Travessia
Itajaí, Navegantes e BC se unem por túnel e transporte integrado
Sugestão é uma passagem submersa ligando Itajaí e Navegantes
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]







Itajaí, Navegantes e Balneário Camboriú deram o pontapé inicial para o projeto de interligação regional da Amfri. A construção do túnel no rio Itajaí-Açu, entre as cidades de Itajaí e Navegantes, é a obra mais ousada do projeto de Mobilidade Integrada da Região da Foz do Rio Itajaí.
Nessa segunda-feira as cidades enviaram documentação para a autorização de financiamento junto ao Banco Mundial e à União. Além da obra da travessia, o projeto prevê uma rede de transporte coletivo entre os 11 municípios da Amfri com o uso de veículos elétricos, além da reurbanização completa das vias.
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A solução atende uma das maiores demandas das últimas décadas na região. A travessia fixa entre as duas cidades contaria com um transporte eficiente, com fácil acesso ao aeroporto de Navegantes, sem ter necessidade do tráfego pela BR-101.
A travessia entre Itajaí e Navegantes deve ser feita por um túnel imerso ao invés de uma ponte para não inviabilizar a movimentação portuária às margens do Itajaí-açu. O túnel está sendo pensado para a região da Barra do Rio, mas o projeto ainda está em fase de elaboração.
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A obra deve contemplar seis pistas de tráfego de veículos, sendo duas exclusivas para o transporte público integrado entre as cidades, e uma célula central destinada à ciclovia e passeio para pedestres. “Estes projetos são benéficos para todos. Temos como exemplo as várias obras que estamos conduzindo em nossa cidade com o Fonplata. Elas são rentáveis, pois são verdadeiros catalizadores de novos investimentos privados, além de garantirem significativa economia nos deslocamentos e qualidade de vida à população”, disse o prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni (MDB).
Pra Fabrício Oliveira (Podemos), de Balneário, a iniciativa servirá de exemplo para outros municípios do Brasil. Já Liba Fronza (DEM), prefeito de Navegantes, frisa que a cidade tem ainda muito a crescer, e será beneficiada em toda a região.
Os projetos estão previstos para iniciar em 2024, com prazo de entrega de quatro anos. As obras serão garantidas pelo Banco Mundial, com responsabilidade de execução dos municípios de Itajaí, Navegantes e Balneário, em gestão compartilhada também com Penha, Piçarras, Luiz Alves, Ilhota, Itapema, Camboriú, Porto Belo e Bombinhas.
E o ferry?
Segundo o engenheiro da Amfri, João Luiz Demantova, a travessia no atual modelo com ferry boat não integra o projeto de mobilidade, mas isso não significa que ela deixará de existir.
O deslocamento no centro de Itajaí e Navegantes poderia continuar existindo para a passagem de pedestres e ciclistas, por exemplo.
A operação dependeria do interesse da empresa NGI Sul e do governo do estado, que hoje subsidia a passagem de pedestres e ciclistas entre as duas cidades. Para tornar a operação viável, um modelo de embarcação mais rápido e econômico poderia tornar viável a manutenção do transporte.
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Sistema de transporte integrado para a região
A proposta de solução viária para a região prevê um sistema rodoviário troncal que percorre a região no sentido Norte e Sul. O modelo é o Bus Rapid Transit (BRT) com a implantação de plataformas contínuas por meio de veículos elétricos.
Nos quatro eixos, o projeto atenderá os municípios da Amfri. O sistema central conectará o aeroporto até Camboriú. Os veículos atravessarão Navegantes, Itajaí, Balneário e Camboriú.
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O Sistema Norte atenderá Piçarras, Penha e Navegantes. Já Sistema Sul, abrangerá Bombinhas, Porto Belo e Itapema. Por fim, o Sistema Oeste terá três grandes linhas que interligarão Itajaí à Brusque; Itajaí à Ilhota; e Navegantes à Luiz Alves.
O sistema central terá frota composta por veículos elétricos com tecnologia de carga rápida. Já os Sistemas Norte, Sul e Oeste terão frotas de ônibus movidas à diesel com a tecnologia Euro VI.
A frota de ônibus prevista será de 81 veículos, sendo 44 movidos à energia elétrica e 37 movidos à diesel com a tecnologia Euro VI, já incluídos uma frota reserva de quatro ônibus movidos à eletricidade e quatro movidos à diesel. A frota contará com ônibus de 12 metros, 18 metros (articulados) e 24 metros (biarticulados).
O sistema integrado ainda prevê reurbanização e implantação de 105 quilômetros de novas ciclovias, permitindo ao usuário combinar o deslocamento por bicicleta com o uso do transporte coletivo.
Franciele Marcon
Fran Marcon; formada em Jornalismo pela Univali com MBA em Gestão Editorial. Escreve sobre assuntos de Geral, Polícia, Política e é responsável pelas entrevistas do "Diz aí!"