O sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (Sindipi) apresentou ontem ao sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Pesca de Santa Catarina (Sintrapesca) um ofício que estabelece o valor mínimo de um pila pelo quilo do pescado. No entanto, pra abertura da atual safra, que iniciou dia 15, as indústrias se comprometeram em pagar R$ 1,20 pelo quilo da sardinha. Insatisfeitos, os pescadores continuam em greve em toda Santa & Bela. Na próxima semana, um representante do ministério da Pesca e Aquicultura (Mapa) pode pintar pelaqui pra acompanhar a situação.
Continua depois da publicidade
Pro presidente do Sintrapesca, Manoel Xavier, o Maneca, falta interesse da indústria em discutir a situação. A bronca da categoria chegou ao ápice quando leram na edição de ontem do DIARINHO a declaração ...
Pro presidente do Sintrapesca, Manoel Xavier, o Maneca, falta interesse da indústria em discutir a situação. A bronca da categoria chegou ao ápice quando leram na edição de ontem do DIARINHO a declaração do secretário da câmara setorial do Sindipi, Jorge Seif, chamando os pescadores de mentirosos. O representante das indústrias disse que a classe tá mentindo quando diz que recebe só um pila pelo quilo da sardinha. Jorge afirmou, ainda, que algumas indústrias chegam a pagar de R$ 1,20 a R$ 1,50 pelo quilo da saborosa.
Continua depois da publicidade
Ele não pode chamar uma categoria de mentirosa. Com colocações infundadas, ele tá tentando desmoralizar os pescadores. Temos um documento assinado pelo Sindipi que comprova os valores pagos pela indústria e mostra que estamos falando a verdade, defende Maneca.
O papéli em questão, datado de 18 de fevereiro, mas que chegou ontem às mãos de Maneca, informa o resultado de uma reunião realizada no Sindipi em janeiro, que estabeleceu valores pra compra da sardinha: preço mínimo de um real por quilo, sendo sugerido que o preço suba pra R$ 1,20 a partir da abertura da safra (de fevereiro a junho); para os barcos salmourados, o valor sobe pra R$ 1,40; quando a descarga não for realizada nos trapiches das enlatadoras, deve-se acrescer 15 centavos por quilo.
Continua depois da publicidade
Pra Maneca, tá claro que a categoria tá sendo injustiçada. O líder sindical defende que o preço mínimo tem que ser de R$ 1,60. Por isso, ele tá em contato com o Mapa pra resolver a situação. Maneca diz que na próxima semana, o assessor de Assuntos Estratégicos e Relações Institucionais do órgão, Luis Alberto de Mendonça Sabanay, deve vir até a Santa & Bela pra dar um xeque-mate no perrengue. Contudo, até o final da tarde de ontem, a secretária do bagrão não tinha confirmação da viagem.
Apesar do berreiro, o secretário do Sindipi mantém o mesmo discurso. Jorge Seif afirma que a greve dos pescadores é absurda. Sobre o papéli, ele diz que a categoria nunca teve um teto mínimo pra venda das sardinhas, por isso, ficou estabelecido o preço de R$ 1,00. Ele alega que, desta forma, na hora de pechinchar, o valor não pode ser inferior ao estabelecido. Isto é uma garantia pros pescadores, que muitas vezes acabavam vendendo o quilo por menos, justifica.
Jorge esclarece que desde o início da safra, em 15 de fevereiro, o valor da negociação do quilo da sardinha parte de R$ 1,20. A safra abriu com valor de R$ 1,20, mas eles tão com essa greve absurda e vão prejudicar toda a economia. Se o Manequinha se acha um grande líder, meus parabéns pra ele. Ele é muito bom pra fazer desgraça, trazer prejuízos pras famílias dos pescadores e pra toda a população, detona.