O caminhoneiro Everton Ricardo da Rosa, 23 anos, sentou no banco dos réus na tarde de ontem para ser julgado pelo assassinato da transexual Jenifer Toledo, 27 anos. O julgamento começou às 13h30 e não tinha hora para acabar.
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O crime aconteceu na noite de 31 de outubro de 2016. Jenifer foi encontrada morta, esgoelada e enforcada por um cinto, no apê onde morava no edifício Iris, na esquina da rua 1600 com a avenida Brasil ...
O crime aconteceu na noite de 31 de outubro de 2016. Jenifer foi encontrada morta, esgoelada e enforcada por um cinto, no apê onde morava no edifício Iris, na esquina da rua 1600 com a avenida Brasil, no centro de Balneário Camboriú.
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As imagens das câmeras de segurança do prédio e o depoimento de testemunhas ajudaram a identificar Everton. A prisão dele foi pedida duas semanas após o crime, , quando o caminhoneiro já tinha fugido para São Paulo.
Everton esperou a poeira baixar e, quando voltou, foi preso na casa dos pais, no bairro Tabuleiro, em Camboriú, no dia 6 de dezembro. Ele chegou a confessar o crime, mas alegou que agiu em legítima defesa.
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Everton diz que Jenifer tentou penetrá-lo a força num programa sexual. A versão não convenceu a polícia. A necropsia mostrou que Everton colocou a mão dentro da boca da vítima para impedir que ela gritasse. Jenifer mordeu o dedo do agressor e acabou sendo enforcada com o cinto.
A vítima e o assassino fizeram contato por um site de relacionamento e marcaram um programa. Natural de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, Jenifer passava a temporada em BC onde trabalhava como profissional do sexo. Ela era cadastrada na associação dos Travestis e Transexuais da cidade. O nome de nascimento de Jenifer era Cristian Pinto Toledo.
Crime de gênero
O júri de Everton ocorreu bem no dia Internacional contra a Homofobia, marcado por ações em diversas cidades, para acabar com o preconceito e discriminação de homossexuais.
Ana Paula Barreto, presidente da associação dos Travestis e Transexuais de BC, diz que a morte de Jenifer foi um crime de transfobia. Embora não regulamentado no Brasil, o crime enquadra diversas ações contra travestis, transexuais e transgêneros. “Foi uma transfobia. Ele combinou o preço do programa, foi até o local de trabalho dela e acabou matando ela”, diz Ana, esperando que o réu fosse condenado.
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