A sexta-feira chegou com a despedida de um dos maiores fotógrafos do Brasil e do mundo. Sebastião Salgado morreu aos 81 anos, em Paris. A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, organização não governamental fundada por ele em Minas Gerais. No local, na cidade de Aimoré, ele e a esposa Lélia reflorestaram 610 hectares de área degradada. Foi a primeira reserva particular do mundo criada em uma área degradada de mata Atlântica.
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Nas redes sociais, a instituição destacou Sebastião como um dos maiores fotógrafos da atualidade. “Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação ...
Nas redes sociais, a instituição destacou Sebastião como um dos maiores fotógrafos da atualidade. “Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade”, escreveu.
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A causa da morte não foi divulgada. Em 2024, Sebastião se aposentou do trabalho em campo, afirmando que o corpo sentia o impacto dos anos de trabalho e dos desafios enfrentados. Ele tinha um distúrbio sanguíneo causado pela malária, contraída em uma viagem à Indonésia e que não conseguiu tratar corretamente.
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Vida
Sebastião Ribeiro Salgado Júnior nasceu em 1944, na cidade mineira de Aimorés. Formado em Economia, descobriu a fotografia em 1973 e não largou mais. Casado com Lélia Deluiz Wanick desde 1964, teve dois filhos, Juliano e Rodrigo, e fundou o Instituto Terra em 1998.
Através das suas lentes, conheceu mais de 120 países. Seus registros documentais impressionaram o mundo, como os das séries Serra Pelada, Trabalhadores e Êxodos. Em preto e branco, mostrou as maiores belezas da natureza e sua degradação. “Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora”, destacou o Instituto Terra.
Ao fotografar a Serra Pelada, no coração da floresta Amazônica, Salgado colocou seu nome na fotografia mundial. Por meio da série de fotos denunciou o maior garimpo a céu aberto do mundo. “Eu nunca vi nada parecido. Vi passar diante de mim, em frações de segundo, a história do humano, da humanidade, a Torre de Babel”, descreveu Sebastião.
Ele se considerava um emissário da sociedade e via a fotografia como um espelho dela. Ao longo da carreira, foi premiado e recebeu diversas honrarias ao redor do mundo. Entre os destaques está a comenda da Ordem do Rio Branco, no Brasil. Também era membro da Academia de Belas Artes da França e membro honorário da Academy of Arts and Sciences.