A vizinhança do bairro Gravatá, em Navegantes, não está mais aguentando o mau cheiro provocado por uma salga clandestina de camarão na rua Evaldo Reiser Filho.  Uma das vizinhas conta que nem adianta colocar amaciante nas roupas ou estender as peças no varal. “Quando recolhemos, a roupa está com cheiro de podre,” conta. Até agora, não houve qualquer fiscalização. O cheiro forte não tem hora pra incomodar a vizinhança. A moradora reclamou que isso acontece todos os dias, inclusive aos finais de semana, e que ligou para a Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fuman). A salga vem sendo motivo de denúncias por moradores há quase dois anos por causa do cheiro ruim e poluição que provoca na vizinhança. O trabalho da salga clandestina aconteceria atrás de uma casa de madeira e a vizinhança tem medo porque o dono é ameaçador. “O vento está trazendo tudo. É um mal-estar que eu não sei nem explicar, a gente não aguenta mais esse cheiro e tem até medo de denunciar esse homem”, desabafou a moradora.  

Foto: Reprodução/Google Maps

Ninguém fiscaliza Não há nenhuma fiscalização sobre essa denúncia. O secretário de agricultura, João Paulo Serpa, disse que o serviço de inspeção municipal já teria apreendido peixe no ano passado neste mesmo endereço, mas que isso aconteceu apenas porque pegaram a mercadoria num caminhão no flagra sem a nota. Ele explicou que para poder entrar dentro da casa e fiscalizar seria com a vigilância sanitária. O secretário também sugeriu que todas as denúncias sejam feitas na ouvidoria do município para que seja aberto um chamado. O coordenador da vigilância sanitária, Ugilson Folle, disse que receberam na última semana uma denúncia com as mesmas características dessa reclamação, mas no endereço Beco Orminda Gaya da Silva. Ele ficou de verificar e retornar ao DIARINHO até segunda-feira. A vigilância confirmou que as denúncias devem ser feitas através da ouvidoria, e também disse que nesse tipo de denúncia os fiscais vão até o local notificar a pessoa para ela se adequar às normas. O Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA)  informou que um gerente de Itajaí vai encaminhar a equipe de fiscalização até o local.  É comum O caso parece já ser comum na região. A Fumam informou que em outubro do ano passado foram fechadas várias salgas clandestinas, tanto de peixe como de camarão. A Fuman até recebe as denúncias, mas normalmente repassa para a vigilância sanitária. O analista ambiental José Miguel disse que não há nenhuma denúncia recente registrada de salga de camarão, mas caso tenha sido feita pela ouvidoria, ainda pode estar sendo encaminhada para o órgão responsável.