O embargo da dragagem permanente executada no calado do rio Itajuba, em Itajuba, Barra Velha, causou um protesto dos pescadores da comunidade na manhã de sábado, com a presença de 20 embarcações.
Os pescadores trancaram a saída da foz, pedindo a autoridades ambientais a liberação do canal para o serviço de dragagem.
Segundo o presidente da Colônia de Pescadores Z-4, Zequinha Viana, há pelo menos seis anos se agrava o avanço da areia sobre o calado. Uma draga contratada pelo município fazia permanentemente ...
Os pescadores trancaram a saída da foz, pedindo a autoridades ambientais a liberação do canal para o serviço de dragagem.
Segundo o presidente da Colônia de Pescadores Z-4, Zequinha Viana, há pelo menos seis anos se agrava o avanço da areia sobre o calado. Uma draga contratada pelo município fazia permanentemente essa manutenção, mas o contrato encerrou e uma nova draga teria sido contratada supostamente sem licença ambiental – o que gerou o impedimento dos serviços.
Segundo os pescadores, o calado praticamente impede a saída e entrada dos barcos, e a dragagem custeada pelo município não havia sofrido com ações de órgãos ambientais desde 2016, quando um molhe foi construído na ponta norte do rio. Atualmente, a região passa pelas obras de construção da nova ponte sobre o mesmo rio, em fase de concretagem das vigas.
A Fundação do Meio Ambiente de Barra Velha (Fundema) e o Instituto do Meio Ambiente (IMA), do Governo do Estado, responsáveis pelo embargo, não retornaram ao contato da reportagem no fim de semana.
“Estamos encalhados. Como o pescador sai para ganhar seu sustento?”, questiona um dos pescadores, em vídeo gravado na manhã deste sábado, durante o protesto. “Todo ano precisa dragar de duas a três vezes. Em gestões anteriores, não tinha órgão ambiental impedindo, e hoje as autoridades estão prejudicando quem vive da pesca”, reclama.
“Estamos encalhados. Como o pescador sai para ganhar seu sustento?” - PROTESTO DOS PESCADORES
Encalhados no protesto
Mesmo no momento da manifestação, barcos encalharam e tiveram de ser rebocados por outras embarcações, ampliando a revolta entre os pescadores. No local, é possível constatar a lâmina d’água fina existente, demonstrando o assoreamento.
Na foz, um molhe de pedras foi construído entre 2012 e 2016, no lado norte, durante a gestão do então Claudemir Matias (PSB). Segundo os pescadores, sempre entendeu-se da necessidade do segundo molhe, na ponta do acesso à Praia do Grant, para fixar a desembocadura e evitar a entrada de areia; mas a finalização da obra nunca chegou a ser executada.
O DIARINHO entrou em contato com a Fundema e também com o IMA. A assessoria do prefeito Douglas da Costa (PL) também foi contatada.