Poluição
Rio Camboriú melhora avaliação, mas segue como um dos mais sujos
Boletim estadual aponta piora nos indicadores em 40% dos rios monitorados em Santa Catarina
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
O novo boletim do programa de monitoramento da qualidade das águas dos principais rios de Santa Catarina mostra que a situação piorou em 40% dos rios monitorados desde o último boletim, de março. Do total de 40 pontos pesquisados a cada trimestre, 16 tiveram queda nos indicadores de qualidade, entre eles o rio Itajaí-mirim, em Brusque.
O rio Camboriú, em Camboriú, foi destaque no levantamento, com melhora na classificação, passando de 38 pra 51 pontos no Índice de Qualidade da Água (IQA), indicador internacional que vai de 0 a 100 e é calculado a partir de nove parâmetros de qualidade. Com 13 pontos a mais na avaliação, o rio mudou a classificação de “Ruim” para “Razoável”.
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Apesar do avanço em Camboriú, o rio ainda tem os piores índices de qualidade entre os 40 pontos monitorados no estado, junto com o rio Itajaí-mirim, em Brusque, que também tem 51 pontos na classificação. O índice está apenas um ponto acima da marca considerada “Ruim”.
“A condição relatada representa uma sutil melhora global na qualidade das águas analisadas, quanto ao IQA, em relação à campanha do mês de março”, informa o boletim. Entre nove bacias hidrográficas monitoradas, o rio Camboriú aparece com Tubarão na melhora da qualidade, enquanto três pontos ficaram na mesma e quatro tiveram piora na avaliação, incluindo a bacia do rio Itajaí.
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Embora o percentual de locais com boa qualidade tenha reduzido, o estudo frisa que não houve pontos monitorados com qualidade ruim. A classificação atualizada mostra 20% dos pontos com qualidade “Boa” e 80% com qualidade “Razoável”.
O cálculo do IQA considera entre os parâmetros a presença de coliformes termotolerantes, níveis de acidez e oxigênio, nitrato, fosfato total, variação da temperatura da água, turbidez e sólidos totais. Os critérios avaliam a interferência na qualidade da água pelo despejo de esgotos domésticos e lançamentos de materiais orgânicos.
Poluição de esgoto
No rio Camboriú, o levantamento aponta que os índices medidos não atendem à resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) quanto à presença de coliformes termotolerantes, que voltou a crescer no local, e fósforo total, com limites acima do estabelecido.
Os coliformes termotolerantes estão ligados ao despejo de esgoto doméstico não tratado e a efluentes de criação animal. Já o fosfato pode ter origem natural, pela decomposição de materiais biológicos e erosão de rochas, ou resultado de atividades humanas, como de terras agrícolas com fertilizantes e falhas no tratamento de águas.
A quantidade de coliformes termotolerantes é o principal problema na bacia do rio Itajaí. O relatório aponta piora do indicador, em relação ao estudo de março, em três pontos avaliados, em rios de Blumenau, Timbó e Ibirama. O rio Itajaí-açu em Blumenau e em Ilhota, embora tenha melhorado no geral, ainda segue com índice de coliformes em excesso.
Plano de melhoria na Bacia do Itajaí
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Pesquisa mostra que poluição também piorou situação no rio Itajaí
A bacia do rio Itajaí é a que tem o maior território em Santa Catarina e a primeira a ser enquadrada de acordo com a resolução 91/2008, do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, pra estratégias de gestão. A aprovação ocorreu em março deste ano e prevê um plano de melhoria da qualidade da água, com metas definidas pra 2025, 2030, 2035 e 2040.
Segundo o boletim do governo estadual, ligado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o monitoramento contínuo da qualidade da água é imprescindível para que a efetividade e o avanço do processo de gestão de recursos hídricos sejam alcançados.
“A construção da série histórica de dados proporciona a compreensão acerca da evolução da qualidade da água, a identificação das causas de contaminação e das medidas necessárias para atingimento de metas estabelecidas nos planos de recursos hídricos”, destaca o boletim.
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A pesquisa trimestral da situação dos rios vem ocorrendo desde 2019, quando iniciou com 23 pontos monitorados. O programa cobre atualmente 40 pontos de nove bacias e tem previsão de chegar até 105 pontos ainda neste ano.
Índice de Qualidade da Água |
Faixa de pontuação |
0 a 25 – Péssima Continua depois da publicidade 26 a 50 – Ruim 51 a 70 – Razoável 71 a 90 – Boa 91 a 100 – Ótima |
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Parâmetros avaliados |
Nível de pH (acidez), DBO (demanda biológica de oxigêncio), coliformes termotolerantes, nitrato, fosfato total, variação da temperatura da água, turbidez, sólidos totais e oxigênio dissolvido |
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Boletim Junho/2022 |
40 pontos monitorados 21 melhoraram 16 pioraram 3 mantiveram índice |
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Qualidade Razoável |
P40 Camboriú – 51 P11 Brusque – 51 P7 Ituporanga – 52 P30 Alfredo Wagner – 53 P9 São João Batista – 55 P34 Joinville – 57 P3 Forquilhinha – 58 P8 Major Gercino – 58 P18 Jaraguá do Sul – 59 P21 Guaramirim/Massaranduba – 60 P13 Blumenau – 61 P14 Ilhota – 61 P19 Joinville – 61 P2 Içara – 62 P16 Blumenau – 63 P27 Ibirama – 63 P31 Biguaçu – 64 P39 São Bonifácio – 64 P6 Palhoça – 65 P10 Taió – 65 P17 Guaramirim – 65 P12 Ibirama – 65 P25 Taió – 65 P28 Blumenau – 66 P35 Santo Amaro da Imperatriz/Águas Mornas – 66 P1 Araranguá – 67 P4 Tubarão – 67 P15 Timbó – 68 P24 Itaiópolis – 68 P26 Indaial – 68 P32 Braço do Norte – 68 P5 São Ludgero – 70 |
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Qualidade Boa |
P29 Apiúna – 73 P36 Imaruí – 73 P22 Meleiro – 77 P20 Joinville – 78 P23 Gravatal – 80 P37 Paulo Lopes – 83 P33 São João do Sul – 84 P38 Paulo Lopes – 89 |