A diretoria do sindicato dos Armadores e das Indústrias de Pesca de Itajaí e Região (Sindipi) tá na bronca com os sabichões do museu Oceanográfico da Univali, por causa de um levantamento feito pela universidade sobre a principal causa das mortes de animais marinhos na região. Após o aparecimento de vários bichos duros nas praias do litoral norte, os pesquisadores resolveram fazer uma expedição, que começou na semana passada. O que teria deixado os pescadores puteados é que os entendidos afirmam que a principal culpada pela matança é a pescaria de emalhe. Só ontem, mais oito tartarugas e dois golfinhos foram encontrados mortinhos em Barra Velha, Piçarras e na Maravilha do Atlântico. Pesquisadores do Ibama avisam que, por causa da falta de uma normativa que regule a pesca de emalhe, é impossível punir os pescadores.
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Segundo o coordenador técnico do Sindipi, Roberto Wahrlich, os pescadores não podem ser culpados por um estudo que ainda nem está concluído. Os pescadores da nossa região fazem um trabalho responsável ...
Segundo o coordenador técnico do Sindipi, Roberto Wahrlich, os pescadores não podem ser culpados por um estudo que ainda nem está concluído. Os pescadores da nossa região fazem um trabalho responsável e esse número de mortes nunca havia ocorrido. Não pode haver generalização, reclama Roberto.
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Os pesquisadores da Univali negam que estejam acusando o Sindipi, mas afirmam que têm certeza que a pesca de emalhe é a principal causadora das mortes. Nosso trabalho não é acusar ninguém, mas sim pesquisar animais marinhos. Após a análise de alguns corpos, temos certeza que a pesca de emalhe foi a principal responsável. Só não concluímos a pesquisa ainda por causa do número de mortes, que é muito alto. Todo dia aparecem mais animais. Só ontem, mais oito tartarugas e dois golfinhos entraram na conta macabra dos mares, explica Jules Soto, coordenador do museu Oceanográfico da Univali. O sabichão diz que perdeu a conta exata de mortes, mas o número gira em torno de 120, entre tartarugas, baleias, botos e golfinhos, em pouco mais de um mês.
Sem ter o que fazer
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Quem garante estar de mãos atadas neste caso é a equipe do Ibama. Infelizmente, ainda não há uma normativa nacional sobre a pesca de emalhe, então não podemos punir os pescadores, apenas informá-los. Após a Univali terminar a pesquisa, vamos receber o resultado e usar isso como mais um argumento pra rápida normatização desse tipo de pesca, conta Dan Pretto, analista ambiental da ICMBio, órgão ligado ao Ibama.