Se o negócio se concretizar, será mais uma gigante do setor que poderá trocar de mãos, a exemplo da Dudalina, marca hoje controlada pela Restoque e cujo antigo parque fabril está sendo negociado.
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No caso da Teka, a empresa enfrenta uma crise financeira e está em processo de recuperação judicial. A Bretton Participações fez proposta de um plano de recuperação, pedindo à Justiça autorização para assumir a companhia como forma de manter as atividades da empresa catarinense. O plano prevê aporte de ao menos R$ 25 milhões em linhas de crédito, valor que poderia ser dobrado e viria de fundos de investimentos para estimular a produção, pagar as dívidas e ajustar as contas da Teka.
Na proposta, a Bretton cita o endividamento crescente e alto custo operacional da companhia têxtil, problemas que poderiam ser sanados a partir da nova gestão. A empresa informa que tem experiência em reestruturação empresarial, com atuação em empresas de áreas como saúde, energia, tecnologia, infraestrutura e agronegócio.
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“Não há dúvidas de que o deferimento do pedido de aquisição da empresa seria a melhor forma de afastar o risco de falência iminente em que se encontra a Teka e permitir que a empresa tenha chances comprovadas de recuperação/reestruturação”, declarou a Bretton à Justiça. O plano, além da quitação de dívidas, ainda manteria os empregos e contratos com fornecedores.
Para assumir a indústria, os atuais administradores e diretores da Teka teriam que ser trocados por nomes indicados pela Bretton. A fábrica blumenauense é hoje gerida pela administradora judicial Fabiane Paula Esvicero, que está na presidência desde junho de 2019, conforme eleição em assembleia de credores, no lugar do ex-presidente Frederico Kuehnrich Neto, afastado da gestão por decisão judicial. A proposta da empresa paulista não entrou na última assembleia da Teka, em abril, e ainda aguardava análise da Justiça.
Maior do setor
Fundada em 1926, a Teka é uma das maiores fabricantes de artigos de cama, mesa e banho da América Latina. A empresa entrou em recuperação judicial em 2012, na época com uma dívida de mais de R$ 700 milhões, que hoje já teria passado de R$ 2 bilhões. Em 2020, a companhia colocou em dia os salários dos cerca de mil funcionários e, em 2021, registrou o maior faturamento – R$ 290 milhões – desde o processo de recuperação, além de voltar a recolher impostos.
Antiga fábrica matriz da Dudalina em negociação

Vendida para dois fundos de investimentos dos Estados Unidos em 2013 e depois, em 2014, passada para o controle da Restoque, donas das marcas John John e Le Lis Blanc, a Dudalina está com a matriz do parque fabril catarinense desativada desde a operação, que resultou no fechamento das unidades da marca em Santa Catarina.
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A antiga sede da empresa, em Blumenau, está na mira de outra empresa do setor, também da cidade. A fábrica às margens da BR 470 tem nove mil metros quadrados de área construída e está à venda desde 2018. A avaliação do imóvel é de R$ 28,5 milhões.
O prédio era a matriz da grife blumenauense que ganhou o mundo. A companhia ainda tinha unidades em Luís Alves, Benedito Novo e Presidente Getúlio, que também encerraram as atividades após a venda. Hoje a produção da Restoque, dona da marca Dudalina, está concentrada em Aparecida de Goiânia, em Goiás, e em Terra Boa, no Paraná.