Em 1990, enquanto o Brasil fervilhava com os escândalos do governo Collor e as peripécias da ministra Zélia, que confiscou a grana de todo mundo e depois casou com Chico Anysio, em Santa Catarina a dobradinha Vilson Kleinubing (PFL) e Esperidião Amin (PDS) conquistou os cargos de governador e senador. Desta vez, quem se deu mal foi o PMDB de Nelson Wedekin, Dirceu Carneiro e Paulo Afonso Vieira.
Em Itajaí, Arnaldo Schimitt (PMDB) conquista a primeira vaga de deputado estadual, já outros como Volnei Morastoni (PT), Noemi Cruz (PMDB), Aristo Pereira (PT) e Lenine Passos (PMDB) não tiveram ...
Em Itajaí, Arnaldo Schimitt (PMDB) conquista a primeira vaga de deputado estadual, já outros como Volnei Morastoni (PT), Noemi Cruz (PMDB), Aristo Pereira (PT) e Lenine Passos (PMDB) não tiveram a mesma sorte e submergiram na barca.
Na edição de 11/10/1992, uma semana após a renúncia de Collor, a Barca veio diferente. Estampada na capa, a caricatura do João Macagnan (PMDB), que deixava a prefeitura, e uma singela chamada em forma de poema: “veja a cupinchada, toda de cabeça inchada, que viaja pro remoto, todo mundo cabisbaixo, desce rio abaixo, chorando a falta de voto”.
Na parte interna, Pavan (PDT) levava a eleição em Balneário, e do outro lado do rio, o Deba (PMDB) elege Manoel Evaldo Müller. Desta vez, o véio Dalmo agregou os perdedores das cidades vizinhas para não ficarem sem rumo. Os esnobados de Piçarras, por exemplo, foram chorar as mágoas no Rio Grande do Sul. O texto tava tão inspirado que até dá pena cortar:
“Quando a barca saía da barra do Itajaí-Grande, muita gente correu para o molhe do Atalaia pra se despedir. No local, o que se ouvia era choro de gente dizendo-se ‘garfada’. O Elói dizia que foi tungado em 500 (votos). O Lalau dizia que onde só tinha 3 votos faltaram 3 zeros.
O velho Sena, como bom anarquista, se mijava de rir. Dizia à boca pequena que tinha sabotado a barca pra afundar antes de chegar na Armação. O Marvado se lamentava. Não fosse o “impixe” do Collor, ele teria ‘lavado a égua’. O Bozó gritava do molhe pra barca: Obrigado, Arnaldo! Obrigado, Cachel! Dentro da barca, o Milinha dizia que ia pra Suíça vender chocolate, enquanto o Bellini ia para o Tocantins em busca dos votos perdidos”.
É tetra!
Em 1994, a Barca saiu na edição de 12 e 13 de outubro meio vazia. Parecia que a redação tava de ressaca, comemorando a Copa do Mundo dos ‘Isteitis’, aquela da dupla Romário e Bebeto. Até o chargista deu no pé. Em vez da caricatura dos candidatos, voltam as carinhas cortadas de revista. Estavam a bordo o Arnaldo Schimitt, o Nelson Wedekin e o Nelinho. No píer estavam o Pavan (PDT) e o Jandir Bellini (PP, ex-PDS), que se elegeram deputados estaduais.
Quatro anos depois, era Volnei Morastoni (PT) que tava no píer, para o segundo mandato como deputado, dando tchauzinho pro Arnaldo Schimitt, o Dalçóquio e o governador Paulo Afonso Viera, que escapou do impeachment dos precatórios por apenas dois votos. Na parte interna, Dalmo tira um sarro do Amin através da folclórica figura do Nego Dico: “fala pro governador que tem que investir no turismo, mulherismo e cachacismo”.