Hospital Marieta

Sobreviventes têm reencontro emocionado

Deivid, que foi transferido para o hospital Marieta, recebeu a visita dos companheiros Domingos e Zoel

Deivid, Domingos e Zoel são três dos seis tripulantes que sobreviveram
 (foto: Acervo pessoal)
Deivid, Domingos e Zoel são três dos seis tripulantes que sobreviveram (foto: Acervo pessoal)

Com muita emoção.  Assim foi o reencontro de três sobreviventes do naufrágio do pesqueiro Safadi Seif: Deivid Luiz Monteiro Ferreira, Domingos Pereira do Rosário e Zoel Teixeira Barros, na tarde desta terça-feira, no hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí.

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Deivid, que estava internado na capital e foi transferido do hospital Celso Ramos para o Marieta, recebeu a visita dos dois companheiros sobreviventes. A visita foi entre lágrimas e abraços ...

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Deivid, que estava internado na capital e foi transferido do hospital Celso Ramos para o Marieta, recebeu a visita dos dois companheiros sobreviventes. A visita foi entre lágrimas e abraços apertados.

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No reencontro, Deivid, ainda acamado e se recuperando das mais de 48 horas à deriva no mar gelado, também desabafou lamentando que possivelmente Alisson da Silva Santos e Diego Silva de Brito, os dois pescadores ainda desaparecidos, estejam mortos.

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Deivid e Domingos são amigos de infância de Curuçá, no interior do Pará. Foi Domingos que indicou Deivid para trabalhar embarcado no Safadi Seif. “Eu arranjei o trabalho e se ele morresse, eu ia me culpar. Essa era a minha preocupação, eu ficava pensando nisso...”, falou, emocionado, no vídeo. Deivid estava morando há um mês dentro da embarcação e sofreu o naufrágio na primeira saída para alto mar.

Domingos e os colegas Zoel, Mário Gomes Soares, Djalma dos Santos da Silva e Luiz Carlos Messias foram resgatados de uma balsa inflável.  O grupo foi o primeiro a ser resgatado, na noite de sábado.  Já Deivid,  Alisson e Diego se jogaram no mar assim que o Safadi deu sinais de naufrágio. Eles se separaram do outro grupo que esperou o último momento para abandonar o barco que estava naufragando. Deivid acredita que sobreviveu porque se enrolou em dois salva-vidas ao se jogar no mar. Os dois pescadores que estavam com ele sumiram.

Deivid foi localizado  na  noite de domingo, boiando, sozinho, com desidratação e hipotermia. Além de sobreviver  ao frio, fome, sede e ao mar revolto, Deivid teve que passar uma madrugada no corredor do hospital Celso Ramos aguardando um leito para internação ao ser hospitalizado.

Durante a visita no hospital, os amigos compartilharam vídeos nas redes sociais e narraram momentos que viveram em alto-mar. “O barco começou a estalar e eu fui ver o que era, porque eu sou o motorista. O porão não estava cheio de água, mas de repente eu olho e estava enchendo”, contou Domingos.

Foi Domingos quem pegou coletes salva-vidas e jogou para os colegas. Ele não vestiu o item de segurança porque tentava pegar os documentos em uma bolsa. “A gente esperou até o último... Quando não deu mais, falei vamos embora, mas eles ainda não queriam sair. Quando eles viram eu sair, vieram atrás”, revela. “Eu peguei uma boia, enrolei na minha mão. Chamei o Zoel e falei para pegar a boia. Ele se agarrou e ficou. O cozinheiro boiou, ficou ali. O mestre, Djalma, também apareceu”, completa Domingos.

Como Djalma contou, a balsa salva-vidas não abriu imediatamente, e eles tiveram que fazer o procedimento manualmente. “Abrimos o lacre, s a corda e entramos. Apitamos e chamamos, mas o vento estava forte e o mar o agitado. A gente não pode ficar perto do barco, porque o casco ia furar a boia. Nós soltamos o barco, o vento estava a mil por hora e nos levou para cada vez longe. Eles [Deivid, Alisson e Diego] ficaram na água  Eles pularam antes e não nos achamos mais”, narra.

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Gritos desesperados

Já Deivid relembrou os momentos de pânico ao lado de Alisson e Diego – antes dos companheiros desaparececerem. “Estava escuro e foi pelo grito. Diego se apavorou e ficava gritando pelo primo dele. Eu falava:  'Diego, te acalma'. O Alisson também gritava pelo Djalma. Eu falava: ´calma, eles vão ficar bem´. Eu fui acalmando até eles pararem de gritar. Só que a maré foi afastando. Não conseguimos alcançar o barco”, revela.

No tempo que ficaram à deriva, os três encontraram dois suprimentos que caíram do barco, uma caixa de leite e um  refrigerante. “No escuro, eu bati em uma caixinha de leite e bebemos para saciar a sede. Nas costas do Alisson bateu uma garrafa de Coca-cola...”, conta.

Com o passar das horas, e o mar cada vez agitado, os três foram se distanciando. Deivid lembra a última vez que viu os dois colegas boiando. “Eles estavam inchados. Tudo branco..”, narra emocionado. 

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"Sinais" pra retornarem

Deivid falou ainda do que entendeu como "sinais"  ignorados que seriam para abandonar a pescaria e voltar para terra firme antes da tragédia acontecer. “Duda [Domingos] você lembra do fogo na sala de máquina? Explodiu a bateria...Isso porque Deus queria que a gente voltasse antes de arriar o material... Mas fazer o que, Deus quis assim. Estamos aqui, vamos ser os mesmos amigos e mais agarrado ainda”, desabafou.

O encontro entre Deivid, Domingos e Zoel no hospital terminou quando uma enfermeira  interrompeu o relato e levou o paciente para uma tomografia.

Buscas continuam

A Marinha do Brasil informou que prosseguem as buscas aos pescadores desaparecidos na noite dessa terça-feira. A embarcação Safadi Seif segue emborcada e  parcialmente submersa entre a costa de Florianópolis e Garopaba. “Cabe ressaltar que a responsabilidade para retirada do casco é do proprietário/armador, o qual foi notificado para realizar a ação brevemente”, informou a Marinha. O inquérito administrativo da Capitania dos Portos tem 90 dias para apurar as causas e as responsabilidades pelo naufrágio.

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