Onda de calor

Banho de mar noturno é perigoso, alertam os bombeiros

Postos de guarda-vidas funcionam até às 19h30 e deixam praias sem vigilância à noite; correntes de retorno ficam camufladas

Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Orientações aos banhistas serão reforçadas após casos de afogamentos
(foto: da redação)
Orientações aos banhistas serão reforçadas após casos de afogamentos (foto: da redação)
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O calorão nos últimos dias tem convidado os banhistas a frequentarem a praia, também à noite, para banhos de mar. Apesar de algumas praias terem iluminação, os locais não contam com salva-vidasnoturnos, pois os postos só funcionam durante o dia. Diante dos riscos e após três afogamentos fora do horário dos postos, um dos casos com morte, os bombeiros de Itajaí vão reforçar às orientações aos banhistas.

Na alta temporada, os postos de serviço guarda-vidas ficam abertos das 7h30 às 19h30. O monitoramento já é estendido pro verão, sendo que na baixa temporada o horário é restrito até às 19h. Em Itajaí, as praias da Atalaia e de Cabeçudas têm ficado mais movimentadas à noite, assim como a Praia Brava, que ganhou recentemente nova iluminação na orla e tem atraído mais frequentadores noturnos.

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O banho de mar sempre é recomendado pelos bombeiros nos locais com supervisão de guarda-vidas, próximos aos postos, durante o horário de funcionamento do serviço. Fora desse horário, os banhistas contam apenas com os serviços das centrais de emergência que funcionam 24 horas.

Frequentadores das praias de Itajaí avaliam que o horário dos guarda-vidas poderia ser estendido. O empresário Marcos Froner, 40 anos, de Curitibanos, está curtindo as férias com a família na praia de Cabeçudas, inclusive à noite.

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Apesar de maior movimentação noturna, ele nota que, ao menos no local, as pessoas não tem se arriscado em entrar no mar, ficando apenas no rasinho da praia. “Estendendo o horário [dos postos] dá mais segurança, mas é importante as pessoas terem responsabilidade”, destaca.

Por outro lado, ele entende que a presença noturna dos salva-vidas poderia criar um novo problema: a falsa sensação de segurança. “As pessoas achariam que estão seguras e se arriscariam mais”, disse, observando que à noite a falta de visibilidade prejudica o trabalho de salvamento.

Morador do bairro Cordeiros, o aposentado Sebastião de Souza, 57 anos, defende que à noite não deve ter guarda-vidas, desestimulando as pessoas ao banho noturno. “Aqueles que vêm à praia à noite tem que ter mais prudência e não entrar no mar. Eu, quando venho, dificilmente entro na água. O risco é grande”, avalia.

A esposa de Sebastião, Marlei Hanck, 50, tem uma visão diferente. Ele comenta que muitas pessoas só tem o horário noturno pra ir à praia e considera que o perigo no mar é o mesmo durante o dia ou à noite. “Deveriam fazer dois turnos de guarda-vidas”, disse.

Sem previsão de ampliação horário

Banho de mar fora do horário dos postos não é recomendado pelos bombeiros (foto: da redação)

Os guarda-vidas informaram à reportagem que avisam os banhistas sobre o término do atendimento ao fim do dia, orientando às pessoas a não entrar no mar após o horário dos postos. O motivo é que as praias não ficam vigiadas, considerando também que à noite há mudanças das correntes marítimas de retorno.

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A ampliação do horário de atendimento dos postos não é prevista, devido à falta de condições de vigilância. “Julgamos não ser interessante, pois à noite não temos visibilidade. Provocaria uma falsa sensação de segurança aos banhistas”, destacou o subcomandante do batalhão de Bombeiros Militar de Balneário Camboriú, capitão Marcus Vinicius Abre.

Em Balneário, o batalhão conta com o serviço de resgate ativado na base náutica 24 horas. No caso de ocorrências noturnas na praia, a orientação é fazer contato pela central de emergência 193, que aciona o socorro. Nesta temporada, o monitoramento da praia Central teve mudança na estratégia de cobertura devido ao alargamento da faixa de areia.

 

Três afogamentos, um com morte, fora do horário dos postos

Nesta temporada de verão, os bombeiros do batalhão de Itajaí atenderam três afogamentos fora do horário de funcionamento dos postos salva-vidas. No dia 25 de dezembro, foram duas vítimas em ocorrência registrada às 19h45, na praia Brava, em Itajaí, sendo que uma das pessoas morreu. A vítima fatal foi Emylly Cristine da Silva, de 22 anos, que havia pulado na água pra salvar uma menina de 11 anos que se afogava.

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Já no dia 3 de janeiro, também na Brava, houve um arrastamento e um afogamento por volta das 6h15, quando os guarda-vidas ainda não tinham iniciado o serviço na orla. A vítima foi atendida por surfistas enquanto que a pessoa afogada, com parada cardiorrespiratória, foi resgatada pela guarnição de jet-ski dos bombeiros até a praia, onde recebeu os procedimentos de animação e foi levada ao hospital.

O tenente Douglas Tomaz Machado, do batalhão de Itajaí, adianta que está sendo divulgado um material informativo com dicas e orientações aos banhistas que frequentam as praias da região quando os postos guarda-vidas estão desativados. Ele destaca que a situação é preocupante porque o pessoal costuma aproveitar a faixa de areia à noite e tomar banho de mar, o que é desaconselhado.

“Os guarda-vidas e a polícia Militar não recomendam o banho de mar no período da noite. Durante o dia tem os guardas-vidas e é sinalizada aonde tem as correntes de retorno, mas à noite não tem essa sinalização. Na prática, a pessoa vai entrar no mar às escuras”, alerta.

Sem noção do perigo, os banhistas, segundo Douglas, podem entrar diretamente numa corrente de retorno, quando ocorre o afogamento e a vítima é arrastada pelo mar. Mesmo durante o dia, o tenente orienta que as pessoas sempre procurem nadar perto dos postos de guarda-vidas, obedecendo à sinalização.

 

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Empresário morre afogado em Itapema

Elci tinha 45 anos (foto: radio capinzal)

O empresário Elci Antônio Padilha, de 45 anos, de Capinzal, no Meio-Oeste catarinense, morreu afogado na praia de Itapema na noite de quarta-feira. Elci estava com a filha de 11 anos, por volta das 19h30.

Eles foram socorridos por guarda-vidas após serem arrastados pela corrente de retorno. Os dois foram retirados da água e os socorristas realizaram os primeiros socorros, mas Elci não resistiu e faleceu na areia da praia. A menino passa bem.

A vítima tinha uma empresa em Capinzal para extração de madeira. O corpo dele será velado no cemitério municipal Vila Sete de Julho, no bairro Cidade Alta, em Capinzal, com sepultamento previsto para a tarde desta quinta-feira.

Segundo o Corpo de Bombeiros, para reconhecer uma corrente de retorno é preciso ficar atento ao mar: as ondas não quebram nesses locais. A cor da água também é diferente, com tons mais escuros. Também é possível identificar um corredor vazando no sentido contrário das ondas.




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