Itajaí
Um dengo-dengo de coração com 100 anos de histórias pra contar
Seu Marcos viu Navega nascer e acompanha o seu crescimento
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Quase cinco décadas atrás, quando o seu Marcos plantava cana e aipim num terreno no bairro de Machados, a cidade de Navegantes começava a nascer. Era o início da década de 60 e o município que recém tinha alcançado sua independência política já era um local de oportunidades. Na mesma semana em que a cidade onde escolheu viver e formar uma família faz 49 anos de emancipação, Marcos do Nascimento completa 100 anos de vida. A comemoração das duas datas vem acompanhadas de histórias da cidade que viu nascer e crescer. Do pátio da sua casa, agora morando no Gravatá, ele compartilha a boa memória pra causos, e nem tão boa assim pra datas, como ele mesmo gosta de dizer. Marcos nasceu em Tijucas (hoje, na área onde está o município de São João Batista) em 23 de agosto de 1911. Filho de colonos, foi criado na roça e aprendeu com os pais o ofício que teria ao longo da vida, exceto por algumas curtas aventuras em outras profissões. Em Tijucas, já trabalhava na plantação de cana-de-açúcar. Só quando vim pra Navegantes, que na época ainda era Itajaí, que tentei outras coisas. Logo que cheguei, lá pelos anos 50, tentei ser comerciante, mas não deu muito certo, conta seu Marcos, que, com bom humor, revela o motivo do negócio não ter dado certo. Eu vendia fiado, brinca, com um longo sorriso no rosto. Antes de se aventurar por Navega, seu Marcos ainda se casaria com a esposa que o acompanha por mais de 70 anos, a dona Ilda Soares do Nascimento. A gente se casou em 1945 em Tijucas mesmo, mas depois resolvemos vir pra Navegantes, pois naquela época já tinha bastante oportunidade de negócios aqui, principalmente na agricultura. No início foi difícil, mas conseguimos se estabelecer e construímos nossa família aqui, diz Marcos, orgulhoso de seus 11 filhos, 32 netos e 33 bisnetos. Do início como comerciante, que quebrou por vender fiado, seu Marcos se arriscou a transportar a produção de cana-de-açúcar pelo rio Itajaí-açu com uma pequena embarcação, mas logo depois voltaria pra onde realmente sabia das coisas: a agricultura. Fechei o comércio por causa dos caloteiros e comprei uma lancha. Fazia a travessia da produção de cana-de-açúcar das plantações pras usinas que ficavam do outro lado do rio, em Itajaí. Durou só dois meses. Aí voltei a plantar num terreno que tinha em Machados, de 70 hectares. Nas minhas terras tinha cana-de-açúcar, aipim, e até arroz. Ainda bem que fiz isso, porque minha lancha não ia conseguir disputar com esses barcões que atracam no porto hoje, brinca.
Continua depois da publicidade
Já tem cadastro? Clique aqui
Quer ler notícias de graça no DIARINHO?
Faça seu cadastro e tenha
10 acessos mensais
Ou assine o DIARINHO agora
e tenha acesso ilimitado!