Estefano José Vanolli
Comerciantes estão na mira dos assaltantes
Empresários denunciam onda de assaltos a lojas e pedestres neste início de ano
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]




Os comerciantes da rua Estefano José Vanolli, no São Vicente, em Itajaí, estão cansados dos constantes assaltos na principal rua do comércio do bairro. O último crime ocorreu na terça-feira, quando bandidos atacaram uma loja e, em seguida, fizeram uma motorista de refém. Dois dos três assaltantes já foram presos. Indignados com a falta de atenção das forças de segurança, eles resolveram se unir, denunciar os casos e pedir providências ao poder público.
O comerciante Diego Mertz, de 27 anos, dono da loja RD Store, foi assaltado e agredido na terça-feira. “Esta semana fomos assaltados pela segunda vez em um mês. A primeira foi na metade de janeiro. Nas duas vezes, eles chegaram, olharam a loja e, depois, anunciaram o assalto. Nos levaram para o banheiro, amarraram pés e mãos e agiram com extrema agressividade mesmo sem termos reagido”, conta.
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O comerciante fala sobre o aumento dos assaltos. “Tem acontecido diversos assaltos aqui na Estefano José Vanolli neste início de ano. Foram duas vezes na minha loja, duas vezes na loja MM, Koerich e em uma lanchonete, entre outros estabelecimentos que já foram assaltados também”, cita.
O empresário Giovani Luís Rossi, de 37 anos, mantém uma loja de games em frente ao colégio Aníbal Cesar. “Antes, a criminalidade se concentrava mais em furtos de bicicletas e arrombamentos. No entanto, neste ano, passaram a ocorrer crimes de maior periculosidade, como assaltos à mão armada nos comércios e a pedestres em plena luz do dia. Com o ápice do absurdo ocorrendo nesta semana, havendo assalto, seguido de roubo de veículo e sequestro na fuga”, narra, indignado, o comerciante.
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Giovani conta que, em setembro de 2020, às vésperas das eleições, houve uma reunião com os comerciantes, em que foram feitas algumas promessas para melhorar a segurança do bairro. “Promessas não cumpridas, o que corrobora com o atual descaso, principalmente por parte da Guarda Municipal, que foi criada para auxiliar a comunidade no combate à criminalidade, mas não há qualquer ação nesse sentido, salvo raras rondas no decorrer do dia”, conta o comerciante.
Preocupação
O empresário Carlos Polidoro, sócio da franquia Açaí da Barra, ainda não foi assaltado, mas revela que três funcionárias e um cliente tiveram suas bicicletas roubadas em frente à loja. “A Estefano, atualmente, é muito mal assistida em relação a patrulhamentos e tempo de resposta após um crime. Os assaltos à mão armada estão se tornando cada vez mais frequentes. O medo e o receio dos proprietários e funcionários de lojas está cada vez maior”, conta.
Helder Alain Rocha, de 38 anos, dono da Mix Sofás & Colchões, também teve a sorte de ainda não ter sido assaltado. “Porém, já tentaram entrar na loja umas três vezes, mas, graças a Deus, sem sucesso!”, revela.
No entanto, Helder já viu vários crimes acontecerem na rua, citando que a loja Alfredo Kleis já foi roubada duas vezes e que ocorre roubo de celulares em plena luz do dia, enquanto as pessoas caminham pela rua.
“Quando fizemos a inauguração da loja, há quase dois anos, tinha policiamento tímido, mas tinha. Hoje não vemos nada de rondas e muito menos policiais nas ruas”, afirma.
Base operacional e rondas
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Todos os comerciantes são unânimes em afirmar que donos de comércios e clientes estariam mais seguros se houvessem rondas ostensivas frequentes na rua e se um posto da Guarda Municipal fosse instalado no pátio do centro Integrado de Saúde (CIS). “A Estefano é um ponto de comércio. Isso nos torna um alvo para os criminosos, não podemos ficar sem segurança”, explica.
Carlos espera ações das autoridades para reduzir a criminalidade e para que os comerciantes da Estefano possam voltar a trabalhar com segurança. “Nossa parte já é feita: faça sol ou chuva, dia ou noite, pagamos nossos impostos”, afirma.
Ouvida pelo DIARINHO, a assessoria de comunicação da PM informou que os dois bandidos presos, na terça-feira, são suspeitos de pelo menos cinco assaltos na rua Estefano José Vanolli. Eles foram reconhecidos nos roubos nas lojas MM (26/01), Koerich (03/02) e RD (15/02).
A PM acredita que, com a prisão da dupla, e como o terceiro assaltante está foragido, os assaltos devem dar uma trégua.
A Guarda Municipal de Itajaí alega que os agentes fazem rondas e duas paradas para observação diariamente, nos períodos da manhã, tarde, noite e madrugada. Pra GM, a rua Estefano José Vanolli é um dos locais prioritários, pois possui grande número de comércios. “Prova desse trabalho intenso no bairro é que, entre os meses de novembro de 2021 a janeiro de 2022, a Guarda Municipal de Itajaí, além do patrulhamento, atendeu 162 ocorrências no São Vicente. Em janeiro deste ano, foram atendidas nove ocorrências, portanto não procede a informação de que o local não recebe patrulhamento da corporação”, alega, em nota, a guarda municipal.
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Na sexta-feira, um dia após o DIARINHO divulgar a queixa dos comerciantes no Portal DIARINHO, tanto viaturas da GM como da PM fizeram rondas constantes na rua do comércio do bairro São Vicente.
Franciele Marcon
Fran Marcon; formada em Jornalismo pela Univali com MBA em Gestão Editorial. Escreve sobre assuntos de Geral, Polícia, Política e é responsável pelas entrevistas do "Diz aí!"