Polêmica na igreja
Bispo sai em defesa de cantor evangélico que assumiu ser mulher trans
Jotta A, ex-integrante da gravadora de Silas Malafaia e destaque do Raul Gil, sofre preconceito de evangélicos
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]







O bispo evangélico Hermes Fernandes, do Rio de Janeiro – conhecido por posturas progressistas dentro da sua igreja, como lavar os pés da menina do candomblé apedrejada por fanáticos religiosos – assumiu nova polêmica. Ele saiu em defesa do até então cantor evangélico Jotta A, que se assumiu mulher trans.
“É duro ter que admitir que a igreja evangélica não está preparada para acolher pessoas trans. Algumas até as recebem, desde que abram mão de sua orientação sexual ou identidade de gênero. Outras mais progressistas chegam a acolhê-los, mas jamais admitiriam que alguém que já estivesse na igreja resolvesse assumir sua transexualidade”, postou o bispo Hermes em sua página social no Facebook.
Continua depois da publicidade
Na visão do líder religioso, este é o caso de Jotta A, que ainda pré-adolescente, foi aclamado e considerado um fenômeno por sua extensão vocal invejável. Ganhou prêmios. Foi contratada por gravadoras gospel, como a ligada ao pastor Silas Malafaia, e ficou conhecido em todo o país após cantar no Raul Gil, no SBT.
Tão logo se assumiu bissexual, o ainda rapaz foi execrado. “Como alguém nascido e criado na igreja poderia ser bi, gay ou transgênero? Como ficariam as teorias de que a homossexualidade provém de famílias desestruturadas ou de abusos sofridos? Como explicar que alguém criado na igreja estaria possuído pelo demônio?”, questionou o bispo.
Continua depois da publicidade
“Ao que tudo indica, nada é mais difícil para a igreja do que admitir que a graça e a sabedoria de Deus são multiformes. Quão variadas são as tuas obras, Senhor!”, destacou Hermes, citando um salmo da Bíblia. O bispo ainda reforçou que “as igrejas estão cheias de homossexuais condenados a viver com “medo do inferno”. Ele ainda rechaçou o julgamento dos que se acham “o suprassumo da moralidade”.
Na visão do religioso, o ambiente eclesiástico só seria seguro e amigável aos LGBTQIA+ se fosse “permeado de graça e amor, pois onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade”. O bispo Hermes finalizou expressando solidariedade à Jotta A, “e com todos e todas que assumem sua sexualidade, sabendo-se amados e amadas por Deus exatamente como são”.