Privatização
Árabes e chineses estão de olho no Porto de Itajaí
Mercado especula a possibilidade dos gigantes COSCO Shipping e DP World disputarem a exploração do porto itajaiense
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Diante da afirmação do secretário nacional de Portos, Diogo Piloni, de que a privatização do porto de Itajaí é irreversível e que ocorrerá ainda neste ano, cresceram as especulações em torno de quem deve explorar o porto itajaiense pelos próximos 35 anos. A tendência natural seria que a disputa se acirrasse entre os gigantes Maersk (que opera há mais de 20 anos o terminal de contêineres do porto de Itajaí pela subsidiária APM Terminals) e a MSC (controladora da Portonave).
Mas uma das regras previstas pela Secretaria Nacional de Portos proíbe que as empresas que hoje operam nos grandes terminais próximos integrem algum consórcio para concorrer ao leilão. A regra é justificada porque a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) quer evitar monopólios no setor.
Com esse impedimento, e o alto volume de investimentos, que deve chegar a quase R$ 3 bilhões nos próximos 35 anos, outros nomes aparecem entre possíveis investidores. Entre eles, chineses e árabes, que têm “bala na agulha” e interesses comerciais na exploração de portos brasileiros.
Especialistas no setor marítimo e de navegação especulam o grupo DP World, que é uma multinacional de logística com sede em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, como um possível investidor. A empresa é especializada em logística de cargas, operações de terminais portuários, serviços marítimos e zonas francas, e importa grande volume de produtos brasileiros (principalmente aves) e já opera um terminal privado no porto de Santos.
Outro nome bastante cogitado no mercado é o da COSCO Shipping Corporation Limited, uma empresa de navegação fundada com a fusão das duas empresas de navegação estatais, a COSCO e China Shipping Group, que tem sua sede em Shangai. A justificativa dos especialistas é de que o candidato chinês teria um viés estratégico (de segurança alimentar) e a formação de um cluster de apoio às importações chinesas. Inclusive, a companhia chinesa fez um investimento recente no Porto de Piraeus, na Grécia, e transformou um porto secundário da Europa em um dos grandes portos do continente.
Outro ponto que justifica o interesse desses potentes investidores é que ambos estão em expansão no setor e têm interesse estratégico na operação de portos no Brasil.