Itajaí

Família de jovem executado com tiros na cabeça perde a esperança por justiça

Hoje faz três anos da tragédia que se abateu sobre a família da itajaiense Fabiane Fischer, 47 anos: a execução do filho Kauê, então com 18 anos. Desde 2008, Fabiane já ouviu várias histórias sobre o que aconteceu no dia em que o filhote foi encontrado com três tiros na cabeça e viu o processo contra o principal suspeito - um policial militar peixeiro - ser arquivado. Desse tempo todo, o que sobra pra família é a decepção e o sentimento de impunidade, diz a mãe. “No início, passei oito meses indo todos os dias na delegacia de Itajaí. Até para registrar o BO do assassinato eu tive dificuldade. Mas hoje não tenho mais tanta esperança”, desabafa.

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O processo contra o PM acusado de ter assassinado Kauê foi arquivado em 4 de julho deste ano, por falta de provas. Fabiane não se conforma com isso. “Infelizmente, quem deveria nos proteger faz ...

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O processo contra o PM acusado de ter assassinado Kauê foi arquivado em 4 de julho deste ano, por falta de provas. Fabiane não se conforma com isso. “Infelizmente, quem deveria nos proteger faz o oposto nesta cidade”, diz, revoltada, enquanto mexe nos poucos objetos pessoais do filho que ainda guarda: medalhas das competições de futebol que participava, fotos, cartas e a bíblia onde o adolescente rabiscou a frase “Só Deus sabe a minha hora”. “Ele era muito carinhoso com todos e vivia brincando. Dava beijo antes de sair de casa, escrevia cartas pra mim”, lembra a mãe do adolescente, com nostalgia.

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Atualmente, Fabiane mora junto com a mãe, Marlene, 57, e a filha, Rafaela, 11, num apê do bairro Fazenda. Quando o crime rolou, os Fischer residiam em Camboriú. “ O antigo apartamento trazia muitas lembranças e resolvemos mudar”, justifica-se Marlene.

Com apenas oito anos na época do crime, uma das poucas lembranças que Rafaela ainda tem do irmão mais velho também é o carinho e as brincadeiras. “Ele era muito carinhoso e brincalhão comigo também. A gente nunca brigava”, recorda.

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Quando foi executado, Kauê trabalhava e tentava se recuperar do vício do crack, informa Fabiane. Chegou a ficar seis meses internado numa clínica de reabilitação de drogas em 2007. “Meu filho era uma boa pessoa. No velório, uma senhora mendiga me disse que muitas vezes ele matou a fome dela, dando peixe do trabalho”, conta a mãe, orgulhosa.

Pra homenagear Kauê, que hoje teria 21 anos, a família encomendou uma missa na igreja Matriz, no centro peixeiro. A cerimônica acontece às 19h desta segunda-feira.

Processo contra PM foi arquivado

O Ministério Público chegou a denunciar o PM pelo crime. Mas em julho deste ano, o processo foi arquivado pela dona justa no fórum peixeiro. Não havia provas suficientes para dizer se foi mesmo o soldado Galvão quem matou Kauê. “Ter fotos e armas em casa não indica autoria do crime”, argumenta o promotor Isaac Newton.

No ano passado, o promotor ainda pediu mais diligências da polícia Civil, na tentativa de levantar provas concretas pra ligar o soldado ao crime. “Mas não puderam ser cumpridas pela polícia”, lamenta. A tentativa do Ministério Público era a de identificar quem estava no interior de um Fiesta, que testemunhas apontaram como sendo o carro usado pelo atirador.

A esperança do promotor é que algo novo apareça no caso. Inclusive, alguma outra testemunha. “Nada impede que seja retomado, desde que haja um fato novo”, comenta o dotô Isaac.

O corpo de Kauê foi encontrado às margens da BR-101, na Canhanduba, em Itajaí, com três tiros na cabeça.

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