A capitania dos Portos divulgou ontem a conclusão do inquérito que apurou o acidente que deixou malemal a pequena Tamara Dallafavera, de 11 anos. Pra Marinha, o juiz aposentado Disney Oliver Sivieri, condutor da embarcação Caobimpará, e José Carlos Barcelos, motora da lancha Maranatha (que rebocava o banana boat), fizeram cagada enquanto conduziam os barquinhos. Tamara foi atropelada pela lancha do juiz quando brincava no banana boat, na praia Central do Balneário Camboriú, no feriado de Carnaval.
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O comandante da capitania, capitão Alexandre Herculano Pinto Malizia, disse que os motoras não teriam cumprido as normas exigidas pelo regulamento Internacional para Evitar Abalroamento no Mar ( ...
O comandante da capitania, capitão Alexandre Herculano Pinto Malizia, disse que os motoras não teriam cumprido as normas exigidas pelo regulamento Internacional para Evitar Abalroamento no Mar (Ripeam). As exigências são ensinadas aos condutores quando eles tiram a carteira de habilitação pro marzão. É exigido que todo condutor esteja atento à aproximação de outras embarcações, e constatou-se que os dois estavam desatentos, afirma o capitão Malizia.
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Conforme a marinha, quando os pilotos decidiram fazer uma manobra de defesa, já era tarde demais. O motora que rebocava o banana parou e o outro tentou desviar. Uma lancha estava muito próxima da outra, explica o comandante.
Carteira cassada
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O resultado do inquérito foi encaminhado pros advogados de defesa dos acusados. Eles têm 10 dias pra responder o papéli com a defesa. Depois, toda a documentação será encaminhada pro tribunal Marítimo, no Rio de Janeiro, onde o caso será julgado.
Se os condutores forem considerados culpados, eles perderão o direito de pilotar e ganharão uma multa no lombo. Até a conclusão do processo, tanto o juiz quanto o condutor do banana podem continuar pelaí conduzindo barcos.
Parou de pilotar
Vilmar Schatakow, dono da empresa de banana boat envolvida no lance, conta que o funcionário que pilotava a lancha na praia Central não está mais conduzindo barquinhos. José Carlos continua trampando na empresa, mas saiu do marzão do Balneário.
Vilmar não acredita que o empregado tenha feito besteira durante o acidente. Ele fez a manobra certa. É experiente, afirma.
Barcelos ficou sabendo da conclusão do inquérito da Marinha ontem. Ele disse que irá buscar defesa junto ao tribunal Marítimo, pois acredita que fez tudo certinho.
A reportagem telefonou ontem pro juiz aposentado Disney Oliver, mas não conseguiu contato.
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Menina ainda tá na cama
Natural de Viamão, no Rio Grande do Sul, Tamara ainda não conseguiu voltar pra casa. Ela passou por duas cirurgias e segue na baia de tios, em Balneário Camboriú, onde se recupera lentamente. Com a gravidade dos machucados, a menina não pode simexer direito, muito menos passar horas de viagem dentro de um possante pra voltar pra casa.
Ela ainda faz tratamento e fisioterapia pelo sistema Único de Saúde (SUS), no Balneário, bem longe de seus amigos e demais familiares.
A família está em busca de algum helicóptero ou outro transporte que leve Tamara divolta pros pampas.
Polícia vai ouvir os acusados
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O inquérito que rola na polícia Civil tá sendo tocado pela dotora Maria de Fátima Ignácio. Ela já ouviu a irmã da vítima, que viu o acidente, e o dono do banana. Nas próximas semanas, serão chamados os envolvidos e um socorrista. O inquérito pode ser encerrado em dois meses.
Pra dona justa, a treta pode ser tratada como lesão corporal grave, que cabe multa e até prisão.