveira, jornalista e Especialista em Planejamento e Desenvolvimento Regional-ILPES/CEPAL/ONU-IPARDES-PR.


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