Itajaí

Diácono conta a história da igreja Matriz de Itajaí, que viu ser construída

“Essa igreja tem 60 metros de altura e 30 metros de largura. Da ponta da cruz até a terra são 50 metros”. É assim, com precisão milimétrica, que o itajaiense João Gonçalves, de 77 anos, fala sobre o local onde dedicou parte da sua vida religiosa: a igreja Matriz do Santíssimo Sacramento. Ex-diretor administrativo da paróquia, o diácono conta com orgulho a marca de mais de 2600 casamentos já realizados por ele. A vocação religiosa só não o levou a ser padre, um desejo do pai, por causa do casamento com a esposa Leia Gonçalves. Com voz mansa, João descreve cada parte da história da igreja com a devoção de um fiel que acompanhou cada etapa da construção da maior obra religiosa da cidade.

Morando perto do clube Itamirim, João lembra da infância indo a pé até a igreja Matriz, que ainda estava em obras no final da década de 1940. “Brincava na praça do centro, então acompanhei boa parte ...

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Morando perto do clube Itamirim, João lembra da infância indo a pé até a igreja Matriz, que ainda estava em obras no final da década de 1940. “Brincava na praça do centro, então acompanhei boa parte da obra. Ia a pé de casa até a igreja. Tinha sete anos quando vi a pedra da sapata da torre esquerda ser colocada. Lembro como se fosse hoje”, conta.

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A aproximação com a igreja católica foi natural para o garoto que se deslumbrava com a obra gigantesca. “Foi nessa época que comecei a participar mais da religião, dos eventos católicos. Ajudava nas festas da igreja, mas a Matriz ainda era na igreja da Imaculada.

E as lições sobre religião vinham de dentro de casa. “Minha família era de portugueses e italianos, todos muito religiosos. Meus pais rezavam ajoelhados ao lado da mesa antes de comer e também ao lado da cama antes de dormir”, diz.

Anos depois, entrou para a escola diaconal. Assim realizava, ao menos em parte, o sonho do pai, Henrique Gonçalves, de origem portuguesa, que queria um filho padre. “Entrei na escola diaconal São Franciso de Assis, em Florianópolis, a convite do padre Sérgio Maykot. Me formei em 1985, um ano depois do meu pai falecer. Ele sempre falava que gostaria de ter um filho padre. Então acho que pude realizar parte desse sonho, mesmo após a sua morte”, conta.

A admiração pelo pai ainda viria em forma de homenagem do próprio padre Sérgio. “Ele me disse uma vez que gostaria de ter a fé que meu pai tinha. E isso, vindo de um padre tão correto quanto ele, foi um grande elogio”, se emociona.

Inocente, João lembra que nem sabia o que poderia fazer como diácono. “O padre Maykot me explicou que eu poderia celebrar casamento, batizado e até missa, contanto que não fizesse a consagração do corpo de Cristo. E tantos anos depois, já fiz mais de 2600 casamentos, e continuo fazendo ao menos dois por semana até hoje”, explica.

E quis o destino que ele casasse com a esposa Leia Gonçalves na igreja Matriz, quando ela ainda nem tinha recebido o piso atual. “O piso era de madeira quando nos casamos. Lembro muito bem do dia. O único problema é que não sei onde estão as fotos do casamento para mostrar. Já naquela época, a igreja era muito linda”, afirma.

A experiência de ex-diretor administrativo da igreja e de ter acompanhado a construção do prédio quando criança fez João saber com riqueza de detalhes cada cantinho do centro religioso. “Os quatro sinos vieram da Alemanha e pesam 1200, 1020, 800 e 400 quilos. As telhas vieram de Joinville. Molhadas, elas pesavam cerca de 60 toneladas. Já cheguei a subir na coluna do meio entre as torres para fazer consertos no telhado”, recorda o devoto.

A construção

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Para João, o maior cartão postal da cidade. A igreja Matriz do Santíssimo Sacramento é o centro religioso mais importante de Itajaí e demorou 10 anos para ser construído. Inaugurada em 15 de novembro de 1955, a sua conclusão se deve ao trabalho e dedicação do então vigário monsenhor Vandelino Hobbold.

A pedra fundamental foi lançada em 1940 pelo padre José Locks, segundo o projeto do arquiteto alemão Simão Gramlich, que também construiu várias igrejas catarinenses. No entanto, apenas em 1945 que a obra começou de fato. As pinturas foram feitas pelos artistas italianos Emílio Cessa e Aldo Locatelli.

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