Membro do conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Santa Catarina (Crea/SC), o geólogo Rodrigo Sato afirma que o projeto do engenheiro naval Geert Prange poderia ser uma boa solução pra combater as enchentes que assolam a região. A ideia é boa, mas falta vontade política de fazer as coisas acontecerem em Santa Catarina. É muito blablablá e nada de prático ou preventivo é feito para diminuir esses desastres, descasca.
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Sato faz parte do grupo Técnico Científico para Prevenção de Catástrofes Naturais de Santa Catarina, o GTC, criado pelo governo estadual após a enchente de 2008. Ele fala que pra cada real que não ...
Sato faz parte do grupo Técnico Científico para Prevenção de Catástrofes Naturais de Santa Catarina, o GTC, criado pelo governo estadual após a enchente de 2008. Ele fala que pra cada real que não é gasto em prevenção são gastos R$ 10 na reconstrução dos lugares atingidos. Existe uma indústria do desastre em Santa Catarina que movimenta milhões de reais. Muita gente ganha com isso, menos o povo que sofre com essas enchentes, lasca, lembrando que todo o prometido pelas otoridades nesses últimos três anos foi parar no ralo. Nada do que foi dito foi executado, lamenta.
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O geólogo diz que, desde 1983, dezenas de projetos surgiram tentando amenizar os efeitos das cheias, mas todos foram engavetados. Daí, anos depois, os mesmos projetos são feitos de novo e pontos já vistos antes são estudados novamente. Tudo isso é pago duas vezes pela população, observa.
Um dos causadores da enchente, segundo Prange, é o excesso de curvas do rio Itajaí-açu, que barra a circulação da água. O canal extravasor que o engenheiro propõe iria inibir o represamento feito por esses desvios e, pra Sato, isso pode ser feito sim. O projeto do Prange pode ser algo bom pra questão das cheias em Itajaí, afirma.
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Chega de promessas
Em relação ao que está sendo analisado sobre a enchente 2011, Sato informa que ainda não rolaram reuniões do GTC depois do ocorrido, há uma semana. Mas o geólogo tem na ponta da língua o que falta pra que as coisas aconteçam com mais rapidez e vidas sejam preservadas por aqui. As obras precisam ser feitas, porque só assim o povo de Itajaí não vai se assustar com qualquer chuva, conclui.