A prefeitura concluiu os projetos de revitalização da rua Hercílio Luz e da praça do antigo prédio dos Correios, no centro de Itajaí. Eles devem ser licitados em breve. 
A Hercílio Luz e a praça serão ligadas pela rua Dagoberto Nogueira, que será transformada num calçadão. As obras na área vão se estender por 18 meses. 
As mudanças no calçadão e na praça estarão na mesma licitação e somarão investimentos de mais de R$ 12,5 milhões, com recursos do Fonplata.
O lançamento do projeto encerra uma discussão que vem sendo feita há mais de três anos, mobilizando associações, lojistas, moradores e prefeitura. Um dos principais pontos que travava o andamento era se a Hercílio Luz deveria ou não ser reaberta ao tráfego de veículos.
A revitalização vai manter a rua como calçadão, com as restrições atuais para carros e exceções para veículos de carga, de serviços e de emergências. De acordo com o secretário de Urbanismo, Rodrigo Lamim, a manutenção do calçadão atende à vontade da maioria.
O projeto contempla iluminação, pavimentação, adequações na drenagem e paisagismo. O calçadão terá passeios nos dois lados, uma faixa central de circulação compartilhada e uma faixa onde ficarão canteiros, bicicletários e bancos, além de espaços para mesas e cadeiras.
Na parte central, o calçadão será prolongado pela rua Dagoberto Nogueira até a travessa Edmundo Heusi, se integrando à praça dos Correios. O trecho ganhará espaço infantil, piso com decoração colorida, canteiros e bancos. No entorno da praça haverá travessias elevadas ao nível da calçada no lado da Dagoberto Nogueira e da Felipe Schmidt.
Na praça, o projeto prevê parque infantil, pet place, passarela de madeira, palco e uma estrutura metálica que fará alusão ao antigo prédio dos Correios, numa espécie de memorial. A horta comunitária permanecerá. Ainda é previsto um espelho d’água e um conjunto de jatos d’água para crianças.
A travessa Edmundo Heusi, paralela à praça, ficará ao nível da praça com nova pavimentação e poderá ser usada durante eventos com food trucks e apresentações culturais.

Longo caminho
Segundo a secretaria de Urbanismo, o resultado da proposta foi fruto de várias reuniões com associações, comerciantes e usuários da Hercílio Luz, bem como conversas com moradores e voluntários que cuidam da praça dos Correios.
“Não foi uma coisa imposta. Foi um trabalho de construção. Assim o projeto fica mais assertivo, e as pessoas participam e criam aquele senso de pertencimento”, comentou o diretor-executivo da pasta, Rafael Albuquerque.
A presidente da Associação Empresarial de Itajaí, Gabriela Kelm, lembra que a revitalização é uma demanda antiga.
“A obra será um marco para a cidade, um verdadeiro antes e depois. Será excelente para os lojistas, comércio, consumidores e também para os turistas, já que nosso calçadão é a porta de entrada dos turistas que desembarcam dos navios em nossa cidade”, destacou.
Ela ressaltou que o projeto, com mobiliário e piso de alto padrão e espaços culturais, dará uma nova cara para as lojas e deixará o passeio ou as compras mais agradáveis.

Cafeterias e mais vida para o calçadão
A promessa é que as modificações tornem a região do principal corredor comercial da cidade mais atrativa. Os novos espaços poderão ser usados para eventos aos finais de semana e, com a remodelação, também poderão ter opções de lazer e gastronomia.
O município busca diversificar os tipos de comércios, atraindo bares e cafeterias ao calçadão. “A gente quer potencializar o local para que tenha vida noturna. O centro inteiro vai se valorizar com isso e nós vamos ter um centro vivo de novo”, ressalta o secretário de Urbanismo.
Ele observa que o próprio Plano Diretor vai estimular empreendimentos residenciais no centro e mesmo na Hercílio Luz, fazendo com que as pessoas voltem a morar na região. Segundo Lamim, os projetos vão reverter em Itajaí a tendência de muitas cidades terem o centro como lugar abandonado e inóspito.
“Não tenho dúvidas que daqui uma década a Hercílio Luz de hoje, de domingo deserta, vai ser outra”, frisa. O conceito urbanístico para o calçadão segue a mesma proposta de obras feitas na praça da igreja Matriz e na rua Pedro Ferreira, além da revitalização das praças do Marco Zero e da Igrejinha Velha.

Mudança precisa ser mais que visual
O comerciante Rafael Santos, gerente da loja Irmãos Rocha, lembra que as condições atuais do calçadão estão distantes dos tempos áureos do endereço. Ele cita a situação de abandono, usuários de drogas, insegurança e fechamento de lojas entre os problemas que tiraram a atratividade do local.
Ele espera pela revitalização, mas que seja algo diferenciado, não apenas uma mudança no visual. “Tem que ter uma coisa que atraia o povo. Hoje o calçadão tem um potencial que não é aproveitado”, comenta. 
A gerente da loja Pernambucanas, Mariele de Souza, relata a mesma queixa.  “Se perdeu a essência do que era o calçadão. Aqui deveria ser uma atração turística”, disse.

A manutenção do calçadão atende à vontade da maioria”,
Rodrigo Lamim, secretário de Urbanismo