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Eles lascam que levaram 20 dias pra receber o salário do mês. Os empregados ainda contam que rolam sacanagens como descontos abusivos do INSS e o não pagamento de férias.

Eles lascam que levaram 20 dias pra receber o salário do mês. Os empregados ainda contam que rolam sacanagens como descontos abusivos do INSS e o não pagamento de férias.

Uma muié, que foi contratada no dia 30 de março, afirma que até hoje não viu a cor do dinheiro. “Eles querem obrigar os funcionários a pedir as contas”, palpita o armador Elton Felipe Lopes Marques, 23 anos.

A galera conta que, ultimamente, o pagamento de aluguel tem rolado no atraso. E há casos em que falta grana até pra comer. Um funcionário dedou ao DIARINHO que tá quase sendo despejado de onde mora em razão dos constantes atrasos no pagamento do salário.

A zeladora Josiane Gabriela Dorneles, 28, tá há um ano e quatro meses na empresa. Diz que os responsáveis pela Diferencial chegam até a descontar o INSS do holerite sem fazer o devido registro da grana. “Tenho também as férias pra receber há três meses e ainda não me pagaram”, lascou.

Também há mais de um ano na empresa, a zeladora Tereza Fróis, 40, cobra o cumprimento do contrato. Diz que, quando assinou o papéli pra ser admitida, tava previsto o recebimento de uma cesta básica por mês. “Nunca vi a cor da cesta. A gente mal ganha pra pagar a comida”, alfinetou.

Sem explicação

A reportagem tentou contato com a empresa por cinco vezes. Conseguiu falar apenas por telefone com o gerente, de nome não divulgado, que jogou o abacaxi pra dona, identificada como Rosangela. A mulher não foi encontrada na empresa e tava com o celular desligado.

O que fazer

O advogado trabalhista Natan Ben-Hur Braga indica aos trabalhadores que busquem os direitos na delegacia do Trabalho e entrem na dona justa com pedido de rescisão de contrato indireta. “Embora esteja pedindo demissão, fica com direito a tudo”, garante. Quem pedir as contas agora terá dois anos pra provar e reclamar seus direitos.

Pra conseguir o arrego, tem que comprovar as tretas com extratos, holerites e depoimentos do povão e funcionários. Além de receber o dindim faltante, o advogado conta que o trabalhadô poderá lucrar até as horas extras, 13º salário e férias que não foram pagas.

Caso o fiscal do trampo bater na empresa, a Diferencial pode ser multada, num valor ainda a ser calculado, e ser obrigada pela dona justa a pagar as indenizações.