Itajaí
Rio Camboriú no limite; vereadores dificultam construção do parque inundável
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
O nível do rio Camboriú estava, neste domingo, abaixo de um metro. Por isso, o Comitê do Rio Camboriú se juntou a órgãos responsáveis para dar informações mais claras à população de Camboriú e Balneário Camboriú sobre a real situação do rio. Além da baixa registrada no domingo, o comitê informou que na maior parte dos últimos dois meses não houve água para abastecer o rio com a chamada vazão ecológica, além do que é retirado pela Emasa para fazer abastecimento das cidades. O presidente do comitê, Gilmar Pedro Capelari, diz que é preciso, urgentemente, implantar o parque inundável para regularizar a vazão do rio, que é o nível de água que mantém vida no rio, e reservar assim água bruta. “Vamos chegar a mais uma temporada de verão contando com a sorte”, alerta. O professor e pesquisador da Univali, Paulo Ricardo Schwingel, estuda o rio Camboriú há mais de 20 anos e disse que a situação passou dos limites. Há mais de 10 anos, de acordo com Shwingel, o comitê alerta para a mesma situação. E nos estudos mais atuais que fez na Univali os resultados apontam para o risco de um colapso hídrico na bacia hidrográfica a partir de 2024. “Se o parque inundável não sair do papel, teremos que ter rodízio de abastecimento de água durante todo o ano”, diz. Vereadores dificultam o processo Os vereadores da Câmara de Camboriú propuseram um decreto que pretende eliminar a ação da prefeitura que reservou a área para a construção do parque inundável. O documento diz que a desapropriação das áreas para a construção não resolveria o problema da falta de água. Capelari diz que falta informação por parte dos vereadores que propuseram o decreto. O documento, segundo o presidente do comitê, é mal fundamentado e “mostra desconhecer o projeto do parque inundável”. “Gostaríamos de saber o que os vereadores propõem como solução para a falta de água”, critica. O presidente argumenta que o parque é resultado de 10 anos de estudos e já teve mais de R$ 1 milhão da Emasa investidos para a elaboração do projeto. O comitê enviou um ofício ao presidente da Câmara de Vereadores de Camboriú, Zeca Simas (DEM), pedindo a retirada imediata do documento. O decreto foi proposto pelos vereadores Inalda do Carmo (DEM), Márcia Regina Oliveira Freitag (PSDB), Vilson Albino (PV) e Fabiano Olegário (PDT). A Câmara informou que o documento está em análise.
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