Saúde
Conselho Federal de Medicina proíbe anestesia para tatuagens após morte em Itapema
Decisão é nacional e busca evitar riscos de complicações médicas em procedimentos estéticos
Camila Diel [gomescamila18@gmail.com]

O Conselho Federal de Medicina (CFM) determinou a proibição do uso de sedação, anestesia geral ou bloqueios anestésicos periféricos em procedimentos de tatuagem em todo o território nacional. A resolução foi publicada nesta segunda-feira no Diário Oficial da União (DOU) e abrange intervenções de qualquer porte, independentemente da região do corpo.
Segundo o texto, a medida é válida para todos os casos, com exceção de procedimentos reparadores, quando há recomendação médica para reconstrução de partes do corpo. O CFM não detalhou quantas ocorrências motivaram a decisão, mas informou que a resolução busca reforçar a segurança de pacientes que buscam procedimentos estéticos.
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A publicação ocorre meses após a morte do empresário e influenciador Ricardo Maciel Preto de Godoi, de 45 anos, em uma clínica particular de Itapema. Ricardo foi submetido à anestesia geral antes de iniciar uma tatuagem que cobriria toda a extensão das costas. Durante o processo de sedação e intubação, ele sofreu uma parada cardíaca. Equipes médicas tentaram reanimá-lo por cerca de 50 minutos, sem sucesso.
A Polícia Civil concluiu o inquérito que investigou o caso e indiciou o médico anestesista responsável pelo atendimento por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Conforme o delegado Aden Claus, responsável pela apuração, o profissional foi negligente ao não solicitar exames complementares que poderiam ter identificado uma condição cardíaca de hipotrofia no paciente. Com os exames, segundo a investigação, seria possível evitar a aplicação da anestesia que levou à morte.
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O corpo de Ricardo foi exumado, com autorização judicial, um dia após o sepultamento para a realização de novos exames. Familiares relataram que ele havia interrompido o uso de anabolizantes cinco meses antes do procedimento e que exames prévios indicavam aptidão para ser anestesiado.
Ricardo Godoi era conhecido na área automobilística e era CEO do Grupo Godoi, empresa especializada na comercialização de veículos importados. Ele deixou esposa e filhos.