Itajaí

NORTON OLIVEIRA E SILVA

Polêmico e cheio de histórias pra contar

“A ditadura militar foi um fato histórico necessário na vida da nação brasileira”

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Um dos primeiros advogados de Itajaí, que chegou na city peixeira em janeiro de 1963, Norton Oliveira e Silva tem muita história pra contar. Aos 77 anos de idade, o lúcido professor universitário ...

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Um dos primeiros advogados de Itajaí, que chegou na city peixeira em janeiro de 1963, Norton Oliveira e Silva tem muita história pra contar. Aos 77 anos de idade, o lúcido professor universitário aposentado viu e participou das mudanças do município ao longo dos tempos. Ele deu aulas por mais de três décadas e sua vida está extremamente ligada à universidade do Vale do Itajaí (Univali), onde trabalhou por muito tempo.

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Norton também tem grande ligação com a Marinha do Brasil, com direito a condecorações e a três viagens pra visitar a base de pesquisas do país na Antártida. Ainda viajou de submarino, pilotou avião e não perde uma chance pra cair na estrada de automóvel pela América do Sul.

O advogado também é polêmico. Andava armado, já reagiu a assalto e durante a ditadura militar – período que a seu ver foi necessário na vida dos brasileiros – foi acusado de ajudar as forças de repressão. Ele desdenha dos ditos comunistas de Itajaí, dizendo que são todos riquíssimos e que nunca deram nada pra ninguém.

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Entre muitas outras histórias, Norton ainda abrigou em sua casa o poeta e pensador uruguaio Félix Carbajal e foi um dos líderes do movimento popular contra a abertura da praça do relógio do sol, entre as ruas Camboriú e Lauro Müller. A entrevista foi dada aos jornalistas Leonardo Leite Thome e Marcelo Roggia. As fotos são de Felipe VT.

DIARINHO - O senhor é um homem experiente, vivido, hoje com 77 anos de idade. Qual a diferença da Itajaí de antigamente pra cidade em que vivemos atualmente?

Norton Oliveira e Silva – Eu cheguei a Itajaí em janeiro de 1963, como agente do antigo instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários [IAPI]. Na época, cada atividade profissional tinha seu próprio instituto, IAPI para a indústria, IAPC para o comércio, IAPB para os bancários, e assim outros. Eu sou de Florianópolis e havia me formado em Direito. Depois de me formar, fiz concurso para o IAPI, fui aprovado e nomeado agente chefe. Fui instalar agência em São Bento do Sul. Fiquei lá cinco anos, depois fui promovido de São Bento para Itajaí. Cheguei aqui em janeiro de 1963, fazia muito calor, e já às 7h30 eu me apresentei para trabalhar. Quando chegou o meio-dia, estava na hora do almoço e eu perguntei onde podia almoçar. Aí me informaram que o melhor restaurante era o recém inaugurado Cabeçudas Iate Clube. Peguei um carrinho daqueles de mola, pois não tinha táxi na época. Peguei o carrinho ao lado da igreja Matriz. Levei meia hora pra chegar até Cabeçudas. Quando cheguei, o restaurante estava vazio, mas numa mesa havia três pessoas. Os únicos. Quem eram? O prefeito Lito Seára [Carlos de Paula Seára], o promotor de justiça Hélio Rosa e o Lila Heusi, que era professor de tênis do Guarani. Então, foram os três primeiros contatos que eu tive quando cheguei naquele mês de janeiro. O ano de 1963 foi muito conturbado, a cada 15 dias tinha uma greve. Era o ano da greve da semana, a gente até já brincava. Foi um ano tumultuado politicamente no Brasil. E aqui, então, como tinha o porto, parava o porto. Me lembro que houve uma época em que o porto parou, e se perguntava, até jocosamente: ‘Qual é a greve da semana? Essa é a greve do vaso sanitário’. Era o seguinte, alguém, não sei em que porto, quis uma taxa especial, a chamada taxa da vergonha, porque tinha que carregar vasos sanitários. Eles queriam uma taxa, porque pegar aquilo e colocar em um guindaste era uma vergonha. Coisas da época [risos]. Em Itajaí não havia calçamento, era tudo estrada de terra. Aqui apareciam poucos automóveis. Em 1964, chegaram os primeiros Fuscas e Kombis feitos no Brasil, e isso começou a movimentar a cidade, porque aqueles que tinham dinheiro, iam lá e compravam um Fusca. O que era uma coisa importante na época, pois passava a impressão de posse, de propriedade. Os automóveis, que eram raros, existiam muito poucos. Hoje em dia são pragas. [Houve uma grande evolução?] Muito. A cidade cresceu muito. Entretanto, existem algumas coisas que são essenciais para a comunidade, que não houve alteração. Alguns exemplos são: o mesmo hospital e maternidade. A delegacia regional de polícia, na avenida Sete de Setembro, é a mesma, só que na época era cadeia também. A própria Promenac, que vendia o Fusca e tem sua oficina no mesmo lugar. Mas, tirando isso, a evolução foi muito grande e muito rápida. Eu acho que agora, nos últimos dois anos, foi o seguinte: com a enchente, muitas pessoas perderam dinheiro. Aliás, todos perderam. E quem perde dinheiro, reclama. Então, muita gente, empresários, especialmente, começou a reclamar que estava perdendo dinheiro. Por isso, os bancos fizeram um levantamento para ver quanto eles estavam perdendo. E a imprensa noticiou que, na época da enchente, o giro sobre movimentações financeiras na cidade era de R$ 35 milhões de dólares por dia. E essa notícia se espalhou pelo país. E aí muita gente do Brasil inteiro disse: ‘Vou pra lá ver se sobra um pouco pra mim’. O resultado é que, antigamente, você chegava ao centro e conhecia todo mundo. Hoje, vai lá e não vê ninguém conhecido. A cidade está cheia de pessoas de fora de Itajaí. E vieram todas para ganhar dinheiro.

DIARINHO - Conte um pouco sobre sua trajetória profissional. O senhor é advogado, foi professor do curso de Direito da Univali, amigo da Marinha...

Norton – Eu cheguei aqui como advogado. Era funcionário público, mas advogava. Na época, se trabalhava só meio expediente, havia o horário das 12h às 18h. E de manhã funcionava o fórum. Como eu não tinha atividades de audiência, comecei a trabalhar e me saí bem. Naquele tempo, tinham poucos advogados. Aqui, na década de 60, a média era de oito advogados. Quando houve a criação da Justiça do Trabalho, eu recebi um convite do professor Brandão para fazer parte. O advogado que mais atividades tinha lá era o doutor Dalmo Vieira [fundador do DIARINHO]. Ele era o que tinha mais processos na Justiça do Trabalho, o avô da Samara [Toth Vieira, diretora de redação do DIARINHO]. Bom, em 1968, eu comecei a advogar e chegou aqui o doutor Édison Villela. Ele quis cuidar da antiga Fepevi [Fundação de Ensino do Polo Geoeducacional do Vale do Itajaí], e veio me procurar para eu ser professor de Direito. Eu aceitei, acabei me especializando e fiquei 35 anos dando aula. No início, não se recebia dinheiro, só a cada 10 meses se ganhava alguma coisa. Foi por idealismo que nós começamos. Eu acabei dando aula em várias disciplinas, porque antigamente era Fepevi e eles queriam mudar para universidade, a Univali [Universidade do Vale do Itajaí]. Para a transformação à universidade, o ministério da Educação exigia muita titulação dos professores. Então, nós recebemos orientação para apresentar cada vez mais ‘papel’. E eu comecei a fazer concursos para vários títulos, de várias universidades, inclusive a federal, onde eu fiz o concurso, passei e tirei o primeiro lugar. Acabei dando aulas pra várias instituições. Mas não que eu quisesse dar aula nelas, o meu interesse era o papel, a titulação. Até porque, naquele tempo, eram três horas e meia só para ir até Florianópolis. Ida e volta, eram sete horas.

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DIARINHO - Hoje, um grande número de pessoas que se forma em Direito não consegue passar na prova da Ordem dos Advogados do Brasil. Como o senhor, que foi um dos primeiros advogados de Santa Catarina, vê essa situação?

Norton – Eu acho necessário o exame. Necessário e imprescindível. Nos cursos de Direito, 20% dos alunos estão lá porque são filhos de papai. Não é que eles queiram estudar. É porque os pais os induziram a ter um curso universitário. Então, ele leva aquilo na flauta, estuda o mínimo para passar. Depois, quando ele sai dali, conhece o mínimo. Ele precisa realmente se reciclar, para fazer o exame e passar. Porque ser advogado é muita responsabilidade. O cliente passar uma procuração, não é brincadeira. A procuração que a gente recebe dá poderes para tudo. Se é honesto, tudo bem. Mas se não é honesto, embrulha o cliente. [O senhor não acha que existe muita rigidez no exame?] Não. O que há é a falta de conhecimento do aluno. Não há rigidez na OAB. Todo aluno, em qualquer curso, tem o mínimo que é o conhecimento. E aquele máximo que depende dele. Olha, duas coisas que eu aprendi na vida até agora: Primeiro, que eu não sei nada, cada dia eu aprendo uma coisa nova. Segundo, que dinheiro não é tudo. O aluno ele pode ter aquele mínimo para passar. Agora, o aperfeiçoamento profissional, esse depende dele, da leitura. A legislação no Brasil tem o Direito como um fenômeno humano e social, relativo ao tempo e ao espaço. Tá mudando todo dia e a toda hora. [E essa falta de capacidade dos alunos não seria uma prova de que as universidades estão preparando mal os estudantes pro mercado de trabalho?] Não. Eu diria o seguinte, estão exigindo pouco do aluno, deveriam exigir mais, para que o aluno ficasse convencido de que ser aluno é responsabilidade dele. O aluno tem a responsabilidade de aprender, professor tem que ensinar. E, na realidade, hoje não existe mais o raciocínio. Antigamente, você ouvia o rádio e tinha que imaginar todo um cenário. Hoje em dia, você vê a televisão, aperta um botão aqui e aparece a imagem, você não precisa nem prestar atenção no que o repórter está falando, porque você já está vendo tudo. O que falta para os alunos é raciocínio. O computador é burro, o computador não raciocina, o computador recebe ordens. Quem raciocina é o homem.

DIARINHO - Édison Villela, Círio Arnoldo Vicente, José Roberto Provesi e Mário César dos Santos. Destes, qual foi o melhor e qual foi o pior dirigente que a Univali já teve e por quê?

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Norton – O doutor Édison foi o criador, idealizador e grande mestre da Univali. O mestre principal, ele ficou 35 anos lá. O que ele construiu, corajosamente, e deixou para todo o nosso estado... é um homem que merece o nosso respeito. O professor Provesi foi meu aluno aqui na Univali. E eu concorri com ele ao cargo de reitor, só que ele ganhou e eu perdi [risos]. Claro, ele se preparou. Também procurou fazer o melhor, porque ele estava bem intencionado de continuar, e felizmente continuou a Univali normalmente. Veio o doutor Mário César, que desde o tempo que foi meu aluno era muito responsável, persistente e trabalhador. E está levando a Univali numa boa situação. Eu acho que todos eles foram bem intencionados. Uns tiveram mais oportunidades de arrecadar fundos e investir, porque você sabe que a universidade não tem fins lucrativos. Sendo assim, ela não distribui dividendos, e o que sobra ela investe e o resultado está aí. Quando professor, eu recebia muitos professores de outros estados, especialmente do nordeste. Eles chegavam e viam esse monte de construção e perguntavam: ‘Como que vocês conseguem fazer isso?’ É simples, aplicar o dinheiro com honestidade. Só isso. [Mas qual foi o melhor e qual foi o pior?] Eu não posso dizer que houve um melhor, eu posso dizer que todos procuraram ser bons. Agora, digamos assim, quem se destacou pela iniciativa foi o doutor Édison. Claro, 35 anos não é brincadeira. Ele tem o meu respeito.

DIARINHO – E como foi o seu envolvimento com a Marinha do Brasil?

Norton – Na Marinha eu comecei como amigo do então almirante Carlos da Silveira Carneiro, um dos primeiros almirantes que apareceram no 5º Distrito Naval, em Florianópolis. Quando jovem, eu tinha um clube de excursões. Eu dei, inclusive, a volta à Ilha a pé duas vezes. Foram 26 dias cada vez. Bem, então eu fiquei conhecido pelas minhas atividades nas excursões. O almirante Carneiro era um intelectual e trazia muitos conferencistas para fazer palestras em Florianópolis pela Marinha. Ele queria que tivesse alguém para mostrar a Ilha pros visitantes. Ele então me telefonava: ‘Oh, leva o pessoal lá e tal’. Eu levava e aí começou. E quando eu vim de São Bento do Sul para cá, eu logo tive contato com uma antiga capitania, em que conheci muitas pessoas. Hoje, eu tenho a titulação de Amigo da Marinha, que é concedida pelo almirante comandante do 5º Distrito Naval, que tem a jurisdição do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Depois, recebi o Mérito Tamandaré, que é concedido pelo comandante da Marinha. E, por terceiro, fui admitido como Oficial da Ordem do Mérito Naval. Aí foi uma indicação do Conselho do Almirantado, que indicou ao presidente da República, que é quem nomeia. Tudo isso sem receber um centavo. Não tenho contracheque dessas nomeações.

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DIARINHO – Como conseguiu ser selecionado, como convidado da Marinha, para visitar a base de pesquisas do Brasil na Antártida?

Norton – É aquela história, tem coisas que o senhor compra e outras não. Todo milionário pode passar um final de semana em Paris, você compra uma passagem aqui e vai. Agora, para ir a Antártida tem que ser convidado. Eu sempre disse e divulguei para os meus alunos o trabalho das Forças Armadas no Brasil. Porque eles fazem um trabalho muito grande na concepção, na manutenção e no aprimoramento dos anseios e dos objetivos nacionais. Só que é pouco divulgado isso. O pessoal das Forças Armadas é muito discreto. Eles fazem as coisas e não dão publicidade, e o grande público não toma conhecimento do que o Exército faz, do que a Marinha faz e do que a Força Aérea faz. [E com relação à Antártida, com é que surgiu o primeiro convite?] Eu, como professor, divulgava a Antártida para os meus alunos, e até os induzi a escreverem cartas pro pessoal que vive por lá. Cá pra nós, o senhor ir pra Antártida como eu fui, para ficar uma semana e voltar, é uma beleza. Mas ficar um ano lá... é outra coisa. Foram enviadas centenas de cartas de alunos meus aqui da Univali. Cartas de incentivo. Então, a Univali ficou conhecida na Antártida e o professor Norton também. O resultado: o professor Norton foi convidado. [O senhor foi três vezes?] Fui. [E como foi essa experiência?] Lá nunca se sabe o que você vai fazer, o tempo muda em média a cada quatro horas e a meteorologia oscila muito. Você está aqui em Punta Arenas, no extremo sul do Chile, e precisa atravessar o Estreito de Magalhães, a Terra do Fogo e o Mar de Drake. O avião tem gasolina para ir e voltar. O avião às vezes vai e o tempo muda, não dá para pousar, então precisa voltar na hora. Ele não pode ficar dando voltas lá em cima. Se acaba a gasolina, não tem lá embaixo para pegar.

DIARINHO – O senhor já teve a chance de pilotar um avião. Essa é a maior emoção da sua vida?

Norton – Não. O avião você precisa ser bom para pilotá-lo. Eu reconheço que não tinha capacidade e condições de ser um aviador, por isso nunca fiz concurso para ser aviador. [O senhor nunca foi piloto profissional?] Não, nunca fui. [Mas conduziu uma aeronave?] É, pequena. [Mais de uma vez?] Mais. [E como é essa experiência?] Eu senti uma certa fraqueza. Aliás, todos nós temos frustrações na vida. A minha frustração maior é não saber andar de motocicleta. Não sei e tenho medo. Eu fico pensando: ‘Se eu pilotei um avião, por que eu não sei pilotar uma moto?’... mas eu não sei. [Qual foi a maior emoção da sua vida?] Eu já cheguei ao ponto mais oriental do território brasileiro habitado, que é a ilha da Trindade. A ilha da Trindade fica na latitude de Vitória/ES, é mais ou menos um terço do caminho Brasil e África. Ali, nesta ilha, que é um vulcão extinto que vem de 4000 metros de profundidade numa área de aproximadamente oito quilômetros quadrados, onde é território nacional. Agora, o mais interessante é que naquela ilha, no meio do oceano, a mil e poucos quilômetros do nosso litoral, tem água doce, água mineral, e eu tomei daquela água. A Marinha que mantém a posse da ilha, em termos de integridade territorial do Brasil, em termos de soberania internacional. Porque no mundo internacional a ilha é disputada, mas o Brasil tem a sua bandeirinha lá e é mantida pela Marinha. São 38 homens que ficam lá quatro meses. Não é brincadeira ficar lá quatro meses sem a família. Para chegar à ilha o navio chega perto, hoje tem helicóptero que vai até lá, mas eu não. Eu desci por uma escadinha de corda e pulei numa jangada. O navio quando chega dá um tiro, que vai lá [na ilha] com um fio. Aí eles puxam o guincho, fazem as amarras, como se fosse uma ancoragem. Eles chamam de cabrita, porque pula muito, e eu fui nessa tal de cabrita. Demora-se mais ou menos uns 40 minutos para chegar, não é brincadeira, não é fácil. Se hoje a nossa presidente Dilma [Rousseff] disser assim: ‘Traga alguém da ilha da Trindade para mim’. Essa pessoa teria que ser buscada por uma fragata, que seria o navio mais rápido da Marinha Brasileira. Até chegar lá, depois pegar um helicóptero da fragata para ir até a ilha e até voltar, vai, no mínino, cinco dias. Agora, você estar lá [se emociona]...não é fácil.

DIARINHO – E a viagem de submarino que o senhor fez no ano passado, como foi?

Norton – Eu fui presidente da Soamar Itajaí [Sociedade Amigos da Marinha] e agora sou vice-presente. Hoje, a atual presidente é a senhora Doris Baumgartner, que está se saindo muito bem. A Soamar tem por objetivos difundir a mentalidade marítima e manter a integração entre a sociedade civil e os nossos irmãos da Marinha do Brasil. Então, sempre a gente procura dar publicidade às atividades da Marinha, que hoje em termos de submarino está mostrando pra opinião pública a necessidade do submarino no litoral brasileiro, em especial, o submarino atômico. Houve aqui no mês de dezembro a visita de um almirante, fazendo uma palestra sobre o submarino atômico, que de atômico só tem a propulsão. Porque quando nós pensamos em submarino atômico, logo vem à cabeça a ogiva atômica, mas não, é apenas a propulsão. E o submarino atômico, como vocês sabem, já começou a construção no Brasil. Começou a construção dos estaleiros e até chegar ao submarino vai demorar uns cinco ou seis anos. A Marinha está difundindo as suas atividades costeiras, em especial a força de submarino. Porque para vigiar um litoral do nosso tamanho não é fácil. Quantos navios precisa? Quanto custa? [A descoberta do pré-sal também influencia?] Exatamente. Aumenta a cobiça internacional, a disputa. Digamos que eu veja uma senhora que limpa a rua, a presunção é que ela não tem nada pra ser roubado. Se eu fosse um assaltante, não ia assaltá-la porque não iria ter lucro. Agora, se fosse um cidadão que andasse com um Mercedes-Benz, com um BMW, a presunção é que ele tem dinheiro. E a mesma coisa é com o pré-sal. Hoje, no mundo, quem tem mais petróleo é a Arábia Saudita. Em segundo lugar a Rússia, em terceiro vem Irã e Iraque. Em quarto, o próprio Estados Unidos. Em quinto, a Venezuela. O Brasil ainda vai entrar na lista. [Mas entrando no assunto da sua viagem, ela foi da onde até onde?] É a tal história, lá você não vê nada, só pequenos relógios, não tem panorama [risos]. [Mas o senhor saiu de onde?] Saí daqui de Itajaí e voltei pra cá também. [E isso levou quanto tempo?] O necessário [risos]. Vou lhe dar dois fatos interessantes. Eles nos ensinam a sair de um submarino em casos de emergência, e não é fácil. Aquilo é um charuto e quase não dá pra passar. Passam dois, mas apertadinho. Nós viajamos de 30 a 50 metros de profundidade. E o submarino é cheio de válvulas no seu revestimento. Se uma válvula daquelas estoura, saem fios de água e se eu botar a mão na frente, fura. Não é brincadeira, pode acontecer a qualquer momento, e você está sempre sob tensão. A vida do homem da Marinha do Brasil, que trabalha num submarino, não é fácil. Eles merecem o nosso respeito.

DIARINHO – Comenta-se na cidade que o senhor ajudou as forças de repressão da ditadura militar a identificar inimigos do regime na região, entre as décadas de 60 e 70. Isso procede?

Norton – [Risos] É sempre a mesma história. Na época, a escola Superior de Guerra, quando houve o movimento de 64, precisava difundir a sua doutrina para o desenvolvimento. E o tema da doutrina era ‘desenvolvimento com segurança’. Eles fizeram a escolha de várias pessoas para fazer o curso, e ele não seria fora daqui. Pensaram que seria inviável levar 100 alunos de Santa Catarina para o Rio de Janeiro e trouxeram os professores de lá pra cá. E dos 100 alunos, eu fui um escolhido e fiz o curso. Consequentemente, aqueles que não gostavam do regime diziam que eu era agente do SNI [Serviço Nacional de Informações - organismo de apoio ao regime autoritário criado durante a ditadura militar]. Eu estou louco pra ver se alguém serve de testemunha pra mim ou me dá algum documento pra eu poder arrumar uma aposentadoria como agente do SNI [risos]. Porque eu sou um ilustre aposentado do INSS. Eles confundiam a ESG [Escola Superior de Guerra] e a ADESG [Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra], esta a qual eu pertenci com muito orgulho, com o SNI. Eles falavam e determinados indivíduos até me temiam. Mas eu ficava calado, não dizia nem A e nem B. [E como o senhor viu toda aquela época de ditadura militar?] A ditadura militar, a meu ver, foi um fato histórico necessário na vida da nação brasileira, porque a bagunça era grande. Vocês vejam que nós tínhamos greve da semana. É que nem uma casa onde a família de repente fica toda desorganizada. Um filho entra na droga, outro filho rouba, a outra filha fica desquitada ou divorciada, enfim, uma confusão danada. [Essa bagunça seria pela ação do comunismo?] Claro, não tenha dúvida. Mas tem muita gente que na época era comunista e que hoje se mantém com o título de comunista, mas que é capitalista de primeira, riquíssimo. São comunistas que nunca deram nada pra ninguém. Aliás, o comunista brasileiro é assim. Ninguém foi lá cortar cana em Cuba. Vão é fazer férias na Flórida [risos]. [O senhor chegou a ter relações com o setor de inteligência da Marinha?] Não, nunca tive.

DIARINHO – Quem seria, em Itajaí, um comunista ou ativista político que poderia ser considerado inimigo do regime militar e por quê?

Norton – Eu, francamente, teria até uma lista, mas essa lista eu vou me reservar a não comentar. Eles existem, mas ao meu ver são todos grandes demagogos. Se eu fosse um chefe de estado, um governador ou um chefe de polícia, e tivesse que tratar com um inimigo político, que tivesse tomado atitude por convicção política, eu respeitaria. Não respeitaria um corrupto. O pior de tudo é o corrupto, porque ele nunca é confiável. Ele só quer vantagem para ele. Enquanto que o idealista pode ser confiável. Você pode pensar o contrário do que eu penso, e eu tenho que ter respeitar a sua opinião. Agora, se você é um corrupto, aí não dá certo, não dá para confiar. E os comunistas da época eu conheço, agora tá todo mundo bem de vida. Carro do ano, apartamento bem colocado, não vi nenhum pobre, nenhum missionário, nenhum jesuíta, ou melhor, franciscano, que é quem dá muita esmola, é bem modesto, mas eu não vi não. Estão todos muito bem de vida.

DIARINHO – É verdade que o senhor ia armado para as aulas de Direito ou alguma vez já foi?

Norton – Para a faculdade eu levava a arma no carro, às vezes. Porque o advogado tem amigos e também tem inimigos. Ninguém gosta de perder e dependendo do tipo daquele que perdeu... Eu realmente tinha inimigos, nunca tive ilusões a respeito dos meus inimigos. No meu porta-luvas tinha arma. [E o senhor já viveu alguma situação perigosa em que precisou usá-la?] Eu fui assaltado aqui na Beira-rio e tive que reagir. Fui processado e depois absolvido. O assaltante declarou para a juíza em depoimento, não na minha frente, que me conhecia e eu havia pago para ele bolsa escolar. E o pior é que foi verdade. Porque como professor, e quando sobrava dinheiro, eu ajudava alunos carentes, e ele foi um deles. [E ele o assaltou..] A vida é assim, ingratidão.

DIARINHO – O senhor abrigou em sua casa o poeta e pensador uruguaio Félix Carbajal. Como conheceu o famoso construtor de relógios de sol e como foi sua convivência com ele?

Norton – Eu era presidente do Rotary Club de Itajaí e esse senhor apareceu lá para fazer uma palestra, onde ele pleiteava construir um relógio de sol. Como eu era o presidente, eu tinha que dar apoio a ele e foi isso que eu fiz. Porque essa casa aqui ao lado era minha [a casa de Norton fica no final da rua Camboriú, em frente à praça do relógio do sol], fui em que construí. E ele ficou ali, gostava de uma bebida [risos]. Ele levou mais ou menos uns 15 dias para fazer o relógio, era um conhecedor do assunto, e teve o nosso apoio, não só meu, como dos rotarianos da época. Logo que saiu daqui, ele teve um problema de saúde e ficou internado no hospital Marieta Konder Bornhausen. E pra pagar o tratamento, ele também fez um relógio lá. Quem era diretor na época e também deu apoio a ele foi o doutor José Eliomar da Silva, se eu não me engano. [E o Félix Carbajal tinha um comportamento diferente, era extravagante?] Era um filósofo, de família rica e que gastou todo o dinheiro passeando pelo mundo. Era um boa vida, não um trabalhador. Ele tinha uma fonte de renda que acabou. E, quando acabou, ele até filava roupa, até a minha ele filou, roupa, sapato, tudo. Ele ficou uns 15 dias na minha casa, mas de vez em quando aparecia. Ia embora, fazia umas viagens, e de repente vinha aqui, batia na porta e já filava alguma coisa.

DIARINHO – O senhor foi um dos líderes do movimento contra a abertura da praça do relógio do sol, entre as ruas Camboriú e Lauro Müller. Como avalia a ação da prefeitura, que decidiu cortar ao meio uma praça histórica como essa?

Norton – Quem tomou a iniciativa da liderança contra a abertura foi a doutora Iara [Dellamora Ferraz], arquiteta, que mora aqui perto. Ela fez um abaixo-assinado e eu compartilhei dele, porque realmente essa nossa pracinha foi deteriorada. Primeiro, no número de árvores, que era bem maior do que agora. Foram tirando as sombras e não repuseram. Depois, abriram essa parte, que eu não sei por que fizeram, eu não entendi. Quando existe uma legislação ambiental, onde tudo é direcionado no sentido de se proteger o que se tem, destroem... [O prefeito Jandir Bellini pecou?] Pecou, mas o prefeito Bellini teve bom senso. Quando ele viu a reação popular, voltou atrás. Também me parece que houve a intervenção do Ministério Público, porque a doutora Iara levou o fato ao conhecimento do Ministério Público. [Mas será que a administração voltaria atrás na medida sem essa mobilização popular?] Olha, em se tratando de político brasileiro, tudo é possível. Uma das características do homem público brasileiro é a adaptabilidade ao tempo e ao espaço. Rapidamente eles se adaptam a novas circunstâncias e é capaz até de fazer um elevado, alguma outra coisa [risos].

DIARINHO – Ainda falando da praça, demorou para acontecer a mobilização popular. Por algum momento o senhor achou que ela, realmente, seria aberta ao trânsito?

Norton – Sim, porque fomos apanhados de surpresa. Ninguém sabia de nada. Uma das tendências na legislação ambiental hoje é no sentido de que haja uma audiência pública, para que o público interessado se manifeste a respeito do pró e do contra. E não houve nada disso. A gente acordou de madrugada, às 6 horas da manhã, com um trator ali trabalhando. Foi dada uma demonstração de força por parte da prefeitura, que chegou e abriu. Eu cumprimento o prefeito Jandir Bellini porque teve bom senso, voltou atrás, arrumou, e que mantenha assim. Se bem que se vocês passarem ali vão ver que ela tá prontinha pra ser usada, a rua não foi desfeita. E ali tem mais uma coisa, quando tem chuva, fica água parada e pode ser um local onde pode procriar o mosquito da dengue.

DIARINHO - A atuação dos vereadores também foi bem apagada. Não está faltando aos representantes do povo maior empenho na defesa dos direitos dos moradores?

Norton – Nossos políticos, com raras exceções, gostam muito de cuidar dos seus próprios interesses. Interesses do povo, só em época de eleição. Tem, naturalmente, exceções, pessoas bem intencionadas, que fazem pelos anseios e objetivos da comunidade. Mas tem outros que só fazem por eles próprios. E esses, infelizmente, são maioria. Isso é uma característica do jeitinho brasileiro. Chegou a vez de quem está lá em cima e ele quer é arrumar a vida dele. Não vê o caso deste aumento dos deputados federais, senadores, de 60 e poucos por cento, é muito dinheiro. Eu sou aposentado do INSS e tive um aumento de R$ 40. Eu ganho R$ 1540 por mês e fizeram um rolo danado porque deram R$ 40 de aumento. O próprio salário mínimo, que subiu R$ 20 e eles [políticos] estão reclamando. E tem mais essa: o grande público não sabe o que eles ganham por mês. Porque têm direito de auxílio moradia, correio, gabinete, pagamento de funcionários, uma série de regalias que contando tudo, botando na ponta do lápis, é muito.

DIARINHO – O senhor acha que faltam praças em Itajaí para crianças e moradores aproveitarem mais a cidade?

Norton – Sim, precisamos de mais praças e com sombra. Aliás, Itajaí é uma cidade que tem pouca árvore, não se tem quase sombra. Eu vejo a diferença de Blumenau, que tem muito mais verde, Gaspar. Já Itajaí não, é como Tijucas, que também tem pouca árvore. Acho que uma campanha de arborização em nossa cidade seria benéfica.

DIARINHO - O senhor costuma viajar muito em automóvel pela América do Sul. Ao contrário dos nossos vizinhos argentinos, o brasileiro ainda viaja pouco desta forma. Quais as vantagens de viajar de carro?

Norton – O contato com a natureza, parar onde você quiser, a vivência com o homem local, a demonstração de solidariedade. Por exemplo, com os nossos irmãos argentinos. Quando se fala em argentino, nós já ficamos com o pé atrás, porque recebemos algumas visitas dos portenhos, lá de Buenos Aires, e aquele pessoal não é muito simpático. Mas é a mesma coisa que o pessoal de São Paulo. Se você vai conversar com um grupo de moradores de São Paulo, vai ser diferente da conversa com um grupo de moradores lá do interior de São Paulo. Ou de Florianópolis e do interior de Santa Catarina, muda. Então, a medida que você avança na Argentina, em especial para o sul, para a Patagônia, o argentino é muito cordial, muito solidário. Eu tive uma experiência descendo pelo deserto de La Pampa, de Zarate em direção ao sul, para Santa Rosa. É um deserto de 200 quilômetros, numa linha reta, sem absolutamente nada. Você entra ali, não tem posto de gasolina, não tem casa, não tem coisa nenhuma. Depois, voltando de Bariloche, San Martin de Los Andes, peguei o mesmo deserto, mas não pela mesma estrada. Fui paralelo à Cordilheira dos Andes e ali é deserto com areia e aquela tundra. Antes de entrar eu reabasteci o carro, eu e minha mulher, tudo certinho e começamos a viagem. Quarenta minutos depois, num declive, quando o carro baixou, um cano de escape que estava na areia pegou no meu tanque de gasolina e fez um grande furo. Paramos, 8 horas da manhã, dois graus abaixo de zero, frio pra burro. E agora? A média de tráfego ali é de 18 veículos por dia. Mas Deus estava conosco. Tiramos tudo do porta-malas porque havia perigo de explosão, e quando olhamos pro horizonte, lá longe vinha um caminhão, uma poeirinha, no mesmo sentido que o nosso. O caminhão parou e o motorista se ofereceu pra nos rebocar. Eu tinha levado uma corda no carro, a gente amarrou e ele nos rebocou 160 quilômetros no deserto. Nos deixou na porta de uma oficina, não quis cobrar nada, mas na época ainda dei 50 dólares pra ele, que era muito dinheiro. Mas ele foi solidário, são solidários e respeitam muito o brasileiro. [Foi a sua viagem mais marcante de automóvel?] Não, teve várias. Por exemplo, a Ruta 40, que vai de Mendoza a Bariloche, pela Cordilheira dos Andes, também é linda. E a própria passagem de Mendoza para Santiago, quando você sobe a Cordilheira, chega a 2800 metros de altitude, e atravessa o túnel que faz a ligação da Argentina com o Chile.

DIARINHO – A privatização das rodovias, com a cobrança de pedágios, deixou mais segura a vida dos viajantes?

Norton – Melhorou sim, mas a insegurança aumentou, em função do aumento da violência no Brasil. [E falando em estradas, o senhor já recebeu cobrança de propina da polícia argentina, fato que dizem ser bem comum?] Já, foi horrível. Eles criam dificuldade para vender facilidade. Como, por exemplo, exigir dois triângulos, exigir um lençol, para se tiver um ferido ou um morto, ele servir para tapar a pessoa. Eu recebi uma multa na Argentina, dentro de uma cidade no interior, por excesso de velocidade. Eu saí de um bar, onde eu parei para tomar um café, pois tava muito frio. Andei uns 10 minutos e já me pararam e me multaram por excesso de velocidade. Uma mentira, porque eu não conhecia o local, estava devagar e ainda tinha neve na pista. Eles [policiais argentinos] não são confiáveis. Agora, a polícia Federal no Brasil, nessa eu nunca vi uma corrupção.

DIARINHO - O senhor vive numa casa com muito verde, numa área nobre da cidade. Sabe-se que tem sido muito assediado pelas construtoras, que querem comprar a área para fazer um prédio. É irreversível a verticalização de Itajaí?

Norton – Infelizmente, sim, porque não tem mais terreno. A não ser que a cidade avance em direção oeste. Para o leste é o mar, para o sul é Balneário Camboriú e para o norte também está tudo ocupado. Só vejo saída se a cidade avançar para essa área em direção à BR-101, senão iremos para a verticalização. [E o senhor também vai se render a viver em apartamentos?] Eu não gosto. Esses lotes aqui eu comprei em 1970, na era do milagre brasileiro, quando advogado ganhava dinheiro. Eu ganhei realmente muito dinheiro e apliquei o que ganhei. Esse terreno aqui era do antigo banco Inco, que depois foi absorvido pelo Bradesco. Na época, o banco fez um loteamento, tudo certinho, com rede de esgoto, água, e eu comprei e fiquei. Tenho quatro lotes aqui ainda. Eu queria vender os quatro lotes ou trocar por área construída, mas eles querem a minha casa junto, por causa da frente da pracinha, que aumenta o valor do apartamento. Por enquanto, não chegaram no meu preço [risos]. [Mas se a proposta for boa...] Daí vendo, com certeza.

 

RAIO-X

Nome: Norton Oliveira e Silva

Idade: 77 anos

Naturalidade: Florianópolis

Estado civil: casado

Filhos: três filhos, seis netos e dois bisnetos

Formação: bacharel em Direito desde 1954, com especialização na associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG)

Carreira profissional e condecorações: advogado e professor universitário aposentado, deu aula nos cursos de Direito, Administração, Economia, Ciências Contábeis, Estudos Sociais, Letras, Enfermagem, Medicina e Direito. Foi ex-presidente do Rotary Club de Itajaí e ex-presidente e atual vice-presidente da sociedade Amigos da Marinha (Soamar) de Itajaí. Membro honorário da Força Aérea Brasileira, ele ainda é Amigo da Marinha e Oficial da Ordem do Mérito Naval, condecorado com o Mérito Tamandaré, pela Marinha, e com a Medalha do Pacificador, pelo Exército Brasileiro






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