Itapema
Médico em surto psicótico faz esposa de refém
Ação durou três horas; vizinhos denunciaram quebradeira à polícia
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Uma mulher foi feita refém pelo marido, um médico cardiologista, de 46 anos, na manhã de segunda-feira, em Itapema. A ocorrência durou três horas e só teve fim após negociação envolvendo o major Sommer, do Batalhão de Operações Especiais (Bope), e outros 22 policiais militares. A mulher abriu a porta do apartamento do quinto andar, na avenida Governador Celso Ramos, no bairro Meia Praia, assim que o marido desmaiou no quarto.
Vizinhos chamaram a polícia após ouvirem a briga e um quebra-quebra no apartamento. Segundo informações da Polícia Militar, o médico estava em surto psicótico.
O apartamento alugado pelo homem, que é médico cardiologista em São Paulo, foi destruído durante o surto. Ele alegava que estava vendo motos e ouvia barulhos durante a noite em casa, chegando a ver pessoas dentro da casa por duas vezes.
O médico ainda berrava que iria atear fogo no lençol e jogar pela janela. Os PMs conversaram com o homem, pedindo que abrisse a porta, mas ele se manteve irredutível, fazendo diversas exigências e alegou estar armado.
O Bope veio de Florianópolis para mediar o caso. Foi uma hora de conversa, até que a esposa abriu a porta para os policiais, enquanto o marido estava desmaiado no quarto. Tanto a mulher como o médico foram encontrados sem roupa.
Estado de esquizoide
O médico foi levado ao hospital Santo Antônio após ser atendido pelo Samu. Pelo relato dos médicos de Itapema, o doutor estava em estado de esquizoide, alegando perseguição. “No depoimento das partes foi possível compreender que ambos se encontravam amedrontados, com sensação de perseguição, que se sentiam inseguros com relação à sua segurança, pois acreditavam que alguém estava os seguindo e tentando lhes fazer algum tipo de mal”, relatou a PM.
A PM não encontrou armas no apartamento. A esposa também não apresentava nenhum machucado pelo corpo. Os vizinhos também chegaram a falar que houve uma tentativa de suicídio por ingestão de remédios, mas o fato também não se confirmou.
A PM fez o boletim de ocorrência, mas o médico não quis assinar o documento, porque alegou que não podia ler por estar sem óculos. O caso foi entregue à Polícia Civil.