“A água chegou e levou. Tiramos as pessoas pela janela”, conta, lembrando o momento de tensão que passaram. Felizmente, ressalta Tibeco, ninguém se feriu gravemente na correria de sair da pousada. “Só mesmo escoriações”, diz. A pousada Maranatha fica na rua João Antônio Pinto.
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A água desceu com toda a força do morro do Pire, derrubou um muro nos fundos da pousada e foi arrastando tudo o que via pela frente. “Meu filho de 14 anos tá em estado de choque”, comenta Fábia, enquanto, juntamente com familiares e funcionários, retirava a lama que havia invadido a pousada.
Praticamente toda a parte térrea da pousada foi destruída. Isso inclui um espaço com deque, as varandas, a parte interna e o estacionamento. “Carregou até carros”, diz Tibeco, referindo-se aos veículos dos hóspedes.
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A chuva ainda carregou uma grande área de lajotas na frente da pousada e derrubou cerca de cinco metros do muro da casa que fica na esquina com a rua Sebastião da Costa.
Pousada do Puc Hering
também ficou detonada
A pousada Quinta da Baleeira, do empresário Paulo Hering, o Puc, também ficou detonada. Situada na esquina da avenida São João com a Jacinto José de Souza, ela recebeu um grande volume de água e lama que também desceu da morraria de Armação.
Pelo menos 10 carros de hóspedes, que estavam no estacionamento da pousada, ficaram tomados pela água e pela lama. Ontem de manhã, era possível ver o movimento de vários caminhões-guincho recolhendo os veículos.
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Não tem como prever onde vai cair o pau d’água
No último domingo, foi Itajaí que sofreu com um forte temporal de verão, durante à noite. Quinta-feira, foi Penha. Hoje e amanhã pode ser qualquer cidade da região. Segundo o professor Sergey Alex do Araújo, coordenador do laboratório de Climatologia da Univali, não há como prever onde a chuvarada vai cair exatamente.
Essas “pancadas de verão”, explica, acontecem quando se formam nuvens que os climatologistas chamam de “cumulunimbus de exagero vertical”. “Toda vez que temos muita umidade e muito calor, temos condições dessa chuva e todo dia há chance de trovoada e de pancada de chuva, que por sinal é muito mal distribuída”, diz. Para se ter uma ideia do calor, em Camboriú, na quinta-feira, chegou a dar 38 graus, com sensação térmica de 48 graus.
Isso quer dizer que, apesar de intensa, esse tipo de chuva costuma cair geralmente em apenas um lugar específico. Como o que ocorreu na noite de quinta-feira, em Penha. “Em Balneário Camboriú, por exemplo, ocorreram muitos raios, mas não choveu muito. Acabou pegando Penha”, comenta.
Pra deixar a coisa mais sinistra, esse tipo de nuvem que cresce mais para cima do que para os lados, deixa condições ideias para o surgimento de tornados e até microexplosões. Por isso, associada com muita água, também vêm ventos fortes.
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Em Penha, segundo o professor Sergey, as duas medições do centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden) apontaram uma quantidade de chuva de 85 milímetros no Gravatá e 81 milímetros perto do rio Piçarras.
Se tomar como base Itajaí, a previsão de chuva para o mês inteiro em Penha deveria ser de 223 milímetros. Ou seja, em poucas horas choveu o equivalente a 40% do que era pra chover durante todo o mês.
Para este final de semana, diz o professor, as temperaturas baixam. Logo, as tempestades de verão não devem ser tão fortes como as da semana que passou. Mesmo assim, continuam as condições de pancadas de chuva. As temperaturas máximas estarão entre 28 e 30 graus.
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