Se alguém ouvir falar em Maria Verônica Santos, não associará o nome à pessoa. Mas se citar a “Grávida de Taubaté”, quem acompanhava a TV aberta 10 anos atrás, ou mesmo as redes sociais da internet, lembrará de um dos casos mais notórios da TV brasileira: uma farsa que conseguiu engambelar jornalistas e apresentadores, inicialmente na TV Record, mas que acabou no Judiciário. 

Se valendo de uma barriga falsa, um vestido estampado e uma mentira levada aos programas popularescos, Maria Verônica ficou conhecida em todo país. Sua história completou 10 anos ontem. Sabe-se lá por qual motivo, ela inventou uma gravidez de quadrigêmeas e causou comoção ao alegar que não tinha condições de criá-las.  

Ela e seu esposo passaram a receber doações de fraldas, enxovais, móveis e dinheiro. O esposo, operário, e ela, pedagoga, até mesmo inventaram os nomes Maria Clara, Maria Eduarda, Maria Fernanda e Maria Vitória para as supostas bebês. A barriga gigante foi um prato cheio para os programas de TV.

O chef de cozinha Edu Guedes, na época apresentador da TV Record e hoje na TV Bandeirantes, chegou a chorar no ar pedindo doações para a família. Mais tarde, descobriu-se não só que Maria Verônica não estava grávida, mas falsificou exames de uma gestante de Blumenau para mostrá-los na TV. Ela virou celebridade na sua cidade ao sair às ruas com o repórter Michel Keller, conhecido pela atuação no Domingo Espetacular e também com Ana Maria Braga. 

Publicamente, Chris Flores, hoje no SBT, foi quem começou a desconfiar e falou no ar que a barriga era suspeita. A grávida virou meme, acabou processada, mas a 3ª Vara Criminal de Taubaté decidiu extinguir o caso. Eles sumiram da cidade por um tempo, nunca explicaram direito o motivo da farsa, e doaram todo o material recebido. Até hoje, a expressão “de Taubaté” é citada em piadas ou memes como referência de “algo fajuto”.