ITAJAÍ
La Gitana é a mais antiga loja de aviamentos da cidade
Comércio completou 56 anos de história, tocado pela família dos fundadores
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Enchente, pandemia, crise econômica, mudanças de hábitos de consumo, comércio na internet. Isso tudo atravessa a história da mais antiga loja de aviamentos de Itajaí, a La Gitana. O comércio completou em maio 56 anos de atividades, resistindo ao tempo e “conquistando gerações”, como diz o próprio lema da casa, fundada pelo casal Ney Vianna Zaguini e Valério Marcílio Zaguini, já falecidos.
De acordo com Ruslane Zaguini Rothbart, de 63 anos, a Lane, filha de dona Ney, e o marido Márcio da Silva Rothbarth, 65, que tocam a loja com a família, o segredo da longevidade está na busca pelo melhor atendimento, na valorização dos clientes e na diversificação dos produtos, além da insistência diante das dificuldades. “A gente não desiste”, resume Lane.
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A loja da rua Olímpio Miranda Júnior, 242, no centro de Itajaí, tem data oficial de abertura em 24 de maio de 1967, em referência ao dia de Santa Sara Kali, padroeira os ciganos e das grávidas que inspirou o nome do comércio.
O negócio, porém, começou antes, em 1963, quando dona Ney e Valério se mudaram para o endereço e começaram a vender lãs e telas na sala de casa.
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O casal era corretor de seguros da Sulamérica, sendo que Valério ainda havia sido telegrafista dos Correios. “Aos poucos, com muito sacrifício e trabalho, eles conseguiram iniciar a loja em 1967. Onde era a garagem, virou loja”, lembra Lane. Ela e o marido, que seguem o legado da família, destacam que os pais sempre buscaram variedade e qualidade nos produtos.
De armarinhos, a loja passou a ter presentes, bijuterias e artigos de carnaval, de festas juninas e de Halloween, ampliando a clientela. “Hoje ainda vendemos um produto que meu avô vendia na alfaiataria dele, os lenços Presidente”, observa. Em 1977, a loja foi ampliada e mais tarde começou a trabalhar com tecidos importados para patchwork.
Além de aviamentos, há tecidos, fios, linhas, lãs, presentes e decoração. A loja ainda mantém há 18 anos um ateliê onde há cursos como de bordados, costura criativa, tricô, crochê e quilting, através de uma parceria com professoras. São 45 alunos, incluindo os da turma infantil, criada neste ano.
História ligada ao primeiro alfaiate

Márcio e Lane são a segunda geração no comando
O negócio da família tem história ligada ao juiz de paz Victor Zaguini, sogro de dona Ney que foi o primeiro alfaiate de Itajaí e que tinha uma lojinha junto à alfaiataria na rua Hercílio Luz. A esposa dele, Hilda, era bordadeira de enxovais.
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Lane conta que a mãe começou no “ramo” ajudando na loja do avô. Depois de 10 anos morando junto com os sogros, dona Ney, o marido e os filhos fixaram residência na Olímpio Miranda Júnior, onde posteriormente iniciaram o negócio próprio.
A tradição da loja é mantida por Lane e Márcio, junto com os filhos Thenyson e Sharon, e o genro do casal, Adriano Lamim. Márcio destaca que o comércio resiste mesmo diante dos grandes magazines, lojas de departamentos e shoppings que, segundo avalia, mudaram os hábitos de consumo.
Ainda assim, a La Gitana mantém uma clientela fiel e consegue atrair novos clientes pelo bom atendimento e variedade de produtos, alguns difíceis de achar em outro lugar. O envolvimento da família no negócio é a base. “Muitas lojas fecharam. Por que nós ainda estamos continuando? A família pegou e está dando conta do recado e tocando em frente”, destaca Márcio.