AVENTURA
Subida de deficiente visual ao pico do Cambirela foi um sucesso
Grupo se revezou para ajudar Gerson Cardoso durante o trajeto de 12 horas
Ana Zigart [editores@diarinho.com.br]




O projeto “Montanha sem Limites” levou um deficiente visual para uma aventura inclusiva. Ele se desafiou e chegou ao pico do Morro Cambirela, em Palhoça, no último domingo. O trajeto de 6 km, entre ida e volta, apesar de curto, exige muita técnica devido à altitude, obstáculos e ao terreno e, por isso, é considerado difícil até mesmo para trilheiros experientes.
O grupo formado por 12 pessoas começou a subida por volta das 3h da madrugada. Foram quatro horas até alcançar o cume de mais de mil metros de altitude, conduzindo o atleta totalmente cego. Gerson Cardoso, de 33 anos, foi acompanhado de uma equipe de guias voluntários, socorristas profissionais e trilheiros que se dispuseram a embarcar na aventura.
“Em alguns momentos eu duvidei de mim mesmo, o terreno estava muito escorregadio, pegamos chuva o que aumentou o desafio. Mas valeu a pena, foi uma batalha vencida que vou levar pra toda vida. Não é qualquer um que sobe ali. Mesmo que eu faça outras trilhas, o Cambirela será sempre supremo... Muito obrigada a todos, foi maravilhoso”, agradeceu Gerson.
Para conseguir conduzir Gerson com segurança, o grupo de guias voluntários se revezou durante o trajeto, utilizando técnicas de guiamento de deficientes visuais e audiodescrição.
“O mais difícil foram as partes de escalada, pois estamos ali desafiando os nossos próprios limites e sendo responsável por uma outra pessoal que depende totalmente de você. Pra mim foi uma vitória, pois foi a minha segunda vez no Cambirela, e apesar das dificuldades foi muito tranquilo e conseguimos cumprir nosso objetivo”, contou Célio Noerenberg, guia voluntário do projeto “Montanha sem Limites”.
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