O terminal rodoviário de Navegantes, na avenida João Sacavem, no centro da cidade, está na mira de usuários e vizinhos. Eles reclamam do descaso da prefeitura com a grande quantidade de moradores de rua e usuários de drogas.

As reclamações vão desde perturbação aos usuários que aguardam ônibus no local até o aglomero depois que o local fecha, com gritaria e brigas. “Os maiores problemas acontecem no início da manhã, quando a gente chega para trabalhar, e é abordada por eles. E quando não damos  dinheiro, eles nos xingam e até nos ameaçam. Durante o dia fica mais calmo, mas a coisa fica feia à noite”, conta Ana, que mora no bairro São Domingos e usa o transporte coletivo para trabalhar no centro, e se sente incomodada com a abordagem inconveniente de mendigos que se abrigam no local.

“Se eu trabalho até mais tarde vou para casa de Uber, porque não é seguro esperar ônibus ali. Fica tudo abandonado”, completa. 

Já um vizinho do terminal diz que muitas vezes não consegue dormir pelo barulho de algazarra. “Eles gritam, brigam e uma noite dessas chegaram a bater numa mulher. E a gente não pode fazer nada porque eles vêm pra cima mesmo. Temos medo até de acionar a polícia e depois eles nos agredirem”, diz o morador.

Embora não seja acionada com frequência, o comando do batalhão da Polícia Militar de Navegantes informa que é constante a abordagem de pessoas em situação de rua no local.

“Rodoviária tem dono” mas assistência social atua no local

O secretário de Assistência Social de Navegantes, Aldo Decker, diz que o local onde funciona a rodoviária não é público e sim de propriedade da Colônia de Pescadores.

“Portanto, tudo o que se passa dentro da rodoviária é de responsabilidade do proprietário. Contudo, a equipe da Abordagem Social até atua lá, pois esse é seu trabalho”, diz o secretário.

Aldo destaca que a Assistência Social do município não atua com serviços de segurança, o que afirma ser obrigação da Polícia Militar, e nem recupera as pessoas usuários de álcool ou drogas, o que segundo ele, é serviço da secretaria de Saúde. “A Assistência Social oferece, por meio de seus diversos serviços, assistência às pessoas, mas não obriga ninguém a aceitar nossa oferta.”

Procurado, o secretário de Segurança Pública de Navegantes, Joziel José Pereira, não retornou à reportagem.