Mulher do apito
Árbitra de Itajaí recebe de novo o escudo da CBF
Desde 2015 Tainan Bordignon Somensi faz parte do quadro nacional de árbitros
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Pelo nono ano consecutivo, a árbitra de futebol Tainan Bordignon Somensi, de Itajaí, vai integrar o quadro de árbitros da CBF. Aos 28 anos, ela recebeu o escudo da entidade em solenidade nesta terça-feira na sede da Federação Catarinense de Futebol (FCF), em Balneário Camboriú. Com isso, Tainan segue habilitada para atuar nas competições nacionais de 2023.
A carreira como árbitra de futebol começou há 10 anos, na FCF. Em 2014 ela fez o curso e ingressou no quadro de árbitros em Santa Catarina e da Liga Itajaiense de Desportos, onde permanece até hoje. No ano seguinte, em 2015, foi indicada para compor o quadro da CBF. Atualmente, Tainan trabalha tanto em jogos do futebol catarinense de diferentes categorias, quanto no Campeonato Brasileiro feminino, da CBF.
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“O futebol feminino está em uma evolução gigantesca, as meninas estão cada vez mais velozes. Antigamente havia uma diferença maior na parte técnica e física (com os homens). Não vejo mais muita diferença, não. Apitar futebol feminino não é fácil, as meninas exigem a mesma presença que temos que ter no masculino, de correr muito e acompanhar os lances de perto”, comenta Tainan, que no próximo domingo comanda o duelo entre Avaí/Kindermann e Atlético (MG), pela primeira divisão do Brasileiro feminino, em Caçador.
Desde que começou na profissão, Tainan vem acompanhando também o crescimento do espaço das mulheres no futebol, tanto de atletas, quanto na arbitragem. A maior referência da atualidade é a árbitra paulista Edina Alves Batista. Além de já ter participado das principais competições femininas do mundo, Edina atuou no Mundial de Clubes masculino em 2021, apitou a final do Paulistão masculino deste ano, e é escalada com frequência para grandes jogos do futebol brasileiro e da América do Sul.
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“Esse crescimento é sinônimo de felicidade, de alegria. O espaço está aí, temos que continuar desempenhando bons trabalhos que a gente vai cada vez mais conquistando nosso espaço. Eu, como árbitra central, me inspiro muito na Edina e na Charly Wendy (árbitra catarinense), e é muito bacana que a gente também sirva de motivação para outras meninas verem que elas também podem. O futebol feminino vem crescendo, a arbitragem feminina tende a crescer e conquistar cada vez mais espaço”, comenta Tainan.
Construindo a própria história
Tainan conta que sempre esteve envolvida com o futebol. Ela começou como atleta, praticando futebol e futsal, até que um árbitro, que na época era do quadro da CBF, lhe apresentou o caminho da arbitragem para seguir no esporte.
“Eu estava fazendo um treino na academia e tinha um árbitro da CBF na esteira do lado que eu estava treinando, o Jefferson Schmidt. Ele perguntou se eu tinha interesse em ser árbitra, aí foi um caminho sem volta, comecei a acompanhá-lo nos jogos e ele meu deu o norte de como seguir”, explica.
Após uma década de apito, a árbitra itajaiense sonha com voos maiores na profissão e em continuar abrindo mais espaço para as mulheres no futebol.
“Meu objetivo é continuar evoluindo profissionalmente e pessoalmente, cada vez mais por dentro das regras, tendo uma leitura de jogo melhor, atuar em jogos cada vez mais expressivos e continuar desempenhando com muito amor minha função de árbitra. Mostrar para meninas mais jovens que elas também podem fazer o que elas quiserem, tanto quanto um homem, temos que nos especializar e continuar lutando para construir nossas histórias e carreiras”, finaliza.