Gilberto faleceu pouco depois das 4h da matina de segunda-feira, no hospital do Coração, em Balneário Camboriú, onde estava internado desde sexta-feira à tarde, quando sofreu um enfarte. Ele passou mal logo depois de uma aula de natação. Não se sabe se Gilberto fazia o acompanhamento adequado com especialistas e nem se tinha risco de doenças coronarianas, mas praticava esporte há algum tempo. O velório rolou ontem em Camboriú, mas Gilberto vai ser enterrado em Curitiba (PR).
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A morte do empresário trouxe à tona algo que geralmente acontece perto do verão: pessoas sedentárias que começam a praticar atividade física sem nenhum tipo de avaliação médica. De acordo com o cardiologista especializado em arritmia cardíaca, Tiago Luiz Silvestrini, pessoas com mais de 35 anos devem procurar o médico antes de começar qualquer atividade física. Tudo para prevenir que o indivíduo passe mal ou bata as botas em pleno exercício.
Os exames são relativamente simples. Um eletrocardiograma, que demora poucos minutos e custa, em média, 50 pilas, e uma boa conversa com o dotô. Às vezes, há necessidade de pedir teste ergométrico, um ecocardiograma ou até um cateterismo, mas tudo vai depender do eletro e da conversa com o paciente, explica Tiago. Segundo ele, pessoas que têm histórico familiar de doenças de coração e fatores de risco como diabetes, hipertensão, colesterol alto, triglicerídeos elevados e sedentarismo, têm mais chances de ter um piripaque se começar a fazer atividade física desenfreada do nada.
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São fatores de risco que são mapeados na conversa. Mesmo assim, esses pacientes podem fazer atividades, mas precisam ter acompanhamento e começar numa intensidade menor, explica o médico. Tiago diz que, mesmo com todos os exames disponíveis, nem sempre é possível prever desgraças. Por mais tecnologia que tenhamos, nós não conseguimos mapear 100% dos riscos, diz.
O especialista também faz outro alerta: não adianta nada ficar a semana inteira na preguiça e se achar atleta por ir num futebolzinho duas vezes por semana. Isso não tem nenhum benefício cardiovascular, explica. Segundo ele, o que é bom para o coração é atividade física aeróbica pelo menos cinco vezes por semana de 35 minutos a uma hora. Além disso, também é importante ter uma alimentação balanceada.
O dotô explica que pacientes que já têm problemas de coração não devem ficar parados, porque só aumenta ainda mais as chances de um enfarte. O que não é indicado para cardíacos são esportes competitivos, diz.
Quem faz atividades físicas mas nunca procurou um cardiologista para saber se o coração está nos trinques deve ficar atento a certos sintomas, como dor no peito, falta de ar exagerada, tonturas e desmaios. Mesmo assim, há gente que nunca apresenta nenhum desses sinais e bate as botas do nada. É raro, mas acontece, conta.
Segundo Tiago, além de procurar um médico, as pessoas que queiram começar numa atividade física também devem ser monitoradas por um profissional de educação física. Este é o mundo ideal, mas a gente sabe que não é a realidade muitas vezes. Mesmo assim, as pessoas não precisam se assustar e podem praticar atividades físicas sempre, porque já está comprovado que atividade física ajuda a melhorar a saúde e aumenta a longevidade, aconselha.