O escritor itajaiense Nilson José, que é ex-diretor de Pesca de Itajaí, fez ofícios ao gabinete do prefeito Volnei Morastoni (MDB), à superintendência das Fundações e à Comissão de Cultura da Câmara de Vereadores de Itajaí para tentar resgatar uma homenagem aos pescadores que ficava na avenida Beira-rio, no bairro Fazenda. Nilson sugere a reconstrução do “Monumento ao Pescador”, erguido na década de 1980.
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Nilson lembra, neste dia 29 de junho, Dia Nacional do Pescador, que Itajaí é reconhecida como a Capital Nacional da Pesca e o Maior Polo Pesqueiro do país. “São mais de 2000 pescadores ...
Nilson lembra, neste dia 29 de junho, Dia Nacional do Pescador, que Itajaí é reconhecida como a Capital Nacional da Pesca e o Maior Polo Pesqueiro do país. “São mais de 2000 pescadores que trabalham a bordo das embarcações pesqueiras, divididas em várias modalidades. Eles contribuem para o crescimento econômico da nossa cidade, gerando milhares de empregos e renda”, explica.
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O escritor comenta que até mesmo em momentos difíceis como na pandemia de covid-19 os pescadores seguiram trabalhando em alto-mar sem deixar o setor esmorecer. “Resgatar esse monumento é resgatar parte da nossa história, da nossa cultura, da identidade e do orgulho da nossa gente em dizer somos peixeiros, além de renovar a autoestima desses trabalhadores do mar”, argumenta.
O historiador Edison D ‘Ávila lembra detalhes do monumento ao pescador. Ele foi edificado no ano de 1981 na avenida Beira-rio, após a inauguração da avenida Ministro Victor Konder e da praça Genésio Miranda Lins. “Ele homenageava o pescador, promotor de uma das primeiras atividades econômicas de Itajaí, a pesca. O autor da sua concepção e do projeto foi o escultor Rolão Preto, português originário de Angola ou Moçambique”, recorda o historiador.
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Edison lembra que a obra foi executada usando uma canoa de madeira e um manequim, ambos recobertos por uma camada de cimento especial, mas sem armação de ferro. “O monumento ficou muito bonito e representava o pescador empurrando a canoa. Todavia, logo depois crianças e gente grande também começaram a subir na canoa e ela não resistiu. A depredação foi completa. Penso que o monumento não ficou de pé mais do que três anos”, recorda.
Para o historiador, Itajaí ficou devendo essa homenagem ao trabalhador e ao empresário da pesca, devido à história e importância econômica do setor. Cidades como Navegantes, Penha, Balneário Piçarras, Balneário Camboriú, Itapema, Porto Belo e Bombinhas têm em suas praças monumentos dedicados aos homens do mar.
Prefeitura apoia
Segundo o superintendente das Fundações, Normélio Weber, existe a vontade do município de Itajaí de dispor de um monumento em homenagem aos pescadores. “Estamos tratando do assunto. Preparando um concurso para selecionar a obra e viabilizar o recurso e a forma de possibilitar a efetivação dela”, informa.
Normélio explica que a ideia está em fase inicial de desenvolvimento. “Precisamos decidir com o jurídico porque existem diversas situações. O projeto também precisa ir para a Câmara de Vereadores, e ter uma posição do urbanismo. Os critérios de avaliação e outras definições não dependem apenas de nós, fundação cultural”, argumenta.
Escritor Nilson José

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Nilson José, autor do ofício que pede a volta do monumento de homenagem ao pescador, tem mais de 30 anos de serviços prestados à comunidade pesqueira e desenvolve constantes projetos sociais direcionados ao setor. Ele é autor do livro Histórias de Pescador e foi diretor de Pesca em Itajaí entre os anos de 2017 e 2020.