A jovem Keyla Francilene Alves, 17 anos, pode muito bem ser o símbolo trágico que representa o futuro de uma parte dos jovens que acaba nas mãos dos traficantes. Pra garantir o crack que fumava diariamente, trabalhava como aviãozinho pro traficante itajaiense Jaisson Kohler, 18, que atuava na região do Imaruí. A mesma mão que sustentava o vício da garota empunhou o revólver que a matou.
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Foram sete tiros à queima-roupa. Keyla não deu ao bandido o dinheiro do crack que vendeu ou fumou e acabou pagando a dívida com a própria vida. A moça morreu dia 30 de abril, num galpão que chegou ...
Foram sete tiros à queima-roupa. Keyla não deu ao bandido o dinheiro do crack que vendeu ou fumou e acabou pagando a dívida com a própria vida. A moça morreu dia 30 de abril, num galpão que chegou a ser conhecido como cracolândia, na comunidade onde ela e seu assassino moravam.
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Este não foi um caso isolado. Keyla foi apenas mais um soldado-mirim do tráfico a ter a vida ceifada na região. Ao todo já foram cinco adolescentes executados este ano por envolvimento com o tráfico de drogas. Só no mês passado foram dois.
O mais recente crime tirou a vida de Felipe Cardoso, o Dentinho, 17. Rolou no dia 12 de setembro. Ele foi violentamente espancado antes de ser enforcado. Com requinte de crueldade, seus executores ainda o despejaram numa vala de esgoto do bairro Monte Alegre, em Camboriú, onde morava. O pai, Amarildo Cardoso, foi chamado por vizinhos e chegou a ver o cadáver de Dentinho naquele estado.
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No caso do Dentinho, ainda não tá claro pra polícia se ele devia para os traficantes para quem trabalhava ou se o crime foi cometido por integrantes de um grupo rival numa suposta disputa por pontos no Monte Alegre.
Três dias antes, foi a vez de Rogério Christian dos Santos, 16, morrer crivado de balas, no bairro Taboleiro, em Camboriú. Ele seria aviãozinho de traficantes e também devia para os bandidos. Foi fuzilado quando estava sentado numa calçada, num local público.
Em 2 de maio, o adolescente Gilmar Ramos, 17, foi executado à traição num matagal também do Taboleiro. Morreu na companhia do amigo William Santos de Souza, 18. Foram vítimas de uma guerra de facções rivais, crê a polícia.
Um dos mais cruéis assassinatos foi o de Alexsandro Norberto do Prado, de apenas 15 anos, que teria sido o primeiro soldadinho do tráfico a morrer este ano. Morador do loteamento Conde Vila Verde, no Monte Alegre, em Camboriú, foi levado pra Canhanduba, zona rural na divisa com Itajaí, pelos seus algozes. Lá, depois de fuzilado com seis tiros, os bandidos ainda atearam fogo em seu corpo.