Itajaí foi destaque nos dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados na sexta-feira pelo IBGE, referente a 2020. A cidade ganhou seis posições entre os 100 maiores PIBs do país, agora ocupando o 28º lugar. O município é dos cinco do Brasil que mais ganharam participação no PIB num ano marcado pela pandemia e teve ainda o maior avanço do PIB per capita entre as principais cidades catarinenses e um dos melhores desempenhos nacionais.

O levantamento consolida Itajaí como a segunda maior economia de Santa Catarina, com R$ 33,1 bilhões de riquezas geradas em 2020, atrás apenas de Joinville. A cidade integra o seleto grupo dos cinco municípios catarinenses que estão entre os 100 maiores PIBs do país: Joinville, Itajaí, Florianópolis, Blumenau e Chapecó.

As cidades respondem por 34,5% do PIB de Santa Catarina, que foi de R$ 349,3 bilhões em 2020, e por 1,6% do PIB nacional. O estado ganhou mais representatividade no país, com a entrada de Chapecó, que em 2019 não integrava a lista das 100 maiores economias brasileiras. Chapecó passou da 109ª para a 98ª posição. Itajaí subiu de 34º para o 28º lugar.

Dos 20 maiores PIBs catarinenses, Itajaí, Chapecó e Araquari tiveram os maiores avanços. O crescimento em Itajaí foi de 17,3%, equivalente a R$ 4,9 bilhões, o mais expressivo do estado. Outro destaque para a cidade é que Itajaí está entre os quatro municípios catarinenses com os 100 maiores PIBs per capita do país e registrou o maior crescimento do estado.

O PIB per capita é o valor total do PIB dividido pela população do município. Nessa avaliação, Itajaí ficou em 2ª lugar no estado e na 47ª posição nacional, com o valor R$ 148,2 mil por pessoa. O resultado representa uma alta de 15,4% em relação a 2019, sendo o maior crescimento do PIB per capita entre as 20 maiores economias do estado. O percentual é mais que o dobro da média estadual, que ficou em 6,7%.

Nacionalmente, Itajaí teve aumento de 0,1% no PIB, respondendo por 0,4% das riquezas do país. A cidade está junto com os Parauapebas e Canaã dos Carajás, ambas no Pará, e com Manaus (AM) e Saquarema (RJ), nos cinco municípios brasileiros com os maiores ganhos no PIB em 2020.

O resultado foi na contramão dos líderes do ranking nacional, como São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ), que tiveram as maiores perdas.

BC, Itajaí e região

A concentração urbana de Itajaí e Balneário Camboriú tem o maior PIB entre as regiões avaliadas no estado. Essa avaliação considera grupos de cidades com mais de 100 mil habitantes que tem alto nível de integração devido aos deslocamentos das pessoas para trabalho, estudos e outras atividades.

O grupo de Itajaí e Balneário abrange sete cidades, incluindo ainda Camboriú, Piçarras, Navegantes, Penha e Barra Velha. O PIB para essa região foi de R$ 50,1 bilhões em 2020, sendo R$ 5,7 bilhões a mais que em 2019. Foi o maior PIB entre as 11 concentrações urbanas catarinenses.

Na análise de densidade econômica, que faz uma ponderação do PIB pela área territorial, a região de Itajaí e Balneário manteve a 6ª maior densidade do país, com R$ 52,6 milhões por quilômetro quadrado, e a maior densidade econômica em Santa Catarina.

Em termos de regiões geográficas, o Vale do Itajaí concentra 30,4% do PIB catarinense, sendo a mais rica entre as seis regiões do estado. A região do Vale do Itajaí reúne 54 cidades que, juntas, somaram R$ 106 bilhões de riquezas em 2020, numa alta de 0,3% em relação à 2019. O Oeste foi a região que mais cresceu no período: 0,8%.

Serviços predominam entre as atividades econômicas

O setor de serviços predomina na maioria dos municípios, liderando a participação no PIB em 137 cidades (46,4%) do estado. Agropecuária (35,6%) e indústria (23,4%) vem em seguida. Em Itajaí, a participação dos serviços foi de 76,1%, seguida da indústria (15,5%), administração (8%) e agropecuária (0,4). O setor também lidera nas 10 cidades mais ricas do estado.

De acordo com o analista de contas regionais do IBGE, Luiz Antônio de Sá, a participação das atividades de serviços foi fator determinante para a perda de riquezas nas cidades que lideram o PIB no país, em especial devido aos impactos da pandemia no comércio. Já o crescimento registrado em cidades como Itajaí, teria a ver com as características regionais, em que o desempenho em determinada área compensou perdas em outros setores.

“Os resultados de 2020 evidenciam que os efeitos da pandemia de Covid-19 sobre as economias municipais variaram de acordo com a importância das suas atividades de serviços, sobretudo as presenciais”, comentou. Para Itajaí, as atividades de serviços que tiveram maior influência no resultado foram de comércio e reparação de automóveis e motos.