Começou a funcionar na sexta-feira o programa Rede Catarina de Proteção à Mulher, em Balneário Camboriú e Camboriú. A partir de agora, as vítimas de violência doméstica e familiar serão atendidas por policiais femininas treinadas.
A violência doméstica é a segunda ocorrência que mais causa prisões em Santa Catarina, ficando atrás apenas de crimes de furto. Este ano, só no estado, foram registrados sete mil casos de violência contra a mulher, entre prisões e boletins de ocorrência.
A rede foi idealizada a partir de práticas bem sucedidas em cidades como Chapecó, Santo Amaro e Lages, onde existe o ‘Guardião Maria da Penha’. Mas a Rede Catarina de Proteção à Mulher é mais do que ...
A violência doméstica é a segunda ocorrência que mais causa prisões em Santa Catarina, ficando atrás apenas de crimes de furto. Este ano, só no estado, foram registrados sete mil casos de violência contra a mulher, entre prisões e boletins de ocorrência.
A rede foi idealizada a partir de práticas bem sucedidas em cidades como Chapecó, Santo Amaro e Lages, onde existe o ‘Guardião Maria da Penha’. Mas a Rede Catarina de Proteção à Mulher é mais do que uma ronda de fiscalização de medidas protetivas. .
O comandante do 12º batalhão de polícia Militar, coronel Evaldo Hoffmann, explica que o programa é dividido em três eixos. O primeiro é o preventivo. A mulher ameaçada entra em contato, através do telefone 190, ou a PM é avisada quando houver medida protetiva decretada pela justiça.
Nessa situação, policiais militares femininas vão até a casa da mulher com um carro descaracterizado pra não chamar atenção, o “Patrulha Maria da Penha’’, e informamsobre o serviço de segurança. A vítima, se quiser, será cadastrada numa rede de proteção através do aplicativo PM SC Mobile. O serviço facilita o deslocamento no caso de novos chamados. Quem quiser, também vai ser incluído numa rede de Whats App criada pela polícia Militar.
O segundo eixo é o atendimento da ocorrência em si. Quando um homem agredir uma mulher, por exemplo, a PM já vai ter todas as informações, caso a vítima já esteja cadastrada. “Se voltar a acontecer um caso de violência contra essamulher, a gente vai ganhar no tempo resposta”, explica o comandante.
O terceiro eixo, ressalta o coronel, é que as policiais vão usar da tecnologia pra fazer um atendimento mais ágil e mais individualizado, como é o caso do uso do PM SC Mobile. As nove policiais mulheres que atuam na região de Balneário e Camboriú foram treinadas pra saber como conversar com a mulher e deixá-la à vontade para escolher se quer ou não participar do programa.
Deve ser estendido
a outras cidades
Segundo as estatísticas, o 12º batalhão - que tem atuação em Balneário, Camboriú, Itapema, Porto Belo e Bombinhas - já registrou mais de 700 casos de violência contra a mulher do começo do ano pra cá. Desse número, mais da metade aconteceu em Balneário Camboriú e Camboriú: cerca de 400 chamados. “É um número alto”, observa o coronel Evaldo.
Das cidades inclusas no atendimento do 12º batalhão, o projeto implantado em Balneário e em Camboriú é piloto, mas a intenção é que seja estendido pras outras cidades em breve.