MOBILIZAÇÃO NACIONAL

Greve de caminhoneiros é convocada por entidade de transporte de cargas

Sindicatos de Itajaí e Navegantes acreditam em pouca adesão da categoria que é apoiadora do presidente Bolsonaro

Paralisação, que já fracassou em fevereiro, está marcada para 25 de julho, dia de São Cristóvão (Foto: Arquivo)
Paralisação, que já fracassou em fevereiro, está marcada para 25 de julho, dia de São Cristóvão (Foto: Arquivo)
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Uma nova tentativa de paralisação dos caminhoneiros está sendo organizada pelo país. Desta vez o movimento foi convocado pelo conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), que marcou greve “sem prazo definido para encerramento” a partir de 25 de julho, dia de São Cristóvão, o padroeiro dos motoristas. Em Itajaí e Navegantes, os sindicatos dos trabalhadores veem pouca chance de a paralisação vingar.

A convocação de greve da categoria foi decidida após reunião da diretoria da entidade na semana passada, prevendo a suspensão coletiva e parcial das atividades dos caminhoneiros autônomos e empregados das empresas de transporte rodoviário de cargas. O conselho reúne sindicatos, associações e cooperativas de caminhoneiros em mais de 20 estados do país.

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Em nota divulgada pelas redes sociais, a entidade argumenta que a mobilização considera o descontentamento da categoria com a política de preços de combustíveis da Petrobras e que os reajustes de valores são abusivos e ferem o código de defesa do Consumidor.

“A composição abusiva na formação do preço do combustível nacional inclui variações baseadas em moeda estrangeira e critérios não econômicos e em desacordo com a realidade econômica nacional”, diz um trecho da nota.

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Para o conselho, a política de preços se distancia da finalidade da própria existência da Petrobras. “Que ao invés de garantir os recursos energéticos aos nacionais pelo menor preço possível está sendo aplicada política de preço ao maior preço possível, com lesividade”, completa.

De acordo com a entidade, a alta nos preços dos combustíveis está tornando os fretes 70% mais caros, enquanto que a estatal não adota medidas pela baixa nos valores. O conselho ainda fala em “tentativas de negociação frustradas” com a Petrobras para justificar a paralisação.

No início do ano, em fevereiro, os caminhoneiros já haviam ameaçado fazer uma paralisação, que esbarrou na falta de ações conjuntas entre as lideranças da categoria. A última grande greve dos caminhoneiros foi em 2018, que parou o país por 10 dias e fechou estradas federais e estaduais, provocando uma crise de desabastecimento.

O preço do diesel aumentou mais de 45% em maio, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em Santa Catarina, na última pesquisa da agência Nacional do Petróleo (ANP), o combustível chegou ao preço de R$ 4,89 o litro. Em Itajaí, o diesel comum tem preço médio de R$ 4,33, com o valor mais alto na casa dos R$ 4,49. O diesel S-10 está ainda mais caro, podendo chegar a R$ 4,59 o litro.

A gasolina, também com seguidos reajustes nesse ano, tem preço médio de R$ 5,38 em Itajaí e R$ 5,43 em Balneário Camboriú, onde alguns postos estão vendendo o litro do combustível a R$ 5,69, um dos valores mais altos do estado, conforme a pesquisa.

Pouca adesão dos trabalhadores

Em Navegantes, o sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas (Sinditac), foi convidado pelo conselho nacional e analisa possível apoio ao movimento. Na convocação em fevereiro, a entidade disse não à greve. A chance é que a categoria siga a mesma posição, mas os trabalhadores ainda serão consultados.

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O presidente do Sinditac, Vanderlei de Oliveira, entende que a greve não seria o mais adequado no momento. “Acho que deve ser buscada uma solução pra negociar sem greve, sem fazer paralisação, porque toda greve ela tem demandas, tanto perdas do lado do autônomo quanto da economia do país”, reflete.

O líder também considera que a força de greve está muito fraca. “O que estou percebendo agora é que não vai ter adesão dos motoristas, não vai ter uma greve semelhante aquela de 2018”, avalia. Um dos motivos, segundo Vanderlei, é que a greve é contra o governo federal.

“E a maioria dos caminhoneiros foi eleitor de Bolsonaro. Então, eles não querem fazer uma greve pra cobrar do governo federal”, completa. Por outro lado, propostas de greves nos estados para redução do ICMS também não vingaram.

Em Itajaí, o presidente do sindicato dos Transportadores Autônomos de Contêineres e de Cargas em Geral de Itajaí e Região (Sintracon), Ademir de Jesus, informa que nenhuma greve será organizada pela entidade.

“A gente entende que o governo está fazendo a sua parte e que o próprio transportador tem que fazer o preço do frete”, avalia.  Ademir reconhece que não há um consenso na categoria, acreditando que a convocação nacional dificilmente tenha “funcionalidade” diante da pouca adesão.

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