Passar o dia inteiro esfregando o chão e as paredes. Essa foi a solução encontrada pela diarista Edith Peixe, 52 anos, para amenizar o fedor de fezes que invade a casa dela há mais de um mês. O esgoto do vizinho está totalmente entupido e escorre pra casa da denunciante até pelo interruptor de luz do banheiro. Ela reclamou da catinga na prefa e na vigilância sanitária, mas continua convivendo com o mau cheiro. Para piorar a situação, o vizinho porcalhão não quer saber de conversa.
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Dá pra ter noção do tamanho do perrengue da diarista só de passar na frente da baia, nº 394 da rua João Cunha, bairro Fazendinha. O esgoto chega na calçada, e o fedor incomoda até os moradores da ...
Dá pra ter noção do tamanho do perrengue da diarista só de passar na frente da baia, nº 394 da rua João Cunha, bairro Fazendinha. O esgoto chega na calçada, e o fedor incomoda até os moradores da redondeza. O vigilante Salvador Pereira dos Santos, 66 anos, mora na casa 404, e está puto dos cornos com a situação. O erro é também de quem não tem garagem e compra carro. Porque estacionam aqui, na rua, e o caminhão de lixo tem que passar por cima da calçada. Aí destrói os canos e piora tudo, reclama.
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Só que o maior problema mesmo, afirma Edith, é a falta de consideração do vizinho. Ela chegou a pagar um rapaz para consertar os canos neste fim de semana, mas os vazamentos voltaram na segunda-feira. Está tudo cheio de merda ali, e pra não vazar no banheiro de lá, ele desencaixa os canos e escorre tudo para o meu, acusa.
Como as casas ficam num morro e os terrenos são acidentados, quando os canos ficam desencaixados toda a nojeira passa por infiltrações e entra na casa de Edith. A imundície chega a escorrer até o meio da cozinha, que fica empesteada. O jeito é encher o banheiro de panos e camisetas velhas pra tentar conter a sujeira. Além disso, Edith passou massa de rejunte nos focos das infiltrações, inclusive ao redor do interruptor de luz. Eu chamei a prefeitura, mas eles dizem que do portão pra dentro não podem fazer nada. E eu tento falar com o vizinho, mas ele não quer nem saber, conta. O DIARINHO também tentou contato com o morador que seria responsável pelo perrengue, mas o cara não atendeu a equipe de reportagem.
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De acordo com o secretário de Obras de Itajaí, Tarcizio Zanelato, ao contrário do que foi dito a Edith, a prefa pode sim meter o bedelho na história. Isso porque o esgoto está chegando na rua, a céu aberto. A prefeitura tem que ir notificar. Ela precisa fazer uma denúncia na secretaria de Urbanismo, informa. O abobrão responsável pela pasta, Paulo Praun, garantiu ontem que mandaria uma equipe de fiscais ao local. Segundo ele, quem passar por perrengues parecidos e quiser reclamar, pode ligar no telefone (47) 3341-6073 e meter a boca no trombone.
Semasa promete vistoria
O perrengue de Edith, de acordo com informações do serviço Municipal de Água, Saneamento Básico e Infraestrutura (Semasa), pode acabar de vez até o final do ano. Isto porque, apesar de a rua da Edith ainda não ter ligação com rede de tratamento de esgoto, a estação está instalada na rua dela. Nós estamos iniciando agora uma vistoria geral em todo o sistema, pra poder depois autorizar o pessoal a fazer essa ligação, diz Flávio Faria, diretor do Semasa.
Segundo ele, um folder com informações sobre o sistema está sendo elaborado para ser entregue em breve aos moradores das ruas contempladas pelo sistema, que vai ter rede coletora de esgoto ligada à estação de tratamento do Cidade Nova. O primeiro teste desse sistema vai rolar na Vila da Regata. Depois disso, o povão pode utilizar o serviço.