PANDEMIA
Novo mapa de risco alerta para número recorde de casos
Há 64.821 pessoas se tratando de covid em SC; apesar da quantidade de casos, vacinação evita internações e mortes
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
A região da Amfri continua em risco alto (cor amarela) na atualização do mapa de risco de covid-19, divulgado no sábado pelo governo estadual, com alerta para o número recorde de casos ativos em toda a pandemia. Outras 12 regiões estão na mesma situação, com apenas quatro áreas em risco moderado (azul). Três regiões tiveram melhora na classificação e uma registrou piora, na comparação com o mapa da semana passada.
Os resultados do mapa de risco refletem o aumento no número de casos confirmados de covid-19 nas três primeiras semanas de 2022. A alta de infecções piora os indicadores de transmissibilidade, que avalia o número de casos ativos, e de capacidade de atenção, que monitora a ocupação hospitalar dos leitos de UTI.
Segundo dados da secretaria Estadual de Saúde, houve um aumento de 41% no número de casos ativos de covid registrados na sexta-feira, totalizando 64.821 casos, quando comparado com o da sexta-feira retrasada, em que o número registrado era de 45.915.
O estado alerta que o número de casos ativos é o maior registrado em toda a série histórica da pandemia. O pico havia sido registrado em 22 de março de 2021, com 39.017 casos. Conforme as projeções da secretaria Estadual de Saúde, se mantidas as atuais taxas de transmissão, Santa Catarina poderá alcançar a marca de 80 mil casos novos até o final da próxima semana.
O aumento de infecções provocou uma piora no cenário epidemiológico de todas as regiões do estado, classificadas no nível gravíssimo (vermelho) no quesito transmissibilidade. Para o órgão, a situação seria resultado das aglomerações ocorridas durante o período de Natal e Réveillon, e do relaxamento das medidas de prevenção.
No critério de gravidade, que avalia indicadores de mortalidade e necessidade de internação, a maioria das regiões (11) está em nível alto (amarelo), incluindo a região da Amfri. O mapa de risco informa que cinco regiões passaram do amarelo para o azul no critério gravidade, indicando que, “mesmo com o aumento vertiginoso no número de casos ativos, não houve impacto direto na internação e mortalidade por covid-19”.
Conforme a secretaria, a vacinação está evitando o agravamento do quadro, sem alta nas mortes e internações graves. Todas as regiões foram classificadas com risco moderado (azul) no critério que avalia a cobertura vacinal. Os dados da vacinação do estado demonstram que no dia 21 de janeiro a cobertura da população acima dos 12 anos chegou a 86,4%.
Com esse percentual, a secretaria de Saúde considera que boa parte da população está protegida contra formas graves da covid-19, sendo possível superar tanto a onda de infecções pela variante delta, no segundo semestre de 2021, quanto a onda de transmissão da variante ômicron, no início de 2022.
Amfri tem UTIs pressionadas pela alta de casos
O número de casos ativos explodiu na região da Amfri, com mais de 11 mil contágios. Quase metade deles são de Itajaí, com 5127 casos ativos até sexta-feira. Há um mês, a quantidade era de apenas 234 pacientes. Em Balneário, o boletim da prefeitura informava 1221 pacientes com vírus ativo até sábado.
A rede hospitalar na Amfri vem sendo a mais pressionada pela alta de casos. Conforme o painel de leitos do estado até sábado, eram 24 pacientes internados com covid em UTIs do SUS, sendo nove casos em Balneário Camboriú e 15 em Itajaí.
No hospital Marieta Konder Bornhausen, a lotação das UTIs Covid estava em 63% até sexta-feira, com 11 leitos vagos e 19 pacientes em terapia intensiva. A unidade registrava ainda 13 infectados em isolamento. No hospital Pequeno Anjo havia uma criança na UTI, em um dos seis leitos disponíveis.
No centro Municipal de Covid, em Balneário, a taxa de ocupação da UTI era de 45% no sábado, com nove pacientes internados. Outros 10 adultos estavam na ala clínica e duas crianças na ala pediátrica tratando a doença. No hospital da Unimed, eram dez pacientes com covid na UTI.
Ocupação de 50% de UTI
A alta de infecções no estado reflete na ocupação hospital pelo estado. O mapa de risco mostrou piora nas internações no Meio-oeste, que se juntou às regiões da Foz do Rio Itajaí, Grande Florianópolis e Laguna, entre as taxas mais altas de lotação das UTIs pra covid em Santa Catarina. Houve piora também na região de Joinville.
Até sábado, o painel de leitos de UTI Covid do estado mostra média de quase 50% de ocupação. O pior índice era da região da Amfri, com 73% de lotação. Mesmo com a hospitalização voltando a ter alta, a secretaria Estadual de Saúde afirma que não existe comprometimento da capacidade de atenção de alta complexidade.
“O Estado apresenta uma boa quantidade de leitos de UTIs disponíveis, tanto para atendimento de pacientes com covid-19, como para tratamento de demais patologias, sem comprometer a realização de cirurgias eletivas”, informa.
Segundo o órgão, o crescimento de casos ativos, aliado à capacidade de transmissão da variante ômicron, reflete na procura por atendimento em centros de saúde, unidades de atenção primária e centros de triagem em diversos municípios.